Décima edição do Campeonato do Mundo começa este sábado e termina no próximo dia 6 de outubro; Portugal procura revalidar título conquistado em 2021
Tashkent - Muito mudou o mundo desde que, em 1989, a FIFA abriu a verdadeira caixa de pandora chamada futsal. Percebendo a imensa potencialidade do jogo em que ataque e contra-ataque se sucedem a velocidade vertiginosa, o organismo máximo do futebol mundial adoptou a modalidade, conferiu-lhe exposição universal e transversal, garantiu-lhe organização técnica, logística e financeira acima da média e apaixonou milhões de adeptos. Os que, na realidade, dão hoje forma a um espetáculo cada vez mais dinâmico e de crescente qualidade técnica e tática.
Com as três vitórias nos três primeiros mundiais, o Brasil (país continente com potencialidades únicas de deteção e projeção de talentos), ganhou de imediato destaque. «Se jogas futebol, tens de jogar futsal», a velha máxima de associações, clubes e jogadores, que se voltaria a confirmar em 2008 e 2012, quando o escrete da quadra voltou a levantar o troféu.
Pelo meio, duas vitórias consecutivas de uma geração dourada da Espanha (nos torneios da Guatemala e de Taiwan). As potências mundiais não apenas se começavam a definir, como a garantir lugar na história com o mais importante, no final: a conquista do título mundial de futsal, que estaria, há oito anos, na Colombia, guardado para a Argentina, num torneio em que Portugal (que partira para a América do Sul com fundadas esperanças), não passou do quarto posto (sendo mesmo derrotado, na final de consolação, por um emergente Irão).
Chegados ao cenário pós-pandémico de 2021, finalmente a equipa de Jorge Braz entraria na galeria dos eleitos, sagrando-se campeão do mundo de futsal, e conferindo a universalidade na história desportiva de todos os que a integraram.
Selecionador nacional revela a promessa feita à família, antes da participação no Campeonato do Mundo, no Uzbequistão, entre 14 de setembro e 6 de outubro, do qual Portugal é o atual detentor do título. Refere que o passado vitorioso — que incluiu ainda o bicampeonato europeu e a Finalíssima — não chega e assume o objetivo de chegar ao final da prova. E explica as escolhas finais na convocatória.
Agora, 35 anos depois da primeira aventura na Holanda, agora Países Baixos, e quando o Mundial de futsal apenas não tocou a África e a Oceânia, a prova chega pela terceira vez à Ásia (depois de Taiwan em 2004 e da Tailândia em 2012). Cabe ao Uzbequistão, país de contrastes, de história milenar e de surpreendente evolução, definir o próximo campeão mundial. Se Portugal conseguir, a 6 de outubro, levantar o troféu mais desejado, junta-se ao Brasil e à Espanha no lote dos multi-vencedores do jogo fantástico em que ataque e contra-ataque estão sempre de braço dado.
Nesta segunda parte da entrevista, selecionador nacional fala no papel de João Matos e Bruno Coelho na equipa antes da participação no Campeonato do Mundo, entre 14 de setembro e 6 de outubro. Sem receios no futuro do futsal nacional