Os jogadores do SC Braga: Menino Roger meteu na gaveta uma autêntica obra de arte
Roger festeja após ter batido Diogo Costa (Foto Manuel Fernando Araújo/Lusa)

FC Porto-SC Braga, 2-1 Os jogadores do SC Braga: Menino Roger meteu na gaveta uma autêntica obra de arte

NACIONAL06.10.202423:58

Jovem de 18 anos com um grande golo que deu vida aos bracarenses. Vitor Carvalho também num plano elevado e os homens que saíram do banco mexeram com o jogo

A figura: Roger (7)

Na gíria do futebol diz-se que se mete uma bola na gaveta quando esta entra mesmo junto a um dos ângulos. Foi isso que fez o menino, 18 anos, Roger, que com aquela obra de arte pintada ao minuto 54 deixou o Estádio do Dragão em sentido e deu alento a um SC Braga que, até então, tinha estado meio desamparado e algo longe da baliza contrária, sem causar perigo de maior. Pode-se alegar que o desempenho do luso-guineense não foi constante, mas será difícil encontrar alguém muito regular com aquela idade. Após uma primeira parte meio discreta, Roger empolgou-se após o golo mas já não tinha muito fôlego para causar danos no último reduto portista mas, como dizia um anúncio já com uns anitos, fica aquele momento para mais tarde recordar. E num palco maior do futebol nacional.

5 Matheus — Fica sempre um pouco no limbo a nota de quem não faz qualquer defesa de elevado grau de dificuldade, mesmo que seja em casa dum grande e sofre dois golos, num deles de penálti e no outro lançando a dúvida se não poderia ter feito um bocadinho mais para tapar o ângulo a Pepê. Assim, fica apenas num nível satisfatório.

6 Victor Gómez — Ficou para memória futura um grande corte sobre o gigante Samu, à passagem do minuto 13. Em termos defensivos não comprometeu mas passar a linha do meio campo foi coisa rara, desconhece-se se por iniciativa própria ou por indicação do treinador. Colocou a raça habitual no jogo, sem exuberâncias ou encantamentos para os adeptos.

4 João Ferreira — O lateral foi novamente adaptado a uma zona central da defesa e ficou ligado aos dois golos adversários, pois no primeiro abalroou Galeno e no segundo ficou de braço no ar a pedir um fora de jogo inexistente. Um desempenho que não deixa boas recordações, ele que até tinha começado o jogo num plano alto ao cortar uma bola que se tivesse caído nos pés de Samu tinha muito para resultar em golo do FC Porto.

5 Niakaté — Não foge à fotografia queimada no lance do segundo golo mas, ainda assim, ainda fez alguns cortes importantes e tentou — louve-se o esforço — lançar a sua equipa para o ataque.

5 Adrián Marin — Desta vez não jogou puramente na faixa porque, em momento defensivo, ainda tinha Gabri Martínez à sua esquerda para ajudar a fechar a defesa. Não comprometeu nem se evidenciou.

6 Gabri Martínez — Não virou a cara à missão de sacrifício que lhe pediram a defender e a atacar evidenciou-se. Foi dele o primeiro remate à baliza adversária dos bracarenses e condicionou de tal forma o desempenho do seu opositor direto, João Mário, que este saiu ao intervalo porque já tinha cartão amarelo. Após o intervalo acusou o desgaste.

7 Vítor Carvalho — Foi claramente o melhor durante a primeira parte, não dimensionando a sua ação apenas à zona mais recuada do meio-campo para tapar caminhos para a sua baliza, mas também tendo as redes contrárias em ponto de mira. Aos 31 minuto dispôs de uma boa oportunidade para desfeitear Diogo Costa, mas a bola resvalou e o remate não saiu tão assertivo como pretendia. Na segunda parte surgiu de novo com fôlego e empurrou a sua equipa para a frente, mais em força do que em jeito, diga-se, mas tem de se louvar o esforço. Foi substituído sem se saber bem porquê porque estava a ser, claramente, uma das melhores unidades e poderia conviver no onze com o homem que o rendeu, Ismael Gharbi.

6 Gorby — Cerebral e calmo, defendeu a preceito a sua área, embora não tivesse oportunidade para se chegar até terrenos muito adiantados para não abrir brechas no último reduto bracarense. Não arriscou muito no passe e, por vezes, a equipa precisava de quem fosse ousado para quebrar as linhas portistas.

5 Ricardo Horta — Claramente, não atravessa grande momento de forma e isso foi evidente, pois a equipa necessitava da sua imaginação e capacidade de passe para causar mossa no Dragão. No entanto, tem de se elogiar a capacidade de se ajustar à penitência a que sujeito bastas vezes ao juntar-se à linha… defensiva.

5 Roberto Fernández – Um ponta de lança sem bolas para golo fica sempre condicionado na sua exibição. Não as teve, é verdade, mas tem se elogiar os quilómetros que correu junto aos defensores contrários para estar na primeira fase de pressão ao adversário.

6 Yuri Ribeiro — Fruto da sua verticalidade deu outra vida à ala esquerda bracarense e numa destas incursões, aos 64 minutos, ainda cruzou com algum frisson. Dispôs de oportunidade aos 89 minutos, mas chegou atrasado à bola e o perigo esfumou-se.

Bruma — Mais um a tentar empurrar o FC Porto para zonas recuadas mas um extremo de pé contrário no lado esquerdo não teve a mesma eficácia que teria um canhoto puro, uma vez que, muitas vezes, perdeu segundos preciosos a puxar a bola para depois cruzar.

6 Gharbi — O jovem francês é um agitador nato e parece estar sempre ligado à corrente. Foi o que aconteceu no pouco tempo que esteve ontem em campo.

6 El Ouazzani — Poderia ter ficado com o bilhete dourado para que o SC Braga levasse um ponto do Estádio do Dragão mas Diogo Costa, com uma defesa fantástica, negou-lhe o golo.

 — Guitane — Entrada sem qualquer impacto no jogo.