Os primeiros dias de trabalho de Rúben Amorim contados por José Embaló a A BOLA, o primeiro avançado trabalhado pelo técnico dos leões. A surpresa inicial e a importância dos adjuntos no crescimento de jogadores como Gyokeres. O normal clima de desconfiança em Alvalade após a saída do treinador
José Embaló só ficou surpreendido com Rúben Amorim após os primeiros treinos no Casa Pia pelas indicações assertivas do técnico no trabalho ofensivo da equipa. Cada avançado tinha um papel bem definido. E tudo saía no jogo como havia sido trabalhado no treino.
«Era incrível… incrível. Às vezes olhava para ele e pensava para mim… ‘Mas este não era apenas um lateral que cumpria no Benfica?’ Como é que ele sabe tanto? Tudo bem que era um ‘filho’ de Jorge Jesus mas mesmo assim», diz, em tom animado, o avançado do Alashkert, que deseja regressar a Portugal na próxima janela de mercado em janeiro. «Foram muitos anos fora. Acho que é a hora de voltar a casa», assume.
A divisão do universo leonino em torno da saída do técnico também é encarado com normalidade por José Embaló. A marca deixada é muito forte.
Treinador dos leões colocou sueco no topo do mundo e levou todas as suas outras referências ofensivas aos melhores registos da carreira. A história de A BOLA com José Embaló, o primeiro avançado do técnico dos leões na carreira (atualmente joga na Arménia) que foi lapidado em Pina Manique. De Embaló a Gyokeres, passando por Paulinho ou Tiago Tomás
«É normal. E ele entende esse ressentimento. Não é fácil encontrar um treinador que faça tudo às claras, que é justo e tem uma ideia de jogo bem explicita em que todos os jogadores são cativados, os que jogam e não jogam, e depois ganha títulos. Ele juntou isto tudo. Nenhum sportinguista vai esquecer o que se viveu com Amorim por isso é normal essa frustração e todos questionam: ‘E agora? E senão corre bem como da última vez?’… Só temos de aplaudir como deve ser e agradecer tudo o que fez no futebol português», reforça o atacante, que desabafa numa última constatação.
«Eu já tive muitos treinadores na minha carreira, uns muito bons, outros medianos, outros maus, mas Amorim é especial. Jorge Costa, por exemplo, que me dizia nos últimos 25 metros para fazer tudo com responsabilidade e o Lito Vidigal que me ensinou como pressionar os centrais no meu início de carreira. Não sabia muito sobre isso e foi um verdadeiro professor. Mas Amorim é especial pela sua estratégia no jogo», disse, terminando, muito animado, com a possibilidade de fazer um telefonema a Amorim para o recrutar para... Manchester: «Obviamente seria um sonho (risos). Claro. Quase com 32 anos… nem que fosse para fazer 10 minutos, marcar um golo e dar uma vitória ao Amorim (risos). Seria espetacular. Era um sonho, mas tudo não passa de um sonho… Desejo-lhe o melhor do mundo»