Luís Freire: «Não somos uma equipa com um discurso de finais»
Treinador vilacondense projetou o encontro com o Vizela, agendado para amanhã, no Minho
Depois do empate averbado em casa frente ao Arouca, o Rio Ave concentra já todas as suas energias na deslocação, amanhã, a Vizela. Um jogo que se reveste de extrema importância para as duas equipas, empenhadas na luta pela permanência. Luís Freire projetou hoje o encontro frente aos minhotos. «Todos os jogos são importantes porque valem o mesmo. Não temos sido aquela equipa com um discurso de finais, a nossa mentalidade não está nisso. Está sim naquilo que temos de fazer e no que podemos fazer e temos obrigação de tal. Compromisso de dar tudo pela camisola, sabendo o plano de jogo, mas com vontade de dar tudo e a equipa tem estado emocionalmente estável para isso. Creio que é esse que tem sido o segredo, porque fomos atingindo patamares melhores com esta estabilidade emocional. Mas o que depende de nós é só o próximo jogo. Há que haver vontade de atingir a vitória e os objetivos, mas sempre com cabeça para saber o que fazer em campo».
Caso não perca o encontro com o Vizela, o Rio Ave pode igualar a melhor série de imbatibilidade na Liga e, caso empate os próximos dois jogos, iguala o registo de mais empates num só ano. Um registo que merece a seguinte análise do treinador vilacondense. «É sempre bom quando temos alguns registos que podem tornar-se recordes. Temos feito um trabalho bom, é sinal disso. Mas também é fruto dos comportamentos da equipa, da união do grupo e da capacidade dos jogadores serem sérios e concentrados para conseguir uma série sem derrotas. Isso é complicado, não é simples, por isso é que é histórico e, continuando a trabalhar assim, focados e ambiciosos para representar o clube, estamos mais próximos de vencer e pontuar, na perspetiva de juntar pontos para a nossa caminhada. Sem esse foco e compromisso não estaremos perto do objetivo, portanto a situação tem de continuar. Temos de estar soltos naquilo que é o nosso jogo, ter bola e atacar o adversário. Comprometidos, é o que temos estado.»
Matematicamente, o emblema de Vila do Conde ainda poderá alcançar o oitavo lugar, o que, na realidade, poderia exceder as expectativas, depois de uma primeira volta muito complicada face ao facto de o Rio Ave não ter tido reforços no verão passado. «Não gosto de fazer futurologia. Se não correr ou correr bem... Ainda é muito cedo para fazermos qualquer tipo de balanço, seja ele futurologia positiva ou negativa. É muito cedo porque nada está decidido. Quanto melhor fizermos o nosso trabalho mais perto estaremos de subir na classificação. Mas depende do que fazemos em campo, e aí quero uma equipa dedicada, unida, comprometida, concentrada e com uma boa energia... persistente e a pensar no que pode fazer de bem também, pensar que tem de ser reativa à perda e concentrada naquilo que tem sido os comportamentos», refere.
Perspetivando as dificuldades que espera encontrar em Vizela, onde mora um adversário que corre sérios riscos de despromoção, Luís Freire pede foco aos seus jogadores e respeito pelo adversário. «Eu considero que o Vizela tem um futebol positivo, em momentos do jogo, joga bem, mas comete erros que custam caro à equipa. Sinto que existe um trabalho de qualidade, mas depois é afetado por erros que vão cometendo. Acaba por intranquilizar a equipa e os resultados às vezes desnivelam. Não pela qualidade, mas pelos erros que têm custado muito à equipa. Essa é a minha análise. Estamos preparados, porque os adversários são equilibrados. Vejam o jogo com o SC Braga, em que perderam 2-1 quase no último minuto, praticamente, já perto do fim. Por isso é uma equipa competitiva e que irá dar tudo, porque precisa de ganhar. Mas nós também. Estudámos bem o adversário e sabemos que teremos de ser um Rio Ave ao seu melhor nível, com um compromisso muito grande dos jogadores. Não vamos mudar muita coisa, mas temos muitas armas para fazer sangue, controlando uma equipa com as suas mais-valias», salienta, deixando o alerta à equipa. «Sinto os jogadores muito sérios, porque o objetivo é muito sério. Não há espaço para relaxamento. O objetivo é muito sério. Neste momento temos de encarar os jogos com muita qualidade e seriedade. Este jogo será mais uma oportunidade e seja contra quem for temos de estar em campo no limite»