Paulinho: «Nunca darei o suficiente ao clube para tentar retribuir o que me deram»
Paulinho a celebrar o golo frente ao Estoril (Imago)

Paulinho: «Nunca darei o suficiente ao clube para tentar retribuir o que me deram»

NACIONAL14.05.202420:21

Avançado do Sporting recordou os dois campeonatos ganhos ao serviço do Sporting e ainda revelou o momento em que sabia que o título vinha para Alvalade

Em entrevista à Betano, Paulinho falou sobre vários temas e recordou as emoções vividas na festa do campeonato do Sporting, afirmando também que esta foi a sua melhor época... em termos de números:

«Tinha de ter uma entrevista muito maior para conseguir contar tudo, mas foi uma noite muito especial para nós todos. Foi uma noite que, para qualquer pessoa que tenha estado desde o estádio até ao Marquês, não se vai esquecer. O Sporting tem vindo a crescer, o ambiente é saudável, todos os adeptos se identificam com o clube e acho que isso se nota em todos os jogos, quando vemos esse mar de gente... melhor época? A nível de números sim, agora claro que dá sempre para fazer melhor», começou por dizer.

O avançado não quis comparar a festa deste ano com 2020/21, nem as equipas, afirmando que ambos os títulos foram muito especiais, embora em condições completamente diferentes: «Não dá para comparar, mas mesmo com Covid, aquilo estava completamente cheio, foi uma loucura, acho que ninguém estava à espera daquilo. E desta vez, não havendo Covid, o facto de termos estado no Marquês, no palco, foi diferente. Conseguimos ver as coisas de outra forma... também havia condições para estar mais gente, mas foram os dois muito especiais. Diferentes, mas especiais.»

O jogador de 31 anos ainda revelou o discurso de Rúben Amorim no fim da época passada, em que o Sporting terminou no quarto lugar, fora dos lugares de acesso à Liga dos Campeões: «Muito honestamente, esta época começou na época anterior. Quando percebemos que já não saíamos do quarto lugar, o discurso foi logo apontado para esta época e isso, mesmo nas férias, alimentou-nos para virmos ainda mais motivados e felizmente acho que se notou. Desde muito cedo disse que era o tudo ou nada, que um clube como nós não podíamos não ter títulos, tínhamos de ser campeões nacionais e que andar perto não chegava.»

Foram muitos os jogos importantes dos leões na corrida ao título, mas Paulinho recorda dois em que ele e os seus colegas de equipa começaram realmente a pensar que o troféu já era deles: «Em casa com o Benfica, a vitória em Famalicão, foram os momentos em que se calhar dissemos… só depende de nós... falta um último esforço. Se fizermos bem as coisas somos campeões, mas claro que há jogos muito difíceis em que saímos de lá com o sentimento de que quem quer ser campeão tem de ganhar. Chaves, Arouca, foram jogos difíceis.»

2023/24 começou com um triunfo caseiro frente ao Vizela (3-2), com o português a marcar o golo decisivo nos últimos segundos da partida, um momento importante para não repetir a última época: «O facto de termos ganho aquele jogo no último minuto deu uma imagem diferente da época anterior, em que empatámos nos primeiros, e o facto de termos conseguido ganhar no último lance do jogo deu-nos um empurrão para o resto da época.»

O ex-SC Braga tinha marcado no jogo do título de 2020/21, frente ao Boavista (1-0), e voltou a repetir esse feito contra o Portimonense (3-0): «A mim marca-me. Foram momentos especiais para mim, mas um título é muito mais do que um jogo e há muitos momentos durante a época que nos marcam, mas fico muito feliz por esse jogo.»

Sobre Gyokeres, Paulinho só tem elogios para lhe dar, comparando até a sua temporada com a de Pedro Gonçalves, em 2021: «Isso é inegável, também a influência que ele tem, é muito importante para nós, da mesma forma que o Pote foi quando fomos campeões. Agora é inegável a influência dele no campeonato.»

Paulinho ainda comentou o cântico que os adeptos leoninos entoam no estádio quando ele marca e explica que é algo muito especial para ele, mais do que qualquer golo: «Não sei, lembro-me da primeira vez em que a ouvi foi no jogo com o Ajax para a Liga dos Campeões, em que marquei, mas não faço ideia de onde nasceu, mas ainda bem que nasceu. Sim, para mim é muito mais importante do que qualquer golo que possa ter marcado… é mais do que uma música, é uma relação de que temos e que nunca darei o suficiente ao clube para tentar retribuir o que me deram.»

Por fim, o próprio falou sobre o bicampeonato, embora, para já, esteja focado na conquista da dobradinha: «O próximo objetivo é a Taça de Portugal, mas tem de ser, tem de ser uma coisa natural para o Sporting, para os adeptos, essa mentalidade tem de ser uma coisa natural.»