Pantera assanhada incapaz de desfazer o nulo (crónica)
MANUEL FERNANDO ARAÚJO/LUSA

Boavista-Estoril, 0-0 Pantera assanhada incapaz de desfazer o nulo (crónica)

NACIONAL31.08.202420:39

Axadrezados dominaram ao longo dos 90 minutos e ficaram perto do golo em várias ocasiões. Deserto de ideias do lado dos canarinhos, muito dependentes de rasgos individuais

Foi sob um nevoeiro intenso que o Estádio do Bessa recebeu um embate entre Boavista e Estoril pautado pela desinspiração ofensiva e desacerto na hora de finalizar, onde quem mais brilhou foram… os adeptos.

Se, por um lado, as panteras, alavancadas por um forte apoio nas bancadas, tomaram, desde o primeiro minuto, a iniciativa de jogo e somaram várias aproximações à baliza adversária, os canarinhos, por outro, demonstraram enorme apatia ao longo da partida, com uma falta de criatividade gritante até entre os mágicos da equipa.

A turma de Cristiano Bacci, que promoveu uma nuance tática diferente, com Joel Silva do lado esquerdo da defesa, entrou de forma assertiva no jogo, com muita fome de chegar ao golo rapidamente. Pelos pés de Vukotic, Bozeník e Agra esteve perto de o fazer, mas faltou instinto matador aos homens da frente dos boavisteiros.

Numa das raras aproximações ao último terço, o conjunto de Ian Cathro ficou perto do golo, não fosse uma defesa espetacular de João Gonçalves a uma bomba de João Carvalho, à passagem dos 35 minutos.

Ainda antes do apito para o intervalo, mais uma oportunidade flagrante para os axadrezados, com Vukotic a atirar ao lado de uma baliza deserta, para desespero dos mais de três mil adeptos presentes nas bancadas.

Segundo tempo, mesmas tendências. Sobretudo nos últimos 20 minutos, após um reinício morno dos dois conjuntos, os axadrezados meteram prego a fundo fizeram tudo para chegar ao golo. Pedro Gomes teve o tento da vitória nos pés, a dois minutos do fim, mas disparou ao lado da baliza estorilista, fazendo todo o estádio suspirar.

Apesar de nem sempre apresentar o futebol mais fluido, o Boavista sai do encontro com a sensação de que teve a vitória nas mãos, tal foi o volume ofensivo que produziu, especialmente na reta final. Já a equipa do Estoril terá de melhorar (bastante) na criação de oportunidades. Nas quatro primeiras jornadas, os canarinhos colocaram a bola no fundo das redes… uma vez, logo na ronda inaugural, frente ao Santa Clara (1-4).