«O guião está feito»: leão ferido, entrevista de Pinto da Costa e mercado. Tudo o que disse Vítor Bruno na antevisão ao clássico

NACIONAL30.08.202417:39

O FC Porto e o Sporting protagonizam o primeiro clássico da Liga nesta temporada, semanas depois de os dragões terem vencido os leões na Supertaça

Vítor Bruno, treinador do FC Porto, esteve no auditório do Estádio do Dragão, a fazer a antevisão do clássico com o Sporting, em Alvalade, agendado para as 20h30 deste sábado. Depois da conferência de imprensa, a comitiva portista viajou rumo à capital.

Na Supertaça, o Sporting ficou ferido no orgulho. Acha que eles vêm mais fortes por causa disso?

«É possível que o Sporting esteja ferido, mas os sinais não mostram isso. Demonstraram um elevado rendimento após a Supertaça. Temos que estar sempre atentos e não desviar o foco do que aconteceu até aqui. Do outro lado, temos uma equipa forte, bem orientada, segura e sólida. Este será um jogo diferente, e precisamos de estar concentrados para não correr os mesmos riscos que na Supertaça. Agora, teremos que ser sempre muito fiéis àquilo que somos, fiéis àquilo que é o nosso traço identitário principal e preparados para encharcar o nosso equipamento de suor. Vamos a Alvalade com um grande desejo de ganhar, mas também conscientes de que enfrentaremos um Sporting muito forte.»

Os reforços recentes poderão ser utilizados? Como avalia as novas aquisições e espera um fecho de mercado mais agitado?

«Espero que o mercado não seja agitado. Estamos a avaliar o plantel e queremos encontrar o equilíbrio necessário. Aceitamos o desafio da administração e estamos satisfeitos com o que tem sido feito, de forma silenciosa e discreta. Os reforços chegam em estados de maturação diferentes, alguns já conhecem o clube, mas todos precisam de fazer do treino o seu maior aliado. Só assim estarão mais preparados para jogar.»

O que achou do sorteio da Liga Europa? Há alguma preocupação com as longas viagens?

«O sorteio podia ter sido mais favorável, mas teremos de enfrentar um campeão norueguês, um campeão israelita... clubes com provas dadas. Precisamos de estar à beira da perfeição para competir ao mais alto nível.»

O facto de o mercado fechar antes do clássico nos principais campeonatos europeus traz-lhe algum conforto? Como se sente em relação à possível perda de jogadores?

«Isso não nos dá conforto total, porque ainda há campeonatos emergentes que podem fazer ofertas elevadas a qualquer jogador, deixando-nos em sobressalto. Tentamos controlar o que podemos ao máximo, mas não perdemos sono com isso.»

O FC Porto tem começado os clássicos em desvantagem, mas tem conseguido dar a volta. Vai baixar a linha de pressão?

«A equipa sabe o que tem de fazer e as ameaças que o Sporting pode apresentar. As transições do Sporting são muito perigosas, também precisamos de estar atentos às bolas paradas. O Rúben Amorim disse bem [na antevisão]: tentarão ser fiéis ao que são, sendo que nenhum saberá o que estará do outro lado. Quando tivermos mais atrás ou mais adiante estaremos. Os jogadores sabem o que fazer, o guião está feito, agora é ir a jogo»

O presidente Pinto da Costa falou sobre a troca de treinadores. Acha que o timing escolhido afetou a equipa?

«É uma questão que tem de colocar ao antigo presidente. Quanto ao timing… Em relação a mim, se me deslumbrasse quando falam bem de mim ou são deselegantes, era sinal que não me conhecia. Sei quais são os meus valores e nunca me vou deixar corromper. De qualquer forma, terá de perguntar ao antigo presidente se o timing é o melhor. Aqui, só quero realçar os valores desta equipa. O único pensamento é vir de Alvalade com os três pontos»

Nos últimos jogos, os adversários têm tido jogadores expulsos, mas o FC Porto não tem conseguido marcar nesses momentos. Prefere jogar contra 10 jogadores?

«O tempo é demasiado precioso para o perder com questões desse tipo. Quando o adversário fica reduzido a 10 jogadores, é porque algo ocorreu para isso. Sempre que isso aconteceu, os jogos já estavam bem encaminhados a nosso favor. Mesmo contra 10, conseguimos criar situações de golo, e isso é o que me satisfaz. Os jogadores sabem que não podem tirar os olhos da baliza adversária. Jogar contra 10 pode mudar a dinâmica do jogo, mas estamos cientes da nossa intencionalidade e do que queremos alcançar.»

Com a saída de Francisco Conceição, já tem algum jogador em mente para o substituir? Vai deixar saudades?

«Só respondo a perguntas sobre jogadores que estão no plantel.»