Confiança total dos jogadores em torno do treinador é fator decisivo para Frederico Varandas continuar a acreditar na aposta. Índices motivacionais subiram na Academia leonina após vitória com o Boavista. Os factores que contribuem para a paciência (e resistência) do presidente em não tomar uma decisão de uma saída prematura do sucessor de Ruben Amorim
Todos com João Pereira. Os índices de confiança do plantel subiram após a recente vitória sobre o Boavista (3-2) e o ambiente na Academia é bem menos pesado do que aquele que se vivia antes do duelo com os axadrezados. Todos os jogadores estão, de resto, ao que apurou A BOLA, empenhados em ajudar a ultrapassar o clima de desconfiança que ainda existe em torno do treinador.
E essa comunhão de ideias tem sido, aliás, um dos principais fatores, decisivo até, para que a SAD presidida por Frederico Varandas não tivesse ainda avançado para uma decisão precipitada depois da onda de contestação que vem assombrando João Pereira desde o primeiro dia de trabalho em Alvalade. Os jogadores sabiam que a herança era pesada mas receberam com agrado as ideias de João Pereira, considerando, até, existirem semelhanças com aquilo que era feito com o seu antecessor, Ruben Amorim. Mais: sempre estiveram dispostos a dar tudo pelo treinador e ex-colega de balneário de grande parte do núcleo duro do leão.
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Pois bem, se essa vontade geral em ajudar o treinador existe desde o primeiro dia… quais as razões para o desempenho e a crise de resultados em que a equipa se viu envolvida depois de um arranque de temporada invencível? Uma delas, ao que A BOLA apurou junto de fonte próxima do plantel, esteve ligada a uma crise de ansiedade ligada a essa ambição em querer provar, no imediato, de que a equipa conseguiria ultrapassar a saída de Amorim com sucesso. Uma pressão que a própria equipa tem tido dificuldades em lidar e que tem sido visível em muitos dos erros individuais que a equipa tem vindo a cometer nos últimos jogos.
As questões técnicas são outro dos pontos apontados a João Pereira como justificação do ciclo negativo em que entrou a equipa após a saída da antiga equipa técnica. Os jogadores têm vindo a trabalhar outras dinâmicas, sobretudo defensivas, o que obriga, claro está, a algum tempo até uma consolidação. Algo que o plantel também encara com total normalidade. São todos estes pontos que ajudam, nesta fase, a ilibar João Pereira do momento mais negativo da equipa. E que não colocam o treinador, apesar de algumas vozes dissonantes, como um problema dentro da Academia.
7 dezembro 2024, 08:15
Presidente cada vez mais isolado na confiança dada ao treinador. Moreira de Cónegos deixou marcas mas (para já…), sabe A BOLA, não será tomada qualquer medida de corte e divórcio da SAD com o técnico
Toda esta paciência e resistência de Frederico Varandas — apesar das pressões sofridas junto das pessoas do seu círculo mais próximo — em torno de João Pereira não deixa, obviamente, de estar ligada aos resultados. A SAD sabe que a margem de erro é quase nula nesta fase, mas tem conhecimento pleno dessa aprovação do grupo, considerada como fundamental para o crescimento da equipa. Algo que motiva a crença do próprio presidente na aposta arriscada (mas há muito planeada) para a sucessão de Ruben Amorim.
João Pereira estará, obviamente, refém dos resultados, mas não tem apenas a confiança do líder máximo dos leões. Também tem o plantel com ele.
16 dezembro 2024, 07:10
Vitória sobre o Boavista devolveu o ânimo ao plantel, mas SAD exige respostas positivas até ao dérbi com o Benfica. Avaliação do técnico será feita jogo a jogo, todos os cenários continuam em cima da mesa, mas intenção passa por consolidar a liderança antes do final do ano
E isso, entende a SAD, é meio caminho para o sucesso. Ultrapassado o choque, até emocional dentro do balneário, com a saída de Amorim, todos estão empenhados em responder dentro de campo com vitórias. Que tardaram em aparecer, é certo, mas muita da ansiedade, ou parte dela, acreditam os responsáveis leoninos, terá desaparecido após o triunfo suado sobre o Boavista.
Algo que só poderá ser confirmado amanhã com o Santa Clara, curiosamente, um adversário repetido na era João Pereira após a derrota na Liga. Desta vez sem margem para errar...
Não deixa de ser um dado que também tem sido tido em conta por Frederico Varandas na avaliação do desempenho da equipa leonina nos últimos jogos. A entrada de João Pereira no comando do Sporting coincidiu com uma onda de lesões — de vários jogadores com peso no grupo — como há muito não se via em Alvalade. Nem mesmo no reinado que Ruben Amorim que também se debateu com muitos problemas no arranque da temporada. Esta semana, por exemplo, João Pereira não contou com seis leões entregues ao departamento médico: Gonçalo Inácio, Morita, Bragança, St. Juste, Pedro Gonçalves e Nuno Santos.
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Para se ter uma ideia: a maior goleada do Sporting de Amorim em 2024/2025 (6-1 ao Nacional, na 2.ª jornada) tinha quatro destes seis jogadores no onze: Bragança, Morita, Inácio e Pedro Gonçalves.
Ausências notadas de peças que foram fulcrais no reinado de Amorim e que têm estado riscados por lesão. Problemas que, por sua vez, abriram portas a jovens da formação que João Pereira não teve receio em lançar como os casos de João Simões (17 anos) e Henrique Arreiol (19).
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