Benfica-Celta, 2-2 Os destaques do Benfica: o pistoleiro Pavlidis e o xerife Rollheiser
Avançado grego voltou a marcar, agora duas vezes, argentino assume-se como patrão
Pavlidis
Mais dois golos, um de penálti, num remate forte a meia altura para a direita (guarda-redes ainda tocou na bola), outro depois de combinação com Rollheiser e David Neres, finalizada com um toque subtil. Nesse segundo lance, mostrou alguns dos melhores atributos: serviu de apoio a Rollheiser, tocou para Neres e desmarcou-se para marcar. Tem sempre o dedo no gatilho e dispara sempre que tem oportunidade. Isto para lá de pressionar como louco a saída de bola do adversário.
Rollheiser
Novamente a jogar como 8, mostrou personalidade ao reclamar a bola para tomar conta do jogo, como um xerife. Bom de bola e de cabeça levantada, procurou e encontrou linhas de passe para servir, de forma simples, quem estava à frente, com simplicidade e com propósito. Meteu intensidade na pressão a defender, aos 30’, por exemplo, estava na área a corrigir um erro de Tomás Araújo. Confirmou que é opção para o meio-campo. O segundo golo nasce de um lance em que encontrou Pavlidis, que combinou com Neres antes de finalizar.
Schjelderup
Está cheio de vontade de mostrar serviço. Algumas boas iniciativas individuais e combinações interessantes com Marcos Leonardo ou Arthur Cabral. Numa delas, numa tabela com Arthur Cabral, deixou para trás o defesa e rematou de pé esquerdo ao lado do poste esquerdo. Esteve novamente perto do golo quando respondeu a um passe de Leandro Barreiro e surgiu na área em boa posição – mas teve de virar-se para o guarda-redes e rematou contra ele.
Leandro Barreiro
Sem a mesma influência que teve com o Farense, ainda tentou pressionar a construção do Celta, aos 53’ recuperou uma bola mesmo à entrada da área adversária, mas os galegos estavam por cima do jogo e andou mais vezes atrás da bola do que com ela. E, nessa função, nem sempre acertou nos momentos de pressionar e fechar linhas de passe. Com classe, num passe sobre a defesa, isolou Schjelderup aos 84’
Samuel Soares – Foi obrigado a aplicar-se três vezes e fez três boas defesas. Mas sentiu muitas dificuldades, sob pressão, com os pés. Aos 27’ entregou a bola aos galegos e só foi salvo por João Mário perto da linha de golo.
Tiago Gouveia – Como lateral-direito é peixe fora de água, pouco acrescentou no ataque e foi regular a defender. Boa iniciativa aos 35’ acaba com má decisão. Aos 45’ bom passe para Pavlidis.
Tomás Araújo – Pareceu mais nervoso e demorou a soltar a bola na primeira fase de construção. Somou alguns cortes, como um aos 13’ no meio-campo do Celta.
Morato – Começou bem, anulando lances de ataque pelo ar e pela relva, mas caiu de produção e aos 34’ deixou-se antecipar por Mamba num lance que quase deu golo.
Carreras – Soltinho e ofensvo, bom cruzamento para Pavlidis aos 18’. Apanhou muitas vezes Bamba pela frente e apanhou alguns sustos.
João Mário – Salvou um golo perto da linha de baliza, falhou alguns momentos e zonas de pressão a defender, pausou mais do que acelerou o jogo.
David Neres – Isolou Pavilidis (estava em fora de jogo) aos 3’, isolou Pavlidis no lance do segundo golo. Não precisou de fazer muito (e deveria ter feito mais, por exemplo, a defender) para ser decisivo. Pode passar muito tempo sem influenciar positivamente o jogo e resolvê-lo de um momento para outro.
Prestianni – Cheio de genica e com agitação de quem quer dar boa impressão, pressionou adversários a defender, deu-se sempre a quem tinha a bola a atacar, tentou, sem muito sucesso, combinações com Pavlidis. Jogou atrás de Pavlidis e a verdade é que não muitos lances de ataque passaram por ele.
Aursnes – Manteve-se como ala esquerdo e foi competente. Certinho, fez a diferença no ataque quando sofreu falta para o penálti do primeiro golo. Já se sabe o que se esperar dele e, seguramente, melhorará.
André Gomes – Pouco a fazer nos golos. Na melhor defesa, voo para evitar o golo, mas o lance foi anulado por fora de jogo.
Leandro Santos – Atrevido e sem medo de atacar. Mais dificuldades a defender.
Gustavo Marques – Bom corte aos 72’, perda de bola perigosa aos 78’. Não esteve tão bem como na véspera.
Bajrami – Mais sereno que Gustavo Marques, mas também sem capacidade para evitar perigos na zona.
Tiago Parente – Infeliz no segundo golo (deixou bola passar sobre o pé e depois não evitou o remate), jogo não lhe correu bem. Bom centro aos 67’ que justificava outra reação de quem estava na área.
Florentino – Recuperou a bola e depois, num péssimo passe, ofereceu o golo a Iago Aspas. Se roubas bolas também as ofereceu aos galegos. Jogo sem grande motivos para estar satisfeito.
Pedro Santos – Uma finta aos 51’ entusiasmou os adeptos. Pouco mais. E via-se que estava cheio de vontade de mostrar que pode ser útil.
Marcos Leonardo – Jogou atrás de Arthur Cabral, como primeiro apoio do ataque, mas pouco jogo lhe chegou. Aos 67’, mesmo assim, criou uma vez desequilíbrio quando lançou Tiago Parente, que cruzou bem, sem alguém encostar na área. Remate à figura aos 85’.
Arthur Cabral – Aos 56’, pressionado, isolou Schjelderup com um simples toque. Aos 89’, num lance individual pela direita, passou a bola por entre as pernas de Unai Nuñez, mas deixou-se cair na área, pedindo, sem razão, penálti. A equipa, na segunda parte, passou mais tempo a defender e disso foi vítima. Andou por muitas zonas e poucas vezes na área.