Países Baixos-França: duelo de gigantes com ou sem Mbappé?
Kylian Mbappé com dificuldades após ter partido o nariz num duelo com Danso, da Áustria (Imago)

ANTEVISÃO Países Baixos-França: duelo de gigantes com ou sem Mbappé?

INTERNACIONAL21.06.202408:00

Neerlandeses e franceses venceram os respetivos jogos e lutam agora pelo primeiro lugar do grupo D; capitão da seleção francesa é a principal dúvida

Os Países Baixos e a França defrontam-se na segunda jornada da fase de grupos do Euro 2024, esta sexta-feira, no Red Bull Arena Leipzig, precisamente o local de estreia de Portugal nesta fase final. O jogo começa a partir das 20 horas, pouco depois do fim do outro jogo do grupo D, entre a Polónia e a Áustria.

As duas seleções vêm de vitórias pela margem mínima no primeiro encontro. Enquanto os franceses venceram a Áustria (1-0), graças ao autogolo de Wober, os neerlandeses derrotaram os polacos (2-1), que ainda não puderam contar com Lewandowski, numa reviravolta concretizada pelo golo tardio de Weghorst, acabado de entrar nessa partida.

Relativamente ao confronto direto, a equipa agora orientada por Didier Deschamps leva ligeiramente a melhor: 15 vitórias, 4 empates e 11 derrotas, sendo que os dois também se encontraram na fase de qualificação para a fase final e a França ganhou ambos os encontros: 4-0, em casa, e 2-1, fora.

Países Baixos

Começando precisamente por aí, o grupo de ambos durante essa fase de apuramento era constituído por Gibraltar, Irlanda e Grécia, equipas que os neerlandeses derrotaram nos seis jogos. Ao todo acumularam 18 pontos e terminaram no segundo lugar, com mais cinco pontos do que os gregos em terceiro, que também não se conseguiram qualificar pelo play-off, perdendo na final com a Geórgia, que acabou no grupo F, de Portugal.

Nos quatro amigáveis de preparação para esta fase final do Europeu, os Países Baixos golearam a Escócia, Canadá e Islândia, todos por 4-0, mas perderam com os anfitriões, a Alemanha (2-1).

A última vitória neerlandesa contra a França aconteceu em 2018 (2-0), no caminho para a final da Liga das Nações, onde acabaram por perder na final contra a seleção das quinas (1-0), por causa de um golo de Gonçalo Guedes, no Estádio do Dragão.

Koeman perdeu dois jogadores importantes no meio-campo antes do arranque do Campeonato da Europa. Frenkie De Jong, que se lesionou no final da temporada pelo Barcelona, e Koopmeiners, que venceu a Liga Europa pela Atalanta. Ian Maatsen foi chamado para ocupar uma dessas vagas.

Onze provável: Verbruggen, Dumfries, De Vrij, Van Dijk (C), Aké, Reijnders, Schouten, Wijnaldum, Xavi Simons, Depay, Gakpo

A figura: Wout Weghorst

Depois de já se ter destacado no Mundial 2022 ao conseguir levar o jogo dos quartos de final contra a Argentina para o prolongamento com um golo já para lá do tempo de compensação, o avançado voltou a fazê-lo em apenas alguns minutos em campo. O jogador do Hoffeinheim entrou para o lugar de Depay e, no seu primeiro toque na bola, fez o golo da vitória dando os três pontos aos neerlandeses. Não deverá ser titular contra a França, mas deverá ser chamado novamente para a segunda parte, caso seja necessário.

O momento em que Wout Weghorst introduziu a bola no fundo das redes no Polónia-Países Baixos (Imago)

O que disse Ronald Koeman: «O Deschamps saberá melhor do que eu se ele pode jogar ou não. Vamos ter de esperar. A França é uma equipa forte, e mesmo que Mbappé não jogue, o substituto será um jogador de qualidade. Não podemos pensar nisso, não é algo que dependa de nós. Foco-me naquilo que depende de mim. Sabemos que pode decidir um jogo. Fizemos muitos jogos com a França, recentemente e tivemos dificuldades em alguns deles, o que me diz que é um adversário muito forte, com muita experiência. Tentam jogar de forma compacta. Quando recuperam a bola, como vimos contra a Áustria, atacam de forma muito rápida. Temos de ser sólidos e pacientes e defender bem também.»

França

Depois de ter ganho os primeiros 7 jogos na fase de qualificação, a França podia ter igualado Portugal como o único outro país a ter um registo 100% vitorioso, mas acabou por empatar a duas bolas com a Grécia na última jornada, quando já tinha o primeiro lugar garantido.

No segundo duelo, com o Gibraltar, em casa, a equipa de Deschamps conseguiu o maior triunfo da história. 14-0, com um hat-trick de golos e assistências para Kylian Mbappé.

Já nos quatro testes de preparação para esta fase final do Euro 2024, os franceses foram também derrotados pela Alemanha (2-0), tendo vencido o Chile (3-2) e o Luxemburgo (3-0) e empatado a zero com o Canadá, no último amigável. Nessa partida, o seu capitão só esteve 17 minutos em campo, devido a alguns problemas físicos antes do jogo, problemas esses que chegaram a colocar em dúvida a sua presença no primeiro jogo.

Mesmo assim, o novo jogador do Real Madrid jogou, mas não conseguiu estrear-se a marcar num Europeu e até foi substituído perto do fim, após ter partido o nariz num choque com Danso. No entanto, Mbappé vai esperar até ao fim do torneio para ser operado e poder assim ajudar a sua equipa, tendo, inclusive, treinado nestes últimos dois dias. O treinador parece confiante de que possa jogar (com máscara), mas fica a dúvida se vai diretamente para o onze titular ou se entra no decorrer da partida.

Onze provável: Maignan, Mendy, Upamecano, Koundé, Clauss, Kanté, Rabiot, Griezmann (C), Dembélé, Thuram, Kolo Muani

Em dúvida: Mbappé, Giroud, Théo Hernández e Saliba

A figura: N'Golo Kanté

Ausente do Mundial 2022 por lesão, após se ter transferido para a Arábia Saudita, voltou a ser convocado por Deschamps e a jogar um jogo oficial pela França, dois anos depois, e não desperdiçou a oportunidade. Titular e totalista com a Áustria, voltou a encher o meio-campo e foi um dos principais responsáveis pelo triunfo francês, apesar de não ter estado diretamente envolvido no golo.

N'Golo Kanté a dominar o meio-campo do Áustria-França (Imago)

O que disse Didier Deschamps: «Mbappé está a evoluir na direção certa e tudo faremos para que esteja disponível para o encontro. Se jogar vai usar máscara. O nosso objetivo é o apuramento. Vai ser um adversário diferente do primeiro jogo. Eles têm uma vantagem a nível físico, mas fizemos um bom trabalho para otimizar a nossa recuperação, sem poder fazer milagres. Vamos precisar disso. Nao quero que joguemos este jogo com o objetivo de defender, mesmo que tenhamos de ser capazes de o fazer quando temos de o fazer.»