Marcus Edwards esteve afastado das principais opção de Ruben Amorim durante o consulado esta temporada do agora treinador do Manchester United mas as coisas pareciam mudar para o inglês quando João Pereira assumiu o comando técnico dos leões, concedendo-lhe a titularidade diante de Amarante (6-0 para a Taça de Portugal) e Arsenal (1-5 na Liga dos Campeões). Após ter bisado diante dos amarantinos, a exibição com os gunners esteve muitos furos abaixo do expectável e João Pereira retirou-o da equipa e não o utilizou nos seis encontros seguintes. Foram experimentadas várias opções e nos dois últimos encontros há um nome que emergiu, o de Mauro Couto, 19 anos, que saiu do banco nas duas últimas partidas — Santa Clara para a Taça de Portugal e Gil Vicente para a Liga — para tentar mudar alguma coisa nos jogos, isto numa altura em que um rodado Edwards estava disponível para ir a jogo. O extremo contratado ao Paços de Ferreira no início da época passada, primeiro por empréstimo e agora já a título definitivo por um valor não especificado, esforçou-se por inverter o rumo dos acontecimentos. Não teve sucesso, mas ficou a atitude. Israel Dionísio, 50 anos, que trabalhou em 2020/21, com o jovem natural de Cête (nos arredores de Paredes) no Padroense, que funciona como satélite do FC Porto diz que esta é uma das principais características do canhoto. «Ele tem uma atitude tremenda dentro de campo e dificilmente dá um lance como perdido. É muito aguerrido e nunca desiste», diz. As qualidades técnicas de Mauro Couto também são elogiadas pelo seu antigo treinador. «É muito forte no um para um e acelera muito o jogo pelo corredor. Tem um excelente pé esquerdo e faz a diferença», assegura. E há outro aspeto que deu um aporte de conhecimento importante a Mauro. «Comigo, ele jogou muitas vezes como defesa esquerdo e isso deu-lhe rotinas a nível defensivo, algo que é sempre muito importante no futebol ao mais alto nível», conta. O jovem jogador veste agora as cores do leão, mas bem poderia envergar a camisola de outro grande, no caso o FC Porto. «Estávamos em plena pandemia, mas confesso que o meu relatório foi favorável à continuidade dele no clube mas por uma razão qualquer que desconheço acabou por não acontecer», relata. Ver um jovem que passou pelas suas mãos estar num patamar muito elevado é para Israel Dionísio como «ganhar um campeonato». As dúvidas de que vai chegar a um nível de excelência são poucas. «Ele alia o aspeto físico, ao técnico e ao mental e já atingiu o objetivo a que se propunha. Vai chegar muito longe», assegura sobre o jovem que se estreou na equipa principal do Paços aos 17 anos. O QUE FAZER COM EDWARDS? Marcus Edwards, 26 anos, vive um momento de sombra e no passado defeso foi colocado na lista de transferíveis mas acabou por não sair, pois a proposta mais firme que os leões receberam, proveniente do Al Nassr, da Arábia Saudita, não agradou ao jogador, que pretendia regressar a Inglaterra. O extremo foi contratado ao V. Guimarães no início de 2022 por €7,75 M por metade do passe, mas entretanto os leões já resgataram ao Tottenham, que detinha os seus direitos económicos, mais 15 por cento quando Porro se transferiu para os spurs. Agora, a um ano de finalizar contrato, resta a dúvida do que fará a administração da SAD, sabendo-se que o próximo mercado de inverno ou o de verão serão as últimas oportunidades para a sociedade desportiva realizar um encaixe financeiro com o passe do jogador. Ou renovam-lhe o contrato, mas esse cenário parece pouco exequível. Pode ser que ganhe uma nova vida com o novo treinador, Rui Borges...