Miguel Luís sobre Kovacevic: «Com ele lá atrás estamos seguros»
Médio centro, de 25 anos, formado no Sporting, que não vingou na equipa principal quando Rúben Amorim assumiu o comando técnico, jogou com o futuro guarda-redes dos leões no Raków. Conta a A BOLA os pontos fortes e fracos do bósnio e não tem dúvidas: tem qualidade para chegar e ser o número 1 em Alvalade
— Chegou à Polónia em 2021/2022 para representar o Raków. Chegou a ser colega de Vladan Kovacevic, próximo guarda-redes do Sporting?
— Sim, quando cheguei ao Raków ele chegou na mesma época do que eu. Estivemos juntos até meio da época, depois transferi-me para o Warta Poznan.
— Que avaliação faz dele? Quais os pontos fortes e fracos?
— É muito bom guarda-redes entre os postes, transmite muita segurança à equipa, é bom a defender no um para um. O ponto menos bom que via nele, na altura, era a jogar com os pés, mas desde então, ele tem trabalhado muito esse aspeto, e nos nossos treinos participava sempre nos exercícios de posse de bola. Nos últimos anos, já estando eu fora do Raków, já se via muitas melhorias a jogar com os pés. É muito bom guarda-redes, com enorme potencial.
— Trata-se, então, de uma boa escolha por parte do Sporting?
— Sim, sim! É uma boa aquisição para o Sporting. Tem qualidade para chegar e assumir-se como o guarda-redes principal.
O ponto menos bom que via nele era o jogo de pés, mas desde então tem trabalhado muito nisso...
— É um jogador sisudo em campo. É sinónimo de que tem uma personalidade introvertida?
— Dentro do balneário não, pelo menos quando eu lá estava, brincava muito. O que acho é que o Kovacevic é um guarda-redes que dá estabilidade à equipa, transmite muita segurança, sabemos que com ele lá atrás estamos seguros. Se aos adversários transmite essa cara de poucos amigos até é bom [risos].
— E confirma que ele também é um expert em penáltis?
— Sim, quando treinávamos e tudo ele era o melhor, sempre a defender penáltis, não é um guarda-redes fácil de bater.
— Cumpre a terceira época na Polónia. Que diferenças encontrou do futebol português?
— Em Portugal o jogo é mais tático, mais pensado, com mais qualidade. Na Polónia encontrei um futebol mais físico, em que na maior parte dos jogos as situações de um contra um são recorrentes, é um estilo de jogo diferente.
— Há muitos portugueses a jogar na principal liga polaca.
— É um campeonato diferente, não tem o nível de Portugal, mas dá outras coisas aos jogadores. E pelas nossas características, o jogador português consegue destacar-se, é mais tecnicista, pensa mais o jogo.
— Esta época fez 36 jogos, marcou três golos e duas assistências.
— Nos últimos dois anos e meio tenho jogado muitos jogos, em termos individuais têm sido boas épocas. Foi um bom passo ter vindo para a Polónia. Em termos coletivos não correu tão bem, descemos de divisão no último jogo.
— Vai continuar no Warta?
— Não, terminei contrato e no final deste mês serei um jogador livre.
— Regressar a Portugal está nos seus planos?
— No imediato não. Fui pai há pouco tempo e, neste momento, são outras as prioridades.
— Chegou ao Sporting com 10 anos, onde cumpriu toda a formação até chegar aos seniores.
— Sou muito agradecido ao clube. Passei por todos os escalões, fiz a minha estreia na equipa A, com o mister José Peseiro, fui suplente utilizado, e como titular foi com o mister Tiago Fernandes, ganhei alguns troféus [Taça de Portugal e Taça da Liga, em 2018/2019]. E pelas Seleções de Portugal fui campeão europeu de sub-17 e 19.
— Saiu magoado do Sporting?
— Saí triste, se pudesse ficava lá a vida toda. Magoado nunca, ajudaram-me sempre, desejo que ganhem sempre! Foram justos campeões. A equipa que jogou melhor, que teve melhores ideias. O preferido na minha posição? Hjulmand, grande contratação, sem dúvida!