Objetivo cumprido
Arthur Cabral e Rafa celebram golo do Benfica frente ao Casa Pia (Foto: PAULO CUNHA/LUSA)

MISTER A BOLA Objetivo cumprido

NACIONAL18.03.202418:22

Vítor Vinha analisa a vitória, por 1-0, do Benfica em Rio Maior frente ao Casa Pia em jogo da 26.ª jornada da Liga

Sistemas distintos

Casa Pia e Benfica mantiveram os seus sistemas de jogo habituais: o Casa Pia organizou-se em 3x4x3 no ataque e 5x2x3 a defender, enquanto o Benfica adotou o 4x2x3x1. Neste arranjo, Rafa frequentemente unia-se a Marcos Leonardo formando a dupla de avançados, tanto ofensiva quanto defensivamente. Ambas as equipas, portanto, dispunham de espaços exploráveis. A estrutura a três na construção do Casa Pia conferia-lhe vantagem sobre a pressão dos dois avançados benfiquistas. Ultrapassando essa primeira linha de pressão, e com laterais avançados, o Casa Pia conseguia tirar partido perante a linha defensiva do adversário, disposta em 5x4. Por outro lado, António Silva e Otamendi enfrentavam a pressão do avançado Felippe Cardoso na construção.

Os gansos, concentrados em fechar o corredor central, faziam com que Nuno Moreira e Pablo Roberto se posicionassem mais por dentro, diminuindo a vantagem numérica do meio-campo dos campeões nacionais. Assim, os espaços abriam-se nas laterais, exigindo dos encarnados criatividade nas alas, onde, com Aursnes à esquerda e Di María à direita, o Benfica mostrava menor velocidade e capacidade de desequilibrar.

Faltou a bicada

Com o pior ataque do campeonato, o Casa Pia, sob a orientação de Gonçalo Santos, tem aprimorado a sua construção e capacidade de criar jogadas com princípio, meio e fim. Larrazabal e Felippe Cardoso desperdiçaram grandes oportunidades de marcar, e Pablo Roberto forçou Trubin a uma defesa complicada. Já se sabe que quem não marca arrisca-se a sofrer e, com o decorrer do encontro, os gansos foram perdendo fulgor. Na segunda parte foram inofensivos.

Persistência encarnada

Após um jogo difícil em Glasgow e as controversas declarações de Kokçu, a equipa de Roger Schmidt alcançou o seu principal objetivo: a vitória. Embora com um início aquém, com o passar do tempo encontrou maneiras de penetrar a muralha defensiva do Casa Pia. Com combinações, movimentos à profundidade, ou bolas paradas, sem serem avassaladores, os encarnados foram somando boas ocasiões para marcar. Rafa e António Silva estiveram entre os que mais falharam, até que aos 74 minutos, a persistência foi premiada com um excelente golo de Arthur Cabral, garantindo o triunfo do campeão nacional.

Destaques

Arthur Cabral, apesar de ter entrado apenas na segunda metade,  fez a diferença. Marcou o único golo do encontro e, noutro lance, rematou cruzado para uma excelente defesa de Ricardo Baptista. Mais não se podia pedir ao ponta de lança. Di María, embora menos ágil e com reduzida capacidade de desequilibrar no 1x1, acumulou tentativas perigosas e passes que poderiam ter dado em golo.  O argentino ajudou a empurrar o Casa Pia para trás e, por diversas vezes, esteve próximo de ampliar a sua influência no jogo.