O leão que se chega à frente
Adeptos do Sporting presentes em Faro (Foto: Maciej Rogowski/IMAGO)
Foto: IMAGO

Opinião O leão que se chega à frente

NACIONAL01.10.202313:43

«Lá, onde a coruja dorme», a opinião de Luís Mateus

O quarto classificado do último campeonato é o primeiro do atual. Se a amostra de sete jornadas é reduzida e há tendência natural para que os grandes percam poucos pontos – Benfica deixou três no Bessa, FC Porto outros três na Luz e o Sporting só trouxe um de Braga, com o conjunto de Artur Jorge a ser aquele que se mostra mais irregular –, algo já salta à vista: o leão volta a começar bem, apresenta solidez assinalável – apesar dos dois golos sofridos de livre diante de um Farense reduzido a dez – e assume uma liderança isolada que não saboreava há quase três anos. Muito se deve a um mercado assertivo – Gyokeres transforma por completo a forma de jogar – e a um treinador que consegue reunir, mesmo com alguns falhanços pelo meio, toda a gente à sua volta, não só em termos táticos como de liderança. 

É verdade que muito ajuda o título conquistado no início e que comprova que a fórmula pode ter sucesso, porém a capacidade de reinvenção, mesmo não seja visível para aqueles que só pensam no 3-4-3, ou seja na rigidez de esquema tático (e não na rigidez tática, acrescento eu), está lá. Dos quatro, o Sporting parece aquele com as ideias mais assentes e, desde já, candidato forte.

É natural que no Benfica ainda se festeje a segunda vitória sobre o FC Porto. No entanto, se parece evidente que Roger Schmidt encontrou há muito a solução – embora necessite resolver a ‘saída’ sob pressão agressiva –, não é tão claro que confie por completo nesta, uma vez que revisitou o seu passado radical assim que sentiu que não conseguia mais manter Neres no banco. O triunfo muito se deve à expulsão de Fábio Cardoso, o que deveria obrigar a repensar a abordagem, contudo também não poderá servir de desculpa no Dragão. Agora, sim, nota-se falta de tempo para tapar as saídas nucleares.