Na oficina do leão todas as peças servem na perfeição (crónica)
Rodrigo Ribeiro esteve em bom plano com golo e assistência (GRAFISLAB)

Sporting-Sevilha, 2-1 Na oficina do leão todas as peças servem na perfeição (crónica)

NACIONAL23.07.202422:42

Sporting, com o seu melhor 7 (faltaram Inácio, Hjulmand, Gyokeres e Debast) dominou um Sevilha que levou o teste demasiado a sério e provocou baixas (e preocupações…) em Alvalade perante as lesões de Nuno Santos e St. Juste

A máquina está programada, oleada, bem preparada. Para o motor começar a carburar, a alta velocidade, precisará de apenas de alguma afinação, das suas peças mais valiosas, de forma a torná-la com maior cilindrada e outro requinte. Ontem, no Algarve, o Sporting versão 2024/2025, terá apresentado o seu melhor… 7. Sem Gonçalo Inácio, Hjulmand, Debast e Gyokeres, quatro ases de trunfo de Rúben Amorim, reservados para os jogos a doer. Insuficiente para essa máquina bloquear ou gripar a casa das máquinas leoninas.

Na oficina do leão todas as peças, sejam elas quais forem, parecem funcionar na perfeição. Porque existe matriz (de sucesso) consolidada como ficou evidente naquele que foi o teste mais intenso e exigente desta pré-temporada. Perante um Sevilha que encarou o jogo ‘demasiado’ a sério. No limite. Com entradas duras, desnecessárias até, deixando, por exemplo, Nuno Santos e St. Juste fora de jogo. Mas já lá vamos…

O novo Sporting não perdeu o seu ADN. O sistema, já sabemos, não se altera. Um 3x4x3, reforçado com outras dinâmicas pela entrada de peças diferentes. Com Kovacevic na baliza (que noite tranquila…), Diomande a fazer de Coates, St. Juste na direita, adaptação de Quaresma na esquerda. Uma muralha defensiva que não necessita de aulas de aprendizagem. E que ganhou quase todos os duelos aos avançados espanhóis. Nas alas, dois potenciais titulares: Geny e Nuno Santos, com Morita e Bragança no miolo. No ataque, dois indiscutíveis, Pote e Trincão, no apoio ao ‘menino’ Rodrigo Ribeiro.

E foi aqui, na aposta deste jovem de 19 anos, que a noite do leão se tornou mais brilhante. Num dos mais belos desenhos ofensivos do jogo. Tudo rápido, simples, belo e eficaz. Eduardo Quaresma começa a construir, oferece para Nuno Santos, este combina com Morita que isola o esquerdino que, de primeira, atirou um cruzamento perfeito para o jovem atacante que, num belo trabalho individual e um toque de classe abriu o marcador. Um quarto de hora de jogo muito ativo do leão perante um adversário que usou (e abusou) de lances de maior virilidade.

Rodrigo Ribeiro foi aposta e cumpriu com um golo que abriu o marcador no Algarve (GRAFISLAB)

Com um Trincão inspirado (parece que não perdeu gás em relação à época passada), os agitadores Nuno Santos e Geny, passando pela dinâmica de Morita, o Sporting dominou (e controlou) quase sempre. O Sevilha, com ataques rápidos mas pouco consequentes, nunca encontrou o antídoto para travar um leão que se apresentou mais forte fisicamente, mais inteligente, letal na forma como ‘matou’ o jogo no primeiro lance da segunda parte, no golo de Trincão, uma obra de arte do esquerdino que teve em Diomande e Rodrigo Ribeiro como excelentes auxiliares. O primeiro a lançar, o segundo a servir.

Com a vantagem confortável, a partida entrou numa toada mais morna (Pedro Gonçalves ainda teve duas excelentes ocasiões para marcar) e o jogo só mudou de sentido com a expulsão de Diomande, num lance em que o costa-marfinense travou Idumbo que se isolava. Em inferioridade o leão ainda sofreu (golo de Ramón Martinez) num lance de felicidade pois a bola acaba desviada por Quaresma. Uma pena pesada para um leão que foi superior em tudo e que, para já, mesmo sem algumas peças, deixou boas promessas para o futuro.