Os destaques, novo sistema e o objetivo: João Pereira quer Sporting B na Liga 2

A BOLA explica o que muda no projeto com a presença inédita da equipa B leonina na fase de decisões da Liga 3. A aposta reforçada nos jovens, a mudança do sistema e o objetivo principal: colocar jogadores na equipa A. Mas a lutar pelo regresso aos campeonatos profissionais...

Agora é oficial: o Sporting B vai mesmo lutar pelo regresso aos campeonatos profissionais, a Liga 2. Pela primeira vez no seu historial. Um mundo novo que se abre para a jovem formação leonina, extinguida em 2018, aquando da descida deste mesmo patamar competitivo. Com a entrada de Frederico Varandas para a presidência do clube de Alvalade houve luz verde para reativar esta equipa secundária, em 2020, primeiro com o nascimento dos sub-23 e mais tarde com os bês.

Daí para cá a equipa subiu no Campeonato de Portugal e agora entrou na fase de decisões da promoção da Liga 3. Pois bem, com esta inédita janela de oportunidade emerge a questão: afinal quais os planos e objetivos de futuro? Uma pergunta que A BOLA foi procurar responder.

Primeiro ponto: esta presença inédita na fase de subida não irá alterar a base principal de todo o projeto. A grande (e única...) prioridade passa por preparar os jogadores para a equipa principal. Mais: será neste plano, sem a necessidade de reforços da equipa A, que João Pereira vai tentar colocar o Sporting na Liga 2.

A equipa vai manter-se e o sangue novo que poderá chegar será, sobretudo, por mérito do trabalho feito nos sub-23, algo que já vai sendo feito atualmente. O Sporting é a equipa mais jovem da Liga 3 e essa aposta será reforçada.

Convém lembrar, por exemplo, que entre Premier League International Cup e Liga 3 foram utilizados 11 (!) juniores: Flávio Gonçalves, Rodrigo Cabrito, Atanásio Cunha, Rayhan Momade, Denilson Tavares, Daniel Costa, João Infante, Lucas Taibo, Eduardo Felicíssimo, João Simões e Gabriel Silva. E este lote, por exemplo, já conta com jovens de equipa principal (como João Simões).

Modelo (sempre...) centrado no jogador

Sendo assim, é certo que João Pereira quer ver a equipa na Liga 2, mas pouco ou nada será alterado daquilo que vinha a ser feito para esse objetivo. O modelo centrado no jogador, bem identificado na Academia, é lema para manter. Mesmo que isso custe uma desejada subida.

Muitos jovens do plantel da equipa B são juniores e quem ali chega já não volta a descer de patamar competitivo na formação. Assim como aqueles que subiram e têm trabalhado com equipa A, casos de Alexandre Brito (médio) ou Mauro Couto (extremo), presenças firmes nos trabalhos da equipa A, que não voltaram aos escalões de formação. Jogadores que poderiam estar a competir escalões bem mais abaixo, mas com potencial e margem de crescimento que obrigam a outro tipo de exigência.

Exemplo Quenda e João Simões

São dois produtos finais desta linha orientadora formativa: Quenda e João Simões. O primeiro, depois de somar 9 jogos nos bês na época passada acabou por se afirmar e explodir esta temporada na equipa principal.

Ascensão meteórica que já vinha sendo preparada pelos leões ao reservar espaço para o seu aparecimento. O mesmo aconteceu com João Simões — curiosamente um jogador lançado por João Pereira aquando da sua curta passagem pela equipa principal — que esta época, antes da consolidação na equipa A, ainda jogou nos juniores (3 jogos) e equipa B (9 jogos). Mais do que uma subida... são estes os objetivos primordiais no final de cada temporada. Mas se isso acontecer num escalão profissional... melhor.

João Pereira já mudou para um 4x4x2

Em relação aos últimos jogos da equipa B na Liga 3 nota para algumas mudanças. Sobretudo táticas, pois João Pereira mudou do 3x4x3 (utilizado no início da época por Ruben Amorim e pelo próprio João Pereira aquando da saída para a equipa principal) para um 4x4x2, curiosamente o mesmo sistema que Rui Borges vai procurando implementar desde a entrada em Alvalade. Uma sintonia entre bês e equipa A que será para manter e aprimorar.

Os dados estão lançados e o ataque à Liga 2 está em curso. Que a confirmar-se obrigará, porém, a um maior investimento. Mas na qual a retenção de talento será maior, num patamar competitivo mais próximo da equipa A. E o leão também vê isso com bons olhos...

Os destaques e as pérolas a seguir

Gabriel Silva (avançado, 17 anos)

Uma garantia de golos
Um avançado de enorme mobilidade, com faro de golo (soma 5 em 14 jogos nos bês), que é visto como uma das esperanças para o ataque da equipa A a curto/médio prazo. Foi um dos destaques na equipa secundária.

Henrique Arreiol (médio, 19 anos)

Médio do futuro
Médio defensivo com características muito diferentes, posicional, um verdadeiro 6, que já tem experiência de equipa principal com dois jogos somados. Está na linha da frente para dar o salto e está no radar de Rui Borges

Manuel Mendonça (médio, 19 anos)

Voz de liderança
Um médio talentoso, técnica apurada e visão acima da média. Foi capitão em quase todos os escalões de formação, refinado, uma figura central do trajeto leonino na Liga 3, 20 jogos (3 golos e 3 assistências)