Bahia «Não sou santo nem vilão», diz a A BOLA repórter brasileiro que discutiu com o treinador português Renato Paiva (vídeo)

Após uma vitória tranquila do Bahia, de Renato Paiva, sobre o Bragantino (4-0), uma conferência de imprensa nervosa. O treinador português do tricolor e um jornalista brasileiro, Jaílson Baraúna, envolveram-se numa discussão - apimentada com as palavras «malcriado», «cobarde» e «pífio» -  que, aparentemente, começara muito antes. A BOLA procurou contextualizá-la.

«Os problemas vêm desde a primeira jornada, também com o Bragantino, quando após a derrota lá ele disse que a equipa deles era mais experiente e jogava junta há mais tempo», recorda Baraúna, que é convidado habitual da versão nordestina do programa Jogo Aberto, da TV Bandeirantes.

«Eu disse que o que ele falou não condizia com a realidade, o Bragantino tinha perdido cinco jogadores, entre eles o Artur, hoje no Palmeiras, e tinha média de idades de 22 anos. Ele não gostou e na conferência seguinte disse-me que eu o tinha chamado de mentiroso. Falámos pessoalmente e resolvemos a questão.»

Continua Baraúna: «Depois, antes de um jogo com o América Mineiro, eu alertei que o adversário tinha ideia de jogo melhor do que a do Bahia e que ia dar trabalho à defesa do Bahia e ele, na conferência após a vitória, disse que o Bahia ganhou apesar de o América ter uma ideia de jogo melhor e de ele não saber montar defesas, numa indireta.»

Para Baraúna, o treinador erra ao usar respostas de conferência de imprensa para o rebater. «Se ele quiser, usa o espaço antes de começar a responder para dizer que eu sou um jornalista de merda. Se eu o critico, ele pode criticar-me, mas uma coisa é opinião extra, outra é a pergunta na conferência, ele não deve aproveitar-se das perguntas. Foi nesse contexto que eu disse que ele teve uma atitude cobarde e malcriada. Passaram-se 15 dias e ele responde-me, chama-me de pífio e ainda fica no ar a ideia de que eu é que o ofendi. Não sou santo, mas não sou vilão. Não posso criticar nunca, tenho de ficar cheio de pruridos para não ofender?», pergunta-se o radialista e youtuber.

Renato Paiva, também a A BOLA, rebateu a ideia: «Isto não tem nada a ver com críticas, se sou bom treinador ou não, se substituo bem ou não, se ganho ou não. Eu preciso de críticas construtivas, há 23 anos que treino. Isto são insultos pessoais com que não lido, e com uma agressividade brutal.»

Na edição em causa do Jogo Aberto, Baraúna levanta-se e, de dedo em riste, chama Paiva de malcriado e cobarde. «Isto começa, sobretudo, antes do jogo com o América Mineiro, quando ele diz que o Bahia não tinha ideia de jogo e eu disse-lhe ‘olhe, não temos ideia de jogo mas ganhámos’. Mas já vinha de trás, aliás ele já fez isto a outros treinadores», contou o treinador português.

As críticas de Renato Paiva e o episódio que as provocou: