FC Porto-Sporting, 2-1 (ap) Os destaques dos dragões: para Eva brilhar houve outro avançado a ficar no bolso do Zé
Zé Pedro não deu espaço a Gyokeres: exibição sem reparos do central, quase sem precisar de recorrer à falta; Varela foi sempre o ponto de equilíbrio e Pepê o dono da visão global dos acontecimentos; Evanilson: a sorte dá muito trabalho
O melhor em campo: Evanilson (nota 7)
Tivesse um instinto de golo mais apurado e poderia ter saído do Jamor em ombros, pois teve três situações de golo cantado às quais não deu a melhor sequência, mérito de Diogo Pinto, a primeira logo aos 2’, quando os motores ainda estavam a aquecer. Mas o jogo é feito de um somatório de ações e no caso do brasileiro foram muitas e boas. O golo, de primeira, a aproveitar o erro de Geny Catamo, marcou a final, tal como o penálti sofrido por abalroamento intempestivo de Diogo Pinto. No fundo, Evanilson foi aquele que mais beneficiou e melhor proveito tirou dos erros dos meninos dos leões, talvez porque soube sempre estar no sítio certo. A sorte dá muito trabalho...
Diogo Costa 7 — Surpreendido pela colocação da bola de St. Juste no golo do Sporting quando estava em contra-movimento. Foi o único momento do jogo em que não dominou a sua zona de ação, porque no restante foi seguro a parar os remates de longe e de perto (St. Juste, 9’; Coates, 38’; Diomande, 111’; Gyokeres, 120’), felino e espetacular nos reflexos exibidos a dois cabeceamentos de Gonçalo Inácio e fundamental no jogo de pés a queimar a primeira linha de pressão do Sporting (o primeiro golo dos dragões nasceu assim).
João Mário 5 — Aos 42’ estava em boa posição para marcar mas preferiu o passe atrasado para Evanilson atirar por cima.
Zé Pedro 7— Se há jogos em que um central se pode gabar de deixar no bolso o avançado adversário é este. E quando o oponente se chama Gyokeres dá-se uma subida na escala do orgulho. Tudo ficou mais fácil após a expulsão de St. Juste com o leão a deixar o sueco demasiadamente só na frente, mas Zé Pedro teve o mérito de nunca permitir ao ponta de lança virar-se e ganhou muitos lances em profundidade, raramente recorrendo à falta. Na ausência de Pepe, foi o grande líder da defesa azul e branca.
Otávio 4 — O primeiro sinal de desconcentração deu-se na forma deficiente como deixou Gonçalo Inácio cabecear sem oposição (6’) num canto. Repetiu o erro com St. Juste no golo dos leões e a partir nunca mais ganhou confiança. A bola queimou sempre.
Wendell 6 — Mais rotativo no segundo tempo, obrigou Diogo Pinto a boa defesa num livre direto (87’). Antes ficaram na memória outros dois remates de longe que traduzem o espírito de um lateral com constante iniciativa atacante.
Alan Varela 7 — O melhor jogador dos dragões na primeira parte. Equilibrou a equipa nos momentos defensivo (grande corte aos 8’, a Nuno Santos) e ofensivo, iniciando a jogada do 1-1 e lançando Galeno para a posterior expulsão de St. Juste. Um remate intencional de longe aos 76’ causou calafrios entre os leões. Foi acumulando faltas à medida que o pulmão o traía e a saída para impedir um duplo amarelo tornou-se uma decisão sensata.
Nico González 5 — Pela maneira como pisa o campo e trata a bola fica sempre a sensação de que tem futebol para mais, mas nesta final não saiu do registo dos passes laterais, sem rasgo a queimar linhas como se pensasse mais em não errar e só depois mudasse o chip para assumir o passe de rotura ou até o remate. Bem substituído.
Francisco Conceição 6 — Cresceu no jogo apenas depois da expulsão de St. Juste. Antes disso somara tentativas falhadas no um para um, mas também ações de pressão defensiva em zonas altas, numa delas resultando na primeira oportunidade do jogo, desperdiçada por Evanilson (2’). Com superioridade numérica emergiram os dribles, os cruzamentos de fora para dentro ao segundo poste e alguns remates, mas apenas um perigoso (51’). Aos 92’ ganhou as costas a Esgaio mas falhou na cara de Diogo Pinto.
Pepê 7 — Outro candidato a homem do encontro. Além do passe que viria a provocar assistência de Geny Catamo, foi ele quem lançou Evanilson para o brasileiro ser abalroado por Diogo Pinto. Fê-lo já como lateral-direito, onde passou a jogar desde o arranque da segunda parte, sempre com grande visão de jogo e timing perfeito nos passes de rotura.
Galeno 6 — Deixou Evanilson isolado com um passe de primeira (2’) e sofreu a falta de St. Juste para o vermelho do neerlandês. Ao contrário de outras ocasiões, destacou-se mais pelo trabalho defensivo.
Taremi 6 — Despediu-se do FC Porto marcando o golo da vitória, na execução de um penálti. A cabeça até já poderia estar em Milão, mas o coração disse-lhe que ainda estava reservado um último momento de glória.
Grujic 4 — Uma abordagem desastrada na área com Diomande poderia ter posto tudo a perder, arriscando penálti infantil.
Eustáquio 5 — Trouxe intensidade ao meio-campo.
Romário Baró 4 — Nunca entrou no ritmo.
Martim Fernandes - — Para a saída de um exausto Pepê.
Gonçalo Borges - — Para os aplausos a Chico Conceição.