Estoril-Sporting, 0-3 Não foi noite de São Carlos mas Coliseu chegou e sobrou (crónica)

FUTEBOL27.09.202423:04

Garantir os três pontos na Amoreira e manter o fôlego para Eindhoven foi a missão cumprida pelo Sporting, perante um Estoril que foi sério mas nunca esteve perto de assustar os leões…

O registo deste Sporting, que venceu os sete jogos que disputou na Liga, e não sofreu golos nas últimas seis partidas oficiais que jogou, começa a ser um caso de estudo. Não só porque, em termos nacionais, apresenta uma diferença ,entre golos marcados e sofridos, de 26 positivos, como impressiona, além da capacidade goleadora, pela forma como defende: sem nenhum tipo de desrespeito pelo Estoril-Praia, que fez um jogo sério e lançou os trunfos que tinha (como o central Bouma, que foi implacável, no bom sentido, na marcação a um Viktor Gyokeres, que acabou no banco com gelo no joelho, percebendo-se assim a razão porque Rúben Amorim entendeu poupá-lo, a pensar no PSV, a partir dos 75 minutos), a verdade é que se fosse o leão de mármore que estava na antiga porta 10 A do estádio de Alvalade a fazer as vezes de Franco Israel, a equipa verde-e-branca teria mantido as suas redes a zero, tão eficaz foi a pressão mantida pelo conjunto, não apenas por qualquer um dos setores, a impedir os canarinhos de se aproximarem com perigo da baliza à guarda do ‘arquero’ uruguaio.

Fez o Sporting, que preferiu dar minutos a Maxi, Nuno Santos e Matheus Reis, e descanso a Harder, Quenda e Inácio (convalescente), uma exibição de encher o olho na Amoreira, perante um Estoril Praia que defendeu de uma forma diferente da generalidade das equipas que defrontam os leões, optando por um 4x3x3 onde Bouma era o polícia de Gyokeres, e os restantes jogadores eram defensores antes de pensarem em desposicionarem-se para atacar (ao invés da generalidade dos adversários nacionais dos leões, que vão a jogo com um assumido 5x4x1)? Não, nem por sombras. A espaços, os leões foram avassaladores, deixaram sem fôlego o adversário, e fizeram com que toda a gente percebesse que o golo era uma questão de tempo. Porém, depois de terem chegado ao conforto dos 0-2, após concretizações de Catamo (25) e Morita (31), e de terem estado perto do 0-3 quando, à beira do intervalo, Trincão fez esbarrar no poste um remate em curva, a verdade é que os leões regressaram do intervalo mais relaxados, menos pressionantes, à espera que o tempo passasse, como se aguardassem que o destino acertasse contas com eles, em vez de serem eles a acertar contas com o destino. Foi esse o melhor período do Estoril, não em termos de ocasiões de golo, que não as teve, mas de controlo do jogo e repartição das iniciativas. Não foi muito o que técnico escocês dos canarinhos arranjou, mas foi o melhor que conseguiu, através das entradas de Hollsgrove, e mais tarde André e Salazar.

Rúben Amorim procurou sacudir algum adormecimento leonino com Harder, Inácio e Bragança, numa primeira leva, e mais tarde com Quenda, e a verdade é que estancou o assomo dos canarinhos, recuperando o controlo de uma narrativa que nunca deixou de apontar para a viagem dos três pontos para Alvalade. Amorim teve ainda oportunidade de dar alguns minutos a Quaresma (embora Debast esteja a justificar a titularidade) e o arraial verde-e-branco não iria terminar sem mais uma sessão de foguetório, graças a um remate colocado, de meia distância, de Daniel Bragança, que fixou, já os 90+1 , o placard final em 0-3, um resultado que espelha bem o que se viu no António Coimbra da Mota.

O Sporting continua líder porque é eficaz a atacar e solidário a defender; e não será por ter perdido em casa com os leões que os canarinhos irão ficar, ou não, no principal escalão do nosso futebol...      

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