Morim resgata Chaves do fundo do poço em jogo com final caótico (crónica)
PEDRO SARMENTO COSTA/LUSA

Chaves-Estoril, 2-2 Morim resgata Chaves do fundo do poço em jogo com final caótico (crónica)

NACIONAL21.04.202417:58

Forte entrada dos flavienses permitiu adiantamento no marcador; canarinhos operaram a reviravolta no segundo tempo, mas um remate certeiro do médio transmontano fixou o resultado final

Perante os seus adeptos, o Chaves sabia que tinha pela frente um jogo onde apenas a vitória interessava, numa altura em que a margem de erro na luta pela permanência vai reduzindo a cada jornada que passa. E foi precisamente com esse pensamento que os homens de Trás-os-Montes entraram em campo para defrontar um Estoril também aflito.

No primeiro tempo, nunca demonstraram uma supremacia avassaladora sobre o adversário, é certo, mas os níveis de concentração e solidez, em todos os setores, estiveram bem lá em cima, com uma ideia assente sobretudo na tentativa de explorar as costas da linha mais recuada do conjunto orientado por Vasco Seabra. Não obstante, foi através de um erro crasso de Marcelo Carné, guardião estorilista, que a turma flaviense chegou à vantagem. O capitão João Correia não desperdiçou a oferta do brasileiro, e, com uma interceção, introduziu o esférico na baliza.

O jogo esmoreceu até à recolha para os balneários, mas a segunda parte acabou por confirmar as tendências da primeira. A toada de equilíbrio voltou a imperar, mas foi já depois de obrigar Hugo Souza a uma enorme intervenção que o Estoril chegou mesmo ao empate.

Na sequência de um canto, João Basso saltou mais alto que toda a linha de defesa transmontana e disferiu uma golpada fulminante de cabeça, não dando qualquer hipótese ao guarda-redes flaviense.

O Chaves acusou muito o golo consentido, e não conseguiu travar o ímpeto galopante dos estorilistas. A consumação da reviravolta chegou pelos pés de Fabrício Garcia, que se estreou a marcar com as cores canarinhas. Praticamente sem ângulo, bateu Hugo Souza ao primeiro poste, e deu aquela que se pensava ser a machadada final na réstia de esperança transmontana.

Um belo jogo de futebol entre duas equipas a batalharem pela manutenção na Liga acabou manchado por momentos lamentáveis perto do apito final: um adepto entrou no relvado para confrontar Marcelo Carné, que retaliou. Tanto o guarda-redes como Pedro Álvaro foram expulsos por agressão. Cenas que em nada dignificam o principal escalão do futebol nacional.

Já passavam 20 minutos dos 90 quando Hélder Morim resgatou um importante ponto para os homens da casa, aproveitando o facto de João Carlos, avançado, ocupar a baliza canarinha. Fechadas as contas, o empate acaba por ser amargo para os dois emblemas, sobretudo para o Chaves, que continua com a corda na garganta.