Arouca «Objetivo é chegar à fase de grupos da Liga Conferência»
O plantel do Arouca já iniciou a abordagem à temporada 2023/2024, com a realização da bateria de exames médicos, numa campanha em que terá como desafio extra a entrada na Liga Conferência, entrando na terceira ronda de qualificação. Daniel Ramos é o novo treinador dos lobos da serra da Freita, reconhece as dificuldades com que se vai deparar, mas está convicto que a sua experiência será importante para contornar os obstáculos e atingir os objetivos determinados pelo clube.
Foi contratado poucos dias após o fecho da última campanha. Pode depreender-se de que havia muita vontade do Arouca em contar consigo?
O presidente e administração falaram comigo no sentido de querer resolver com brevidade essa questão, no sentido de preparar bem o arranque da nova época, dando especial ênfase a esse mesmo arranque. Rapidamente nos entendemos. Havia a minha vontade de regressar a Portugal num bom projeto e perante o que me foi apresentado decidi que era um bom passo na minha carreira vir para o Arouca, pelo desafio, por aquilo que me foi pedido, pelas intenções que eram comuns. Desafio é alto e eu queria isso para mim. Estamos aqui, nos exames médicos, para arrancar da melhor forma e quarta-feira arrancamos com o trabalho de campo. Há que preparar muito bem uma época exigente, com grandes objetivos pessoais e coletivos. Todos têm de sentir isso desde o início.
O Arouca vai disputar a Liga Conferência. O que lhe foi pedido?
Que desse o melhor na procura chegar à fase de grupos. Seria muito importante e vantajoso para todos. Só festejaremos em caso de passagem à fase de grupos. É nisso que nos vamos concentrar.
E quais os objetivos nas competições internas, depois de uma temporada histórica?
Foi-me pedido que continuasse a promover o clube. Há dois aspetos importantíssimos a nível interno: a valorização de jogadores e os resultados. A valorização de jogadores satisfaz-me bastante. Faço disso uma bandeira da minha carreira. Muitos dos jogadores que passaram por mim saíram beneficiados. É isso que quero continuar a fazer. Os resultados desportivos ajudam a esta valorização. Ajudam a que toda a gente fique satisfeito pelo que é conseguido. Temos três competições internas para dar o nosso melhor. Na Liga, e como prioridade, queremos conseguir posicionar o Arouca novamente como um clube de Liga, com o máximo de responsabilidade e qualidade ao nível da nossa performance, proporcionando desafogo na tabela classificativa, sem andar em posições complicadas. Na Taça da Liga, pretendemos passar eliminatórias e chegar o mais longe possível. Lutaremos pelo melhor possível nas três provas.
As equipas mais modestas que atingem patamar competitivo da UEFA, normalmente, correm sérios riscos de descida. É um dado histórico. O que acha em relação a isso?
Julgo que é uma questão de planeamento. Tive essa experiência por duas vezes e fui bem sucedido, mas reconheço que há exemplos de equipas que vão à Europa e que depois descem de divisão. Com o Marítimo atingi o sétimo lugar e com o Santa Clara estava a arrancar de forma tranquila e fez uma boa época. Saí a meio para ir para a Arábia Saudita. Esta situação tem muito a ver com o planeado e com o aspeto fundamental de ter um plantel competitivo e de qualidade para dar resposta nas várias frentes e nos momentos de sobrecarga, de castigos ou leões, não haver qualquer reflexo negativo. Daí a importância de ter um plantel competente e que responda nas adversidades da melhor forma. Vamos gerir as quatro competições de igual forma, usando a minha experiência para saber o que é mais importante em cada momento.
Quanto ao plantel está mantida uma base importante e sobre os reforços, o que se pode esperar?
A prioridade foram as renovações. Renovámos com o Tiago Esgaio e o Galovic, mantivemos a base, estamos num período de mercado, ainda poderá surgir uma ou outra saída. Temos a continuidade na baliza, oito defesas, só o Sema saiu. Vamos arrancar com quatro centrais para avaliar se existe necessidade de ir buscar mais alguém. No meio-campo as perdas não foram muitas, só o Soro e o Alan Ryuiz. Eram elementos importantes que estamos a tentar colmatar da melhor forma. Aposta será o reforço da linha de ataque.
Conta com Vitinha e Weverson no arranque?
Conto. A informação que me foi transmitida é de que estão muito próximos de estar quase a 100 por cento. Haverá, é certo, alguns cuidados iniciais, antes de começarem a fazer tudo.
O que tem a dizer sobre os reforços Cristo González e Pedro Santos?
São dois jogadores que aprovei. Ambos conhecia muito bem. O Pedro Santos estava num dos nossos campeonatos e com as informações recolhidas e com aquilo que já conhecia sei que é um reforço que vai trazer muita competitividade interna. O Cristo foi-me já referenciado no tempo em que estava no Santa Clara, mas na altura não foi possível contratá-lo. É um avançado que traz mobilidade e qualidade técnica. São dois excelentes reforços. Não quero muitos, quero é bons. Estamos a trabalhar no sentido de trazer mais alguns elementos que possam aportar ainda mais qualidade à equipa.