Lukaku ponderou abandonar a seleção: «Chorei dias a fio»

Nulo com a Croácia, no Mundial 2022, levou à eliminação da Bélgica, então orientada por Roberto Martínez, na fase de grupos

Romelu Lukaku, avançado do Nápoles, revelou, numa conversa com o podcast 'Friends of Sport', que esteve à beira de encerrar a carreira a nível internacional após o Mundial 2022, jogado no Catar. Na terceira jornada da fase de grupos, os belgas empataram sem golos frente à Croácia, quando só uma vitória lhes servia para se apurarem para os oitavos de final, num jogo que fez correr muita tinta pelas várias oportunidades de golo que o avançado desperdiçou.

«Empatámos com a Croácia, eu entrei depois do intervalo e todos sabem como correu: falhei quatro bolas de golo. Deus decidiu que tinha de ser assim, tudo bem, mas, quando me caiu a ficha do que tinha acontecido... Jogava futebol há 23 anos e nunca tinha sentido algo assim. Não falo de depressão, mas, depois do Mundial, estive uma semana de férias e chorei dias a fio. Física e mentalmente estava destruído», disse o jogador, revelando que foi Thierry Henry, na altura adjunto de Roberto Martínez, a começar a demovê-lo da intenção que tinha.

Lukaku a chorar abraçado a Thierry Henry, então adjunto de Roberto Martínez na Bélgica

«Tenho de tirar o chapéu ao Henry, que ligou-me três vezes por dia, todos os dias, para me apoiar e perguntar como estava, porque ele sabia como eu me sentia. Sou viciado em futebol e desde esse dia até ao final do Mundial não vi um único jogo, simplesmente chorei todos os dias. O momento em que o Domenico Tedesco [atual selecionador da Bélgica] me visitou em Milão, eu estive prestes a dizer-lhe que queria deixar a seleção, mas ele disse que precisava de mim. Fui para casa, ponderei em família e decidiu continuar. Logo no primeiro jogo com o Tedesco, contra a Suécia, marquei um hat-trick», lembrouo goleador dos napolitanos.