O balanço do pós-Benfica de João Félix, perto do seu regresso ao Atl. Madrid
João Félix, com o 14 nas costas, ao serviço do Barcelona
Foto: IMAGO

O balanço do pós-Benfica de João Félix, perto do seu regresso ao Atl. Madrid

Internacional português teve percurso altamente irregular nestes cinco anos fora de Portugal

Em 2018/19, o Benfica foi campeão nacional. Fê-lo com Bruno Lage a treinador, Seferovic como melhor marcador e com um jovem sensacional de 19 anos. Quando Lage passou para 4-4-2 para «pôr o miúdo a jogar», como afirmou o próprio, as águias ganharam um caudal ofensivo tal que permitiu ganhar, em 18 dos 19 jogos seguintes, volver uma desvantagem de sete pontos e ser campeão na última jornada, frente ao Santa Clara.

Esse «míudo» era, naturalmente, João Félix. Despontou ainda com Rui Vitória, começou a jogar nas costas do ponta de lança com Lage e nunca mais parou. Fez 15 golos e sete assistências só no campeonato, apontou um hat-trick ao Eintracht Frankfurt na Liga Europa e conquistou o Golden Boy, prémio para o melhor jogador jovem do Mundo. Quando o conquistou, porém, já era na maior venda de sempre do campeonato português.

João Félix ao serviço do Benfica (IMAGO / Jan Huebner)

Com 126 milhões de euros, o Atl. Madrid, que tinha acabado de perder a sua principal referência criativa, Antoine Griezmann, para o Barcelona, bateu a cláusula (não tão) proibitiva de Félix e levou o avançado para a capital espanhola. Com Diego Simeone, porém, as coisas correram tudo menos de feição...

A primeira temporada foi, como normalmente acontece, de adaptação para o jogador. Apesar da tenra idade, Simeone colocou-o na frente de ataque do Atlético em 27 partidas da liga espanhola. Os seis golos que apontou, não sendo um registo brilhante, mostraram potencial que, na época seguinte, se veio a afirmar com maior veemência.

Em 2020/21, Félix, além de jogar em todas as partidas da Liga dos Campeões, também jogou em quase 2 mil minutos no campeonato. Fez sete golos, assistiu outros seis e teve papel preponderante na conquista do título, no final da época.

João Félix celebra o título de campeão espanhol pelo Barcelona (IMAGO)

Foi esse o ponto alto da carreira do avançado em Madrid. Na época seguinte, não chegou aos 1300 minutos no campeonato, equivalente a menos de 15 jogos completos na competição. Apesar de o seu número de golos ter aumentado - marcou oito, mais um - também as lesões foram fator mais presente. A sua temporada acabou a meio de abril, devido a um problema físico.

Nessa altura, porém, o desagrado entre clube, jogador e treinador já era evidente. E na época seguinte, mais presente ficou. Em meia época, somou menos de mil minutos de competição e, depois de um empate a zero com o Club Brugge, em que o português não jogou, ficou visível o descontentamento de parte a parte. «Têm de lhe perguntar por que está chateado», disse Simeone.

Diego Simeone com João Félix (IMAGO)

O mercado de janeiro chegou e, com ele, um acordo bom para todas as partes: Félix foi emprestado ao Chelsea. Contudo, e apesar de mostrar, como sempre fez, laivos do seu talento individual, chegou aos blues com a 'casa a arder'. Resultado: quatro golos e outras tantas vitórias em 20 jogos.

No passado verão, 'estalou o verniz' quando João Félix anunciou que queria sair. Mas não só isso. O internacional português também disse que queria ir para... o Barcelona. A contratação mais cara da história do Atlético Madrid assumiu que queria ir para o rival, o «clube dos seus sonhos». E assim fez: o clube emprestou-o ao clube catalão, pelo qual não se coibiu de festejar quando apontou o golo da vitória frente aos colchoneros, na primeira volta do campeonato.

No entanto, o estado de graça também chegou ao fim na Catalunha. Apesar de ter sido titular na primeira metade da época, os tempos de estabilidade blaugrana só chegaram depois de janeiro, já sem Félix como titular absoluto. Raphinha e Lamine Yamal passaram a ser os extremos de eleição e, apesar de ser o centro do ataque a posição preferida do atacante, Lewandowski foi opção indiscutível para Xavi.

Ainda assim, o interesse culé manteve-se. Só que o do Atlético... não. Os colchoneros estão cansados de empréstimos e querem rentabilizar parte do investimento, já que não no plano desportivo, que seja a nível financeiro. Os valores pedidos são incomportáveis para o Barça, que terá outros alvos em mente e, devido às questões do fair-play financeiro, as contas são limitadas.

Ou seja, tudo se encaminha para que, no final das suas férias, João Félix volte ao Atlético Madrid. Após as declarações de amor ao rival, os festejos contra o seu clube e as palavras de Simeone, que diz entender o porquê de os adeptos rojiblancos estarem chateados com o português, dia 26 de julho é a data para se apresentar em Madrid. Só o futuro dirá como será - se é que haverá - reconciliação entre as várias partes. Para já, Enrique Cerezo, presidente do Atlético já disse: «João Félix é nosso jogador, por isso, estamos à espera dele.»

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