«O Gil Vicente já demonstrou capacidade contra as equipas do topo da Liga»
Carlos Cunha, técnico interino dos galos, reconhece que esta semana «não foi normal»
Apesar de reconhecer que a semana do Gil Vicente «não foi normal», o treinador interino dos galos lembra que a equipa já demonstrou as suas capacidades «contra as equipas do topo da Liga» e, por isso, espera «um bom resultado contra o Sporting». Carlos Cunha, na antevisão à partida desta sexta-feira, afirma que preparou a equipa dentro da «ideia e modelo de jogo» que havia sido utilizada por Vítor Campelos, e que guarda para o grupo de trabalho a forma de ferir os leões.
«Será um jogo difícil. Uma partida que exigirá da nossa parte grande competência, concentração e será isso que iremos introduzir no nosso modelo. Vamos tentar demonstrar capacidade na nossa casa, sendo que olhámos para os últimos resultados no sentido de garantir um bom resultado contra o Sporting. Preparámos o jogo dentro daquilo que é a nossa ideia e modelo de jogo. Depois, adaptámos esse modelo às nuances e caraterísticas do nosso adversário. Existe uma vantagem pelo mediatismo que o oponente tem, porque nos ajuda a implementar as nossas ideias de jogo», referiu.
Sobre a semana de trabalho… «A semana não foi normal, a nossa ideia de treinador é passar a maioria de tempo com os jogadores. Isso cria laços afetivos e ligações fortes em termos emocionais. Sabemos o que aconteceu. Digo que isto não passa ao lado dos intervenientes, mas dentro deste contexto vamos dar o nosso melhor. Vamos tentar ser, e volto a referir, uma equipa concentrada e competente, assim como ambiciosa, no sentido de disputar o jogo», revelou.
Reconhecendo que a saída do técnico mexeu com o grupo, Carlos Cunha disse que apontou «para aquilo que é essencial e não para aquilo que é acessório». «A equipa tem de olhar para este jogo como uma oportunidade e não como um momento de tensão. A equipa sabe que, se fizer um bom jogo amanhã, é uma oportunidade que se abre a todos. Neste contexto, o tipo de adversário que é valoriza e até nos pode ajudar neste momento. Por isso, temos de nos concentrar naquilo que podemos retirar de positivo deste jogo», salientou.
O treinador interino do Gil Vicente teceu rasgados elogios aos leões, mas acredita que pode explorar algumas fragilidades. «É uma questão do momento, porque somos nós a tentar fazê-lo. O que é certo é que temos de valorizar as dinâmicas do Sporting. Eles são uma equipa muito agressiva, que acrescentou ao seu jogo grandes individualidades e falámos muito, pelo menos, do ponta-de-lança [Gyökeres], que é um jogador assertivo, forte nos duelos e bom no ataque à profundidade. Não perderam as dinâmicas que tinham no seu jogo entre linhas e na largura máxima, portanto é competente em todos os momentos. O que podemos explorar? Isso guardamos para nós, porque não será um jogo fácil», alertou.
O técnico, apesar de reconhecer a qualidade do adversário, está mais focado na sua equipa. «O meu foco não é propriamente o Sporting porque somos o Gil Vicente. Agora, percebendo a questão, os jogadores do Sporting, tendo em conta os resultados, reforça aquelas que são as caraterísticas da conquista do campeonato. Sabemos que a moldura será grande, com muito apoio na equipa, mas convém retirar algo adicional. Metade dos jogos do nosso campeonato são em nossa casa e, independentemente da moldura humana que está, os jogadores estão sempre motivados e estimulados», afirmou.
«Agora, com o estádio cheio estarão com certeza mais estimulados. Independentemente do ruído, o contexto é o nosso contexto, e já demonstrámos contra todas as equipas do top cinco da Liga as nossas capacidades, por isso, estamos motivados, sabemos das aspirações do Sporting, mas o jogo vai começar empatado. o Sporting irá lutar pelos três pontos, assim como o Gil Vicente», completou.
Carlos Cunha não quis terminar a conferência de antevisão ao encontro desta sexta-feira sem enviar «um grande abraço ao Vítor Campelos». «Ele, que esteve comigo aqui durante todos estes meses em contextos, no início da época, um pouco complicados, fruto de algumas perdas de jogadores. Começou a preparação da época com muitos dos meus jogadores em estágio. Estas coisas não são esquecidas e temos de nos lembrar que a vida de treinador é, muitas das vezes, exigente e, por vezes, ingrata. O que é certo é que, da minha parte, merece o maior sucesso do mundo e estará para sempre marcado na passagem aqui por nós e é essa amizade que fica para o futuro», rematou.