Novo presidente da Mesa do Benfica explica porque continuou a AG e o que acontecerá a seguir
José Pereira da Costa, presidente da Mesa da Assembleia Geral do Benfica. Foto: BTV

Novo presidente da Mesa do Benfica explica porque continuou a AG e o que acontecerá a seguir

NACIONAL21.09.202422:04

José Pereira da Costa comenta pedido de demissão de Fernando Seara e justifica continuação do processo de revisão de estatutos

José Pereira da Costa, vice-presidente da Mesa da Assembleia Geral (AG) do Benfica que assumiu a condução dos trabalhos da Assembleia Geral Extraordinária (AGE) depois da demissão de Fernando Seara, presidente da Mesa da AG, explicou aos benfiquistas, em entrevista à BTV, porque continuou a reunião magna dos encarnados.

O dirigente, apresentado no caal dos encarnados já como presidente da Mesa da AG, foi questionado, primeiro, sobre a decisão de Fernando Seara.

«Foi uma decisão pessoal, apresentada na Assembleia Geral, aliás, local onde tal poderia ocorrer. Antes de mais, uma palavra ao professor Fernando Seara, que enquanto presidente da Mesa da AG presidiu aos trabalhos que antecederam o dia de hoje. Essa presidência e a sua sagacidade e capacidade com que liderou esses trabalhos permitiram que nós, hoje, aprovássemos da parte da manhã uma proposta de caráter global que é a proposta motriz que levará a que, depois, na especialidade, com ou sem alterações, e já foram aprovadas duas, possamos levar a votação final global, na obediência à ordem de trabalhos. O professor Fernando Seara tomou essa decisão, os trabalhos não foram suspensos, a Mesa reuniu, conversando com os demais órgãos sociais, e decidimos continuar um processo que tinha sido iniciado. Fizemo-lo também pelo seguinte: isto é um processo constituinte do Benfica, que visa alterar os estatutos, que são a razão de ser e que disciplina o Benfica no dia a dia. Tendo sido aprovada de manhã uma proposta de natureza global e estando nós a meio de um processo de votação na especialidade não fazia nem faz sentido do ponto de vista jurídico interromper esse processo. Continuámos com os trabalhos e suspendemos a hora programada, que era as 20 horas, já com uma série de artigos votados, uns aprovados, no caso dois, outros não aprovados», começou por dizer José Pereira da Costa.

O dirigente admitiu a dificuldade de marcar a próxima AGE dentro de 30 dias: «Foi aprovado um requerimento que visava, aliás, também, a suspensão da AG por volta das 19.30 horas e que poderia permitir a suspensão às 20 horas, fossem quais fossem os artigos por aprovar, que solicitava que a AG fosse marcada nos próximos 30 dias. A Mesa transmitiu aos sócios, na AG, o seguinte: que tentará compatibilizar os vários requisitos necessários para a votação na especialidade e depois por voto secreto na generalidade; e esses requisitos são de diversa grandeza e de importância diversa. São os seguintes: tempo, modo e espaço. Tem de haver tempo para debater as propostas, tem de haver modo — agora que foi aprovada uma proposta na globalidade vai ser feito um trabalho que sistematize e permita que os sócios votem o mais esclarecidamente possível — e tem de haver um lugar, têm de estar disponíveis dois pavilhões e não pode haver jogos no complexo desportivo. Vai ser difícil encontrar um dia nos próximos 30. Se esse dia existir nós marcamos a AG.

Seguiu-se o balanço da AG: «Houve dois momentos: de discussão e votação na generalidade […] de uma proposta de síntese que foi debatida e aprovada por uma maioria de mais de 65 por cento dos sócios. Depois, um segundo patamar: a votação na especialidade, que correu bem. As propostas foram sendo apresentadas, discutidas e votadas. Uma votação exaustiva, porque na ata deve constar o número de votos sim, não e abstenções. Os sócios dentro deste complexo procedimental estiveram bem, a democracia funcionou. Acabámos no artigo 21 e estamos preparados para votar os três quintos que faltam com a máxima tranquilidade.»

José Pereira da Costa revelou que, na especialidade, foram aprovados dois artigos na especialidade, um sobre equipamentos e outro procedimental.

Por fim, José Pereira da Costa assegurou que o processo continuará com a maior tranquilidade: «O presidente Rui Costa, numa intervenção final que sintetizou bem o que se tinha passado do ponto de vista emocional, garantiu-o. Tudo faremos para que a síntese esteja feita a tempo e horas. […] Os órgãos sociais candidataram-se com a promessa do presidente Rui Costa de que os novos estatutos seriam discutidos. Estão a ser discutidos, têm um prazo para entrar em vigor e oportunamente estarão definidos. Os sócios manifestaram-se que queriam novos estatutos, mais modernos, que transportassem o clube para uma realidade diferente na abordagem ao mundo societário do Benfica, que desse mais poder ao clube na gestão do quotidiano e isso está garantido. Estamos a discutir outros temas também importantes, alguns fraturantes, e cabe à Mesa assegurar que isso será feito com a tranquilidade que se impõe.