Os titulares e Pedro Gonçalves em dúvida: tudo o que disse Amorim na antevisão ao SC Braga
Leões arrancam a final-four da Taça da Liga esta terça-feira em Leiria
Rúben Amorim esteve em conferência de imprensa na antevisão à meia-final da Taça da Liga onde vai defrontar esta terça-feira o SC Braga em Leiria. Foram revelados dois titulares, a dúvida sobre a disponibilidade de Pedro Gonçalves e o mercado não escapou à conversa.
Recorde tudo o que disse o treinador do Sporting:
O que podemos esperar do SC Braga, que talvez esteja no momento mais delicado da época? Sporting venceu Taça da Liga há dois anos... Era simbólico voltar a ganhar para quebrar o jejum? «Falámos sobre isso a época passada e no início desta. Estivemos um ano sem vencer, neste caso são dois, mas refiro-me a épocas desportivas. Tornou-se obrigatório vencer títulos esta época. Juntando a pergunta do SC Braga... É uma competição diferente. Basta olharmos para a época passada. SC Braga estava muito bem, nós não estávamos bem no campeonato, tínhamos sido eliminados da Taça, da Liga dos Campeões, mas como era uma prova diferente conseguimos vencer [quartos de final da Taça da Liga]. Vai ser uma espécie de final por toda a envolvente à volta da cidade de Leiria e tudo o que aconteceu no campeonato não vai entrar em campo na Taça da Liga. É um adversário que pode mudar alguns jogadores muda a forma de jogar. Se jogar o Bruma é diferente do Rony Lopes... São jogadores internacionais, um plantel muito bom e um dos melhores treinadores da história do clube por aquilo que alcançou. É um jogo muito difícil e as duas equipas querem chegar à final para ganharem um título. Para nós é obrigatório vencer títulos este ano e queremos começar já.»
Já sabe quando vai ter o Koba? Poderá jogar contra o Sporting na Taça da Liga? Preferia perder Gyokeres neste mercado para poder investir depois ou mantê-lo agora e perdê-lo só no final da época por um valor mais baixo? «Estou esperançoso que haja a terceira hipótese de o Gyokeres ficar para lá desta época. Claro que não queremos perder jogadores porque o dinheiro que se recebe não se pode gastar nem metade. Para qualquer contratação precisamos de tempo, e neste momento todos os jogadores são importantes. Os que têm tido mais impacto na época não podem sair neste momento, só pela cláusula. Queremos manter os nossos jogadores e principalmente os de maior impacto. Em relação ao mercado, falaremos quando as coisas acontecerem, enquanto não acontecerem o foco está nos jogadores que temos hoje.»
Franco Israel, quando chega a fases decisivas, volta a deixar o lugar para Adán. Desta vez pode ser diferente? Trincão é neste momento carta forte? «Vão ser os dois titulares [Trincão e Israel], portanto está aí a resposta ao impacto que têm tido, a importância que têm e a forma como acreditamos neles.»
Formato da Taça da Liga continua a levantar algumas questões. Qual é a sua opinião em relação ao peso da competição? E ao formato da fase de grupos? Dá jeito não jogar o campeonato nesta altura com os jogadores ausentes? «Em relação ao calendário, o jogo do Casa Pia também vai ser um bocadinho mais à frente, vai depender da qualificação. Pode ter algum impacto no Geny, na Costa do Marfim, que acreditamos menos [que possa ser eliminada]. Pode ajudar um bocadinho nesse aspeto. Eu dou muito peso e valor à Taça da Liga, porque ganhei várias como jogador e teve um significado muito grande quando a venci pelo SC Braga, numa fase difícil do começo da carreira com muita confusão à mistura. Foi um momento decisivo, até para nós como equipa técnica para depois desenvolvermos o nosso trabalho. Em relação ao formato, concordo mais com esta fase de grupos, mesmo sendo mais curta. Está um bocadinho feita para termos uma final four com as melhores equipas, e isso percebe-se um bocadinho pela atenção que vai ter e para as pessoas aparecerem, porque tendo os grandes é diferente... Mas acho que todas as equipas profissionais devem ter oportunidade de competir. Estou a falar contra mim, porque me carrega o calendário, mas às vezes temos que fazer sacrifícios para que todos tenham oportunidade de competir. Uma Taça da Liga onde todos participam, quanto a mim, tem mais valor do que chegarem os quatro principais clubes e competirem entre eles. Gosto deste formato porque dá hipóteses a toda a gente, e o Estoril foi a surpresa este ano. Diria que estou satisfeito com o formato, porque um título é um título. Não podemos dizer que gostamos de ganhar os jogos e depois dizer que uma Taça não tem valor. É a nossa hipótese de voltar aos títulos esta temporada.»
Um comentário a Ronaldo que disse que vai torcer pelo Sporting, que tem o futebol mais atrativo e que o treinador sabe liderar o plantel? «O que tirei foi que nos pouparia muitas perguntas em relação à vinda dele para o Sporting, assim como tempo. Acho que vê a equipa a jogar e, como todos os sportinguistas, está satisfeito com o rendimento. Mas disse, e bem, que as contas se fazem no fim.»
Treinou penáltis? Considera-se o rei da Taça da Liga?Considera que Taça da Liga é a altura ideal para ajustar contas com o SC Braga e, quem sabe, Benfica na final? «Não me considero rei nenhum. Sei que ganhei várias, não sei como está em relação ao Luisão. Sei que ganhei algumas. Treinámos penáltis ontem e hoje, de forma a estarmos preparados para todas as eventualidades do jogo Quanto a ajustes de contas. Isto é uma competição diferente. O que interessa é chegar à final e não tenho preferências para a outra equipa.»
Confirma que Morita, quando voltar da Taça Asiática, vai ser convidado a renovar? «Isso é mais para o Hugo Viana, não sei ao certo como está isso. O Morita ainda vai no 2.º ano de Sporting e é um jogador seguro, essa é a grande preocupação do treinador. Pelo que dá, toda a gente gosta dele, pela forma como cresceu e pelo impacto que tem, acho que falo por toda a gente aqui quando digo que gostaríamos de o manter além do contrato. O importante é que o Japão seja eliminado e que venha rápido [risos].»
St. Juste e Matheus Reis estão disponíveis? O que tem dito ao St. Juste nos últimos dias? «Não tenho dito nada de especial ao St. Juste, está a voltar. A conversa que tenho tido com ele é para perceber como se sente, temos essa atenção. Não é só o físico que é importante, é também a mente. Vai ser convocado, mas está limitadíssimo em termos de minutos de jogo. O Matheus Reis recuperou, treinou dois dias e senti-o bem. Estão os dois convocados.»
Deve optar por manter Paulinho e Gyokeres juntos? O que há de diferente em jogar com os dois agora e no passado? Sporting e Benfica trocaram comunicados há alguns dias. Tendo em conta que pode haver duelo entre os dois esta semana, isso pode levar a um ambiente mais tenso? «O jogo é contra o SC Braga, o Benfica tem o jogo contra o Estoril. Não sei o que vai acontecer depois e não vou comentar sobre isso. Não vou dizer se o Paulinho vai jogar com o Gyokeres, o Trincão vai jogar mas o Artur Jorge não sabe o lado... quem vai sair. Em Braga jogámos com o Morita no meio e é mais fácil para o Paulinho jogar com o Pote quando está no meio-campo. O Pote está em dúvida para o jogo, tem um problema no pé e amanhã vamos testá-lo. O Paulinho é mais finalizador, mais forte no ataque à área, não é tão forte como o Trincão a carregar a bola e a fazer diagonais no espaço e isso muda o que queremos fazer no jogo. O posicionamento pode ser parecido, mas as caraterísticas deles levam o jogo para sítios diferentes.»
O quão importante tem sido, para o lado mental do Paulinho, não ser o avançado que custou muitos milhões e ser a principal referência ofensiva? «Acho que o Paulinho adaptou-se bem a jogar não como referência mas sim mais liberto dessa atenção toda. Depois começou a marcar golos e isso liberta qualquer avançado. Acho que estava mais satisfeito o ano passado porque jogava mais vezes e os jogadores querem é jogar. Acho que o Gyokeres ajudou o Paulinho, tal como o Paulinho ajuda muito o Gyokeres. Temos um que liga melhor e outro que ataca melhor o espaço. Temos dois avançados a atacar a área, algo em que éramos perigosos com o Coates. Tornámo-nos uma equipa mais completa e o Paulinho, ao fazer golos e jogar muito bem... Tudo o que ele faz éa pensar primeiro na equipa e ele continua a fazer isso, mas este ano já bateu os recordes da Liga. Vejo o Paulinho a jogar da mesma maneira, faz é mais golos... A atenção está noutro jogador que tem tido um impacto muito grande e isso poderá ter ajudado na forma de jogar do Paulinho.»
SC Braga é um ataque muito concretizador e o Sporting voltou a sofrer em Vizela. Recuperar a consistência defensiva é importante neste jogo? «Claro que não queremos sofrer golos, temos sofrido demasiado. Com o Vizela tivemos três remates à baliza e sofremos dois golos. Há fases assim. Este ano estamos a conceder menos aos adversários mas continuamos a sofrer golos. Temos de mudar, porque alguma coisa estamos a fazer mal. Houve fases em que, na primeira época, defendíamos muito mais e não sofríamos golos. Este ano estamos a sofrer golos, mas quanto a mim estamos a defender melhor e estamos mais compactos do que no ano passado. Temos de defender bem e o SC Braga também... Há muito talento na frente e temos de estar concentrados em todos os momentos, porque as duas equipas acabam sempre por marcar golos. É muito importante não sofrer.»