Nani: «O meu filho, o do Ronaldo e o do Quaresma no ataque da Seleção seria um espetáculo»
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Nani: «O meu filho, o do Ronaldo e o do Quaresma no ataque da Seleção seria um espetáculo»

INTERNACIONAL02.11.202313:17

E se os filhos do trio atacante que conquistou o Euro-2016, maior proeza do futebol português, ocupassem um dia o lugar dos pais na linha avançada da Seleção Nacional? Nani, extremo de 36 anos, hoje nos turcos do Adana Demirspor, 'assinava' já

Nani formou com Cristiano Ronaldo e Ricardo Quaresma o temível trio atacante da Seleção Nacional que conquistou o Euro-2016, a maior proeza do futebol português. E é com emoção que o agora extremo dos turcos do Adana Dermirspor comenta a hipótese de um dia ver os filhos dos três craques atuarem juntos com a camisola de Portugal

«O meu filho, o do Ronaldo e o do Quaresma no ataque da Seleção seria um espetáculo. Isso era bonito. E eu acho que deveria acontecer, outra vez, porque muitas das pessoas que nos viram jogar e que nos acompanharam até hoje e nos acompanham, iam gostar de poder ver os nossos filhos a repetir a história. Que joguem, mas que joguem para se divertir e para fazer a sua própria história. Só o facto de conseguir ver o meu filho [Lucas] a jogar, já vai ser um grande orgulho», expressou Nani no podcast 1 PARA 1.

O Paulo Bento foi um treinador que eu nunca vou esquecer. Ele soube levar-me, ele tinha um carinho especial por mim e ajudou-me muito.

Hoje com 36 anos, o internacional português recorda o mencionado título de campeão europeu em Paris, em 2016, como o ponto mais alto da carreira. «Foi realmente o topo do topo, foi um momento único porque eu sempre disse: “Quando tu jogas pela seleção, tu não jogas só pelos adeptos que apoiam uma seleção. Tu jogas pelos teus amigos, pelos teus familiares, jogas pelos adeptos dos clubes rivais, do clube que tu representas”. E não há outra competição para se ganhar, a não ser o Mundial. O único troféu que eu trocaria seria o do Mundial», continuou o antigo extremo de Sporting e Manchester United, sublinhando a qualidade do atual grupo de eleitos da Seleção.

«Vejo um grupo muito positivo, com muito boa energia. São jogadores muito jovens mas com muito talento. João Félix é um jogador muito talentoso, que tem uma capacidade enorme para evoluir o futebol dele, como já pudemos presenciar nos últimos tempos, nos últimos jogos no Barcelona e também com as prestações na Seleção. Já vimos ali o que é o verdadeiro João Félix mas que ainda não chegou ao nível que ele pode chegar, toda a gente sabe disso. E, depois, Rafael Leão… É um leão! Mas na minha opinião acho que ele pode dar muito mais. Quando o vejo na Seleção parece faltar ali um bocadinho de alegria, no jogo dele. Ele ser um bocadinho mais ele», atirou Nani, que ao serviço do Adana, da Turquia, soma já 2 golos e 2 assistências.

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Na hora de falar dos treinadores da sua já longa carreira, o extremo não hesita ao apontar aquele que mais o marcou: «O Paulo Bento foi um treinador que eu nunca vou esquecer. Ele soube levar-me, ele tinha um carinho especial por mim e ajudou-me muito. Não me vou esquecer de quando ele veio ter comigo, estávamos nós num campo que fica ao lado do campo dos seniores. Éramos juniores e então no próximo ano, se nós ficássemos no Sporting íamos passar a treinar nos seniores, e ele estava ali comigo. Estava a chamar-me à atenção, porque eu tinha feito algumas coisas de forma errada e ele disse assim: “Oh Nani, estás a ver aquele lado ali? Eu não acredito 100% que vais chegar ali”. E eu a pensar: “Ele vai rebentar-me…”.  E ele: “Mas eu acredito 200% que tu vais chegar ali e sei toda a tua história, sei o que é que tu queres, sei as tuas dificuldades, sei tudo aquilo que tu tens passado, sei a tua história toda, a tua família. Então vê se pões a cabecinha no lugar e te concentras naquilo que é importante. Eu não quero ouvir mais: “O Nani fez isto, o Nani apanhou a chuteira do outro…”.  Eu não tinha chuteiras. Tinha que apanhar as chuteiras do outro que eram novas.»

Rafael Leão… é um leão! Mas na minha opinião acho que ele pode dar muito mais.

A mudança para o Manchester United, com Alex Ferguson no comando, também deixou marcas. «Sir Alex foi uma das pessoas mais importantes na minha vida do futebol. Ele geriu a minha carreira no momento em que eu estava a jogar no meio de leões, era só leões ali. E eu tinha de me tornar um. Como eu se calhar ainda era um tigrezinho, ele foi a razão de me fazer chegar a leão e aprendi muito com ele», recorda Nani, concluindo com a escolha do golo na meia-final do Euro-2016 contra o País de Gales como o mais importante da carreira e apontando Cristiano Ronaldo como o melhor jogador com quem jogou e Ronaldinho Gaúcho como o jogador com quem gostaria de ter jogado.