Neymar lamenta saída do PSG: «Eu e Messi fomos tratados de forma injusta»
Neymar e Messi a celebrarem o golo do argentino no Estádio da Luz para a Liga dos Campeões

Neymar lamenta saída do PSG: «Eu e Messi fomos tratados de forma injusta»

INTERNACIONAL15.12.202423:25

Brasileiro comentou a forma como saiu de Paris, revelou o seu sonho de marcar presença no próximo Mundial pelo Brasil e garantiu que está feliz no Al Hilal

Um ano e quatro meses depois, Neymar falou sobre a sua saída do PSG, que não correu da maneira que gostaria, e explicou as razões que o levaram a aceitar uma mudança para a Arábia Saudita.

«Decidi deixar o PSG e surgiu a proposta para ir para o Al Hilal. Não estava feliz no PSG, o clube e o treinador não queriam continuar a utilizar-me. Já tinham falado comigo sobre isso e eu tinha de tomar uma decisão. Gostei da proposta do Al Hilal. Fiquei a conhecer o clube, a cultura local e a liga. Fiquei muito surpreendido com o acolhimento que tive aqui e com a simpatia dos adeptos. A liga está a evoluir, a nossa equipa também, e eu e a minha família temos a certeza de que tomámos a decisão certa», começou por dizer, em entrevista à RMC, afirmando que os seus melhores anos foram passados em Paris.

«A minha experiência no PSG foi boa e má ao mesmo tempo... Boa, porque em termos futebolísticos, penso que estava no auge da minha carreira e má, porque estive lesionado durante muito tempo e muitas vezes... não terminei uma época. Por isso, houve alguma tristeza. Não esquecerei os grandes momentos que vivi aqui, nomeadamente a final da Liga dos Campeões. Foram momentos verdadeiramente incríveis. Podíamos ter ganho, mas uma final é decidida por pormenores. Fiz a minha história na Ligue 1 e isso foi bom para a minha carreira. Estou orgulhoso e feliz por ter feito parte dela. Agora acabou e tenho de me concentrar na Arábia Saudita e no meu clube, o Al Hilal», atirou, relembrando a atitude dos adeptos, não só consigo, mas também com Messi.

«O primeiro ano foi magnífico. Nos últimos dois ou três anos não foi a mesma coisa, não foi incrível a forma como fui tratado, o mesmo aconteceu com Lionel Messi. Para mim, foi injusto, porque sempre dei o meu melhor em campo. Não guardo rancor, mas fiquei um pouco triste com a forma como fui tratado pelos adeptos, sobretudo quando foram a minha casa, quando quiseram invadir a minha casa, insultar-me ou bater-me. Na minha opinião, eles passaram dos limites. A nossa relação deixou de ser respeitosa, quando eu sempre os respeitei... foi uma situação muito complicada. Fiquei triste com a forma como fui tratado no final, mas já passou. Respeito o clube PSG e vou sempre apoiá-lo para que obtenha os melhores resultados. Não guardo rancor do clube, apenas de algumas pessoas que o dirigem e de alguns adeptos, mas isso faz parte do passado. Este é o clube onde passei mais tempo na minha carreira, seis anos. Passei momentos muito bons, mas também alguns tristes e a minha relação com os adeptos é um dos momentos tristes, infelizmente. Mas, em termos desportivos, foi o melhor futebol que joguei. Por isso, estou feliz e de consciência tranquila», explicou, revelando que um dos seus objetivos para o final de carreira é participar no Mundial 2026 pelo Brasil.

«Antes de mais, quero fazer uma boa época no Al Hilal. Acabei de regressar de uma lesão muito grave. Ainda tenho algum tempo para voltar ao meu melhor e mostrar porque é que estou aqui. A minha prioridade é recuperar bem, desenvolver-me fisicamente e simplesmente voltar a jogar. Gostaria de disputar o Campeonato do Mundo de Clubes de 2025 com o Al-Hilal, porque é muito importante para o clube. Claro que o Campeonato do Mundo é o objetivo de todos os jogadores. Já joguei em três Campeonatos do Mundo e quero obviamente jogar o quarto. Tenho de me concentrar nisso, preparar-me bem aqui e ter isso como objetivo a médio prazo, depois de recuperar a forma no meu clube», disse, mostrando-se grato pela carreira que teve, apesar de todas as lesões.

«Ultrapassei todos os sonhos que tinha em criança. Quando eu era pequeno, meu sonho era jogar no Santos e na Seleção, mas Deus deu-me muito mais. Estou muito feliz com a minha carreira, já joguei em grandes clubes e hoje sou o maior artilheiro da história da Seleção, e estou muito feliz por ter conseguido isso. É muito trabalho, muito esforço. Dediquei-me muito a esta seleção e fazer história pelo meu país é uma coisa magnífica, é uma honra. Penso que os meus filhos vão ver que fui uma parte importante da história do meu país», finalizou.