«Neres só colhe o que plantou», diz quem o lançou no São Paulo
David Neres (IMAGO/Maciej Rogowski)
Foto: IMAGO

«Neres só colhe o que plantou», diz quem o lançou no São Paulo

NACIONAL03.10.202311:36

Júnior Chávare lembra trabalho específico de força com o craque franzino. Da autoestima revelada logo na adolescência. E do falso tímido que liderava no balneário

David Neres é o nome do momento não apenas em Portugal, após o clássico entre Benfica e FC Porto que ajudou a resolver, mas também no Brasil, aonde regressa pela porta enorme da seleção brasileira para os duelos com a Venezuela e o Uruguai de apuramento para o Mundial de 2026. 

A A BOLA, Júnior Chávare, o diretor do futebol de base do São Paulo em 2014, quando Neres tinha 16 anos, recorda como foi trabalhar com um jovem jogador com um talento que saltava aos olhos mas um físico – e uma personalidade - ainda em formação. «Ele só está a colher hoje o que plantou desde cedo», afirma. 

«A dúvida em relação ao David Neres era a questão física, o enfrentamento de jogadores fortes, se ele seria um jogador que suportaria o jogo de profissional mesmo, mas então percebemos claramente, com pouco mais de um mês de treino, que ele tinha muito potencial para isso, tanto que ele foi imediatamente inscrito na Copa São Paulo de 2015», referiu.

«Depois disso», recorda o hoje executivo de futebol da Ferroviária de Araraquara, «fizemos uma ampla reformulação no sub-20 com a chegada do André Jardine, e imediatamente o subimos para essa categoria, foi feito um trabalho muito específico com ele, trabalhando muito a questão da força, da potência, do enfrentamento dos rivais».

«Sempre foi um profissional de muita autoestima, de muita confiança, e isso foi um fator que me surpreendeu positivamente», afirma. «Ele sempre almejou o melhor para a carreira dele, traçou o futuro dele com sabedoria e sabendo seguir o melhor rumo dentro e fora de campo», prossegue Chávare. 

Fora de campo, «ele sempre foi mais na dele», diz o dirigente. «Mas nós brincávamos e falávamos que ele era o falso tímido, pois tanto dentro de campo, como internamente tinha liberdade de falar, posicionava-se, e no balneário sempre foi um jogador que quando precisou, falou». 

«Depois de toda a passagem de sucesso pelo Ajax até chegar ao Benfica e novamente à seleção, ele só está colhendo o que plantou», resume Chávare, responsável, no São Paulo, por ajudar a formar atletas como Eder Militão ou Antony e antes, no Grêmio, jovens como Alex Telles ou Everton Cebolinha.