Nelly, uma das ‘caras novas’ de Portugal: «É incrível, por vezes faltam palavras»
Lateral lusodescendente feliz por se ter estreado como internacional A; há quatro anos que era chamada para as equipas nacionais jovens e espera cimentar-se na seleção principal
Na passada quarta-feira, a Seleção Nacional feminina derrotou a República Checa (3-1) e, nesse processo, estreou três jogadoras como internacionais AA: Maria Alagoa, Beatriz Fonseca e Nelly Rodrigues e as duas primeiras já se haviam pronunciado relativamente à primeira aparição pela seleção principal. Alagoa falou na conferência de imprensa que se seguiu à partida e Beatriz seguiu-lhe as pisadas, antes do treino desta quinta-feira, restando escutar a lusodescendente Nelly.
«Nasci em França, por isso o meu português não é assim tão bom», alertou, sorridente, a mais recente cara nova seleção A de Portugal, que no entanto já é bem conhecida na Cidade do Futebol dado que há já quatro anos que é consecutivamente chamada para as seleções nacionais jovens. A lateral começou, em 2020, por integrar-se na equipa sub-17 e em 2024 alcançou a primeira aparição pela equipa principal. «É incrível, acho que por vezes faltam as palavras», começou por admitir.
«É incrível ter tido esta oportunidade e ter trabalhado durante tantos anos para agora chegar até aqui. Quando uma pessoa entra no jogo, é só pensar em jogar e em ganhar», transmitiu a lateral de 20 anos que, muito prática, descreveu que o nervosismo depressa desapareceu a partir do momento em que se vê no relvado, a competir.
Cumprida a estreia e a primeira internacionalização A, Nelly Rodrigues procura absorver tudo o que lhe é dito por Francisco Neto, que a lançou na equipa portuguesa. «Tenho recebido muitos conselhos da parte do treinador e também das jogadoras, porque sou mais nova e é a primeira vez…há um sempre um pouco de stress, mas as restantes jogadoras foram incríveis comigo, tanto as capitãs como as outras jogadoras, que me têm aconselhado muito», revelou, visivelmente satisfeita.
A lateral, que apresenta capacidade para jogar sobre os dois flancos, apresenta a particularidade de ter cumprido toda a formação no poderoso PSG, seguindo depois para equipas de reconhecida qualidade como o Marselha e o Nantes, que ainda representa. Um certificado de qualidade que Nelly espera utilizar a seu favor. «É importante quando se joga num clube maior e, numa primeira divisão, então melhor é, para que seja chamada e também para o próprio jogo», admitiu a jovem portuguesa.
«Quero dar sempre mais e mais e mais para poder continuar a ser chamada e também ficar por mais tempo aqui também», garantiu Nelly, que por ter nascido e cumprido toda a carreira em França, nunca jogou em Portugal ao nível de clubes, objetivo que a defensora projeta cumprir no futuro. «No futuro, acho que é uma opção jogar em Portugal, num clube. Já pensei nisso e, se calhar, um dia mais tarde», deixou a mais recente internacional lusa, em jeito de promessa.