Milei demite governante que defendeu que Messi deveria pedir desculpa
Presidente argentino considera que «nenhum governo pode dizer o que comentar, pensar ou fazer a seleção argentina campeã do mundo e bicampeã americana»
Os polémicos festejos da conquista da Copa América por parte da albiceleste, nomeadamente um direto de Enzo Fernández em que são audíveis cânticos de teor racista e xenófobo, já tiveram consequências no governo argentino, com a demissão do subsecretário do Desporto.
Julio Garro foi despedido por decisão do presidente Javier Milei, depois de ter defendido que Lionel Messi, enquanto capitão da Argentina, deveria vir a público pedir desculpas pelo comportamento dos jogadores durante as celebrações no autocarro da comitiva, apesar de não ter estado presente.
«A Presidência informa que nenhum governo pode dizer o que comentar, o que pensar ou o que fazer à seleção argentina campeã do mundo e bicampeã da América, ou a qualquer outro cidadão. Por esta razão, Julio Garro deixa o cargo de subsecretário do Desporto», pode ler-se na nota publicada.
Na origem da polémica está um direto de Enzo nas redes sociais com jogadores argentinos a entoarem cântico criado no Mundial 2022, com conteúdo racista e homofóbico, visando os internacionais franceses:
«Jogam por França,
mas são de Angola,
que bem que vão correr,
gostam de relacionar-se com transexuais
a mãe deles é nigeriana
o pai deles camaronês,
mas no passaporte: francês»
Na sequência do episódio, o Chelsea anunciou a abertura de um processo disciplinar interno ao médio, ex-Benfica, a FIFA revelou que está a investigar o caso e a Federação Francesa de Futebol informou que apresentou queixa junto dos tribunais.