Martim Fernandes: «Ninguém vem aqui matar o FC Porto»

Jovem lateral-direito aborda o registo irrepreensível dos azuis e brancos em casa esta época para a Liga, em entrevista à revista 'Dragões'

A viver uma época de afirmação de dragão ao peito, Martim Fernandes tem estado em destaque na equipa de Vítor Bruno. O jovem lateral-direito de 18 anos soma já 1610 minutos na temporada em curso, com 23 jogos e cinco assistências registadas.

Em entrevista à revista Dragões, lançada esta sexta-feira, Martim Fernandes foi questionado sobre o registo irrepreensível dos azuis e brancos em casa esta época. «Às vezes temos sorte, noutras azar, mas dentro de casa somos o FC Porto, esta casa é nossa e ninguém vem aqui matar o FC Porto, por assim dizer», frisou.

A possibilidade de ser capitão dos dragões no futuro, como foi, por exemplo, João Pinto, foi também abordada pelo jogador natural de Valongo. «Não sei se tenho muito jeito para ser capitão, mas claro que seria um orgulho», respondeu.

Estreia na Youth League

«Tinha 15 anos e sete meses e, na altura, foi o português mais jovem de sempre a jogar a competição. Lembro-me. Foi contra o Atlético, em Madrid. Na altura era jovem, ainda mais do que sou agora, mas não ficava tão nervoso como fico hoje em dia. Não ligava muito a isso.»

Data especial (20 de outubro de 2023)

«Foi quando me estreei pela equipa A do FC Porto, na Taça de Portugal, contra o Vilar de Perdizes. Quando o míster me chamou fiquei todo nervoso, nem me passou mais nada pela cabeça. Entrei à pressa e nem sabia o que pensar. Só fico nervoso antes de entrar em campo. Lá dentro sentimos uma calma porque estamos a jogar o nosso jogo, estamos a fazer o que sabemos e o que gostamos.»

Importância dos adeptos

«Todos sabemos que o FC Porto tem uma claque que apoia o clube há muito tempo e são o 12.º jogador em campo. Sempre apoiaram o FC Porto de maneira consistente, dão-nos sempre apoio em casa e nos jogos fora e são sempre uma grande ajuda para nós.»

Reviravolta histórica contra o Sporting na Supertaça

«Tem que haver sempre essa esperança na reviravolta. A confiança que o míster nos transmitiu ao intervalo deu-nos uma certa moral de que íamos ganhar, ele deu-nos vários exemplos de jogos dados como perdidos que as equipas acabaram por vencer e foi isso que fez renascer a esperança.»

Lateral esquerdo no clássico

«Num jogo a sério acho que não, foi a primeira vez que joguei ali. Eu só queria jogar à bola e ganhar o jogo. Não queria saber onde jogava, eu até podia jogar a guarda-redes. Se o míster me metesse na baliza eu jogava.»

Concorrência de João Mário

«[O treinador] Pretende puxar por mim e pelo João (Mário), que é um jogador espetacular e incrível. Acho que o míster quer ter ambos no máximo e levar-nos ao limite. Promovendo essa competição acho que vamos melhorando cada ver mais.»

João Pinto é uma referência

«É uma lenda do FC Porto, é o jogador com mais jogos pelo clube e desde a formação que nos transmitem essas coisas. O Jaime Magalhães e o Paulinho Santos foram meus treinadores e vão-nos dizendo quem são essas pessoas desde os sub-12.»

Principais qualidades enquanto jogador

«A minha velocidade e o meu critério de definição no último terço. Acho que é isso que me distingue. Defeitos? Tenho muitos, toda a gente tem defeitos, mas não vou estar aqui a apontá-los.»

Referências na posição de lateral direito

«Gosto muito do Carvajal [Real Madrid), é um jogador muito consistente. Não é aquele jogador que toda a gente diz 'ele joga muito', mas faz as coisas todas direitas. Ataca e defende bem, é incrível.»

Melhores amigos no futebol

«Os meus melhores amigos já saíram do FC Porto, mas neste momento tenho o [Francisco] Moura, o Gonçalo Borges, o Vasquinho (Sousa), o Otávio..»

Escolha da camisola 52

«Para ser sincero, não havia outro com o 2 à frente. Na equipa B aquilo era por posição, o lateral direito é o número 2 e deram-me a escolher entre o 52 ou o 92, acho eu. Foi assim que escolhi o 52. [Na equipa principal] Era do Fábio [Cardoso] e eu não queria pegar no número dele. Agora o 52 é o meu para sempre. Agora têm aparecido mais números 52 e até já há um miúdo no Sporting [João Simões]. Não gostei que ele me tirasse o número, mas pronto [risos].»

Peso da camisola 2

«Pesa por ter sido usada pelo João Pinto, o jogador com mais jogos e com muita história no FC Porto. É uma camisola que pesa.»

Seleção nacional

«Gostava que fosse o mais rápido possível para começar já a conquistar o meu espaço. Isso depende de mim e do míster também. Nunca se sabe [se vai ser preciso passar primeiro pelos sub-21], pode ser preciso ou não.»

Sonhos

«Gostava de ter muitos títulos conquistados e de ganhar uma Liga dos Campeões. Gostava de ter uma vida estável com as coisas que quero e que tenho em mente agora.»