Os destaques do FC Porto: Entre santos e pecadores, Galeno fez das trevas... luz
Os golos de Galeno foram fiundamentais na reviravolta do Fc Porto (IMAGO)

Sporting-FC Porto, 3-4 Os destaques do FC Porto: Entre santos e pecadores, Galeno fez das trevas... luz

NACIONAL03.08.202423:38

Que reviravolta épica do FC Porto! O internacional brasileiro bisou a acabou o jogo a defender o lado esquerdo com tremenda classe. Golo de Nico reacendeu a chama do dragão e Iván Jaime aplicou a habitual «chapa 4», garantindo a conquista da Supertaça

8 Galeno

Que grande jogo do extremo, quer atacar, quer a defender, porque acabou a partida quase sem oxigénio, a bater-se como um lateral-esquerdo de calibre mundial, quando antes tinham sido os seus golos a manter as batidas do dragão, revelando-se letal para um Sporting que nunca fechou completamente a porta à reação dos portistas. Galeno fez um primeiro golo de oportunidade – falha tremenda de Debast – e outro na zona do ponta de lança, excecionalmente servido por Eustáquio. Com dedo de Vítor Bruno, a equipa redimensionou-se, saiu João Mário, Martim Fernandes passou para a direita e quem segurou as pontas na esquerda da defesa foi Galeno e fê-lo com tremenda eficácia.

6 Diogo CostaCompletamente desamparado nos golos do Sporting. Sem proteção efetiva contra os disparos dos leões nem os seus reflexos o salvaram, desta vez. Cruzamento/remate de Quenda bem detido ao primeiro poste, na primeira parte do prolongamento, saídas bem calculadas dos postes, transmitiu segurança e tranquilidade no momento crítico da partida.

4 João MárioPerdido nos duelos com Catamo, Pote e Gyokeres, em suma, foi demasiada areia para o seu camião, deixando Zé Pedro exposto à velocidade e dinamismo sobretudo do sueco, que foi um quebra-cabeças para a defesa portista. Além disso, nas subidas para o ataque, além de não fazer a diferença, demorou imenso a recuperar a posição – mas também se pode queixar de uma certa falta de solidariedade de Gonçalo Borges na ajuda defensiva.

4 Zé PedroAquela piada do final da Taça de Portugal acerca da superioridade que criou nos duelos individuais com Gyokeres trouxe-lhe o amargo sabor da vingança. Adivinhem quem saltou do bolso do central? O diabo sueco, em todo o seu esplendor, de turbo ligado, conduziu um veículo com rolo compressor que deixou o 97 do FC Porto em pedaços no primeiro e terceiro golos do Sporting. Com a subida de rendimento dos dragões, estabilizou no eixo e aos 105+1 teve corte providencial.

6 Otávio – Intranquilo em lances que pediam serenidade e um critério defensivo mais rigoroso. O melhor que fez foi mesmo o passe que resultou o golo de Galeno, e que nem teve a direção desejada, simplesmente Debast falhou o corte e, inadvertidamente, assistiu Galeno. Mais assertivo no segundo tempo, acompanhando o crescimento paulatino do coletivo até à explosão do empate. Cresceu imenso, tornou-se destemido, jogando no limite do risco.

6 Martim Fernandes – O primeiro a dar sinal de vida, num remate de longe, aos 2’. Não foi prenúncio de noite feliz, bem pelo contrário. No golo de Inácio podia ter feito melhor, ainda que a maior responsabilidade pertencesse a Alan Varela, que deixou a sua referência livre para cabecear para o 1-0. Na finalização de Quenda, além de estar longe do extremo, limitou-se a pentear a bola, que entrou veloz na baliza de Diogo Costa. É um belíssimo jogador, mas perde muito a jogar no lado esquerdo, onde, manifestamente, não se sente confortável. Quando se mudou para o lado direito a história foi outra, bem diferente, foi uma unidade mais segura e apagou a chama de Catamo.

4 GrujicA excelente pré-época atirou-o para uma titularidade que poucos discutiam. Uma perda de bola em zona proibida (muito bem Morita a tirar-lhe a bola) injetou poderoso contra-ataque de Gyokeres que acabou com Pote a celebrar o 2-0. Teve azar o sérvio, que na ânsia de colocar velocidade no jogo portista acabou traído pelo excesso de sagacidade. Este lance não só o penalizou como lhe amarrou as ideias. Bem substituído, Eustáquio libertou das amarras o meio-campo portista.

6 Alan VarelaPerdeu a sua referência de marcação no golo de Gonçalo Inácio. Até à reação portista e ao segundo golo de Nico González, errou até dizer basta, mas a partir dessa resposta da equipa, e com a companhia de Eustáquio e depois de Vasco Sousa, emergiu o médio que todos reconhecem como o grande farol do meio-campo dos dragões. E como foi importante para empurrar o FC Porto até à vitória!

7 Nico GonzálezNão estava a fazer um jogo excecional, longe disso, até apontar o golo que fez renascer as esperanças do FC Porto. Aquele 3-2 confirmou a sua amizade com as balizas adversárias, que se manifestou na pré-época, e despertou na equipa o sentimento de que era possível empatar a final e até ganhá-la no tempo regulamentar. Saiu esgotado aos 75’, cedendo o lugar a Vasco Sousa.

7 Gonçalo BorgesNão fez um jogo de encher o olho, aliás, do ponto defensivo fez uma 1.ª parte muito abaixo das exigências e a atacar demorou a fazer a diferença. Mas engatou o primeiro movimento corretamente ao assistir Nico para o 3-2, e esse momento definiu muito da história da final e da épica reviravolta dos azuis e brancos. Antes dessa assistência, teve espaço para rematar, a bola saiu dócil para as luvas de Kovacevic (56).

6 NamasoAproveitando um erro do guarda-redes do Sporting, tentou desenhar um chapéu e por pouco não foi feliz. Saiu no prolongamento. depois do 4-3. Até lá o que deu ao coletivo pode não ter sido visível ou evidente a olhares menos atentos, mas ao passar para a esquerda tornou aquela zona menos propensa à subida dos leões e mais adequada às características de Fran Navarro.

7 Iván JaimeDemorou um pouco a aquecer o motor. Confirmou a cambalhota do FC Porto no marcador com um golo feliz, mas cheio de fé. A bola tinha o destino da baliza e foi lá parar depois de um efeito que lhe foi dada involuntariamente por Mateus Fernandes – ainda assim, apesar do efeito surpresa, foi um lance que Kovacevic abordou muito mal, para alegria do espanhol.

7 EustáquioDificilmente podia pedir uma entrada mais triunfante. O trabalho individual no 3-3 apontado por Galeno foi uma bela obra de arte: rompeu para a área com um toque de calcanhar sublime e cruzou em velocidade, o brasileiro, sempre no sítio certo, só teve de empurrar. Trouxe renovada dinâmica ao miolo e ‘ressuscitou’ Alan Varela, até ali em evidente perda nos duelos com os leões.

7 Vasco Sousa – Encarna o verdadeiro espírito do FC Porto, é combativo, não dá uma bola por perdida, persiste, insiste e irrita o adversário. Massacrado com faltas, emprestou dinâmica brutal ao coletivo e ainda assistiu Fran Navarro para a melhor situação de golo do espanhol.

5 Fran NavarroTeve o quarto golo nos pés. Kovacevic respondeu com uma grande intervenção. Ainda marcou mas estava em fora de jogo. Causou desconforto nos centrais leoninos.

5 David Carmo – Bem, Vítor Bruno, a perceber que a defesa pedia mais centímetros. Entrou muito bem, a fechar o lado esquerdo, com cortes importantes.