Luís Freire: «FC Porto está numa grande fase, a marcar muitos golos»
Técnico do Rio Ave elogia forma recente dos dragões, mas garante que vila-condenses vão «disputar os três pontos»
Na antevisão à deslocação do Rio Ave ao Dragão, Luís Freire abordou o bom momento do FC Porto, o mercado frenético em Vila do Conde e ainda o que pode ser retirado da boa exibição na Luz para o desafio deste sábado.
- Como tem sido preparado este jogo, tendo em conta os novos reforços do Rio Ave? Que FC Porto espera encontrar, numa das melhores fases da época?
- «Muito trabalho, muito trabalho aqui dentro. Tivemos muito pouco tempo. Acabámos por trabalhar ontem [quinta-feira], integrar também os jogadores que chegaram. Portanto, um trabalho de toda a equipa técnica e também com a ajuda de todo o grupo, que já conhece muito bem os cantos à casa, as ideias. Portanto, integrar toda a gente, trabalhar, descansar uns, trabalhar outros, já para o jogo, hoje dar continuidade a isso. Uma boa recuperação e uma integração também de quem chega a conhecer as ideias e a ficar o mais dentro possível, o mais rápido possível também. Mas o trabalho é organizado, planeado. Temos de jogar em 72 horas, este jogo contra o FC Porto, um adversário muito forte. Portanto, da nossa parte, fortalecer um pouco aquilo que é a nossa identidade, mas tendo a consciência que não tivemos tempo praticamente nenhum para trabalhar para o jogo. Mas temos uma identidade, os jogadores sabem o que é que nós queremos. Conhecemos bem também a equipa do FC Porto, tivemos tempo de análise, não tanto no campo, mais no vídeo. Mas faz parte do nosso trabalho e, portanto, vamos ao Dragão na tentativa de ser o Rio Ave mais forte possível, para disputar os três pontos.»
- Que balanço faz do mercado de transferências de inverno, no qual o Rio Ave foi dos clubes mais ativos?
- «Recebemos bastantes jogadores. Uns jogadores que também nós, em termos de características, pensamos que nos podem acrescentar soluções àquilo que nós também já temos. Já tínhamos uma equipa com qualidade, com juventude e com capacidade de dar respostas para estar na luta pelo nosso objetivo. Mas tendo esta oportunidade de mercado, que já não tínhamos há duas janelas, acabámos por tentar reforçar o grupo, na tentativa de aumentar as soluções e de ficarmos ainda mais fortes para a segunda volta. Amanhã muita gente ainda não pode dar o seu contributo. Mas do jogo de amanhã para a frente, vamos começar também a poder ter mais gente disponível, mais pronta para jogar e tentar ao máximo fazer mais pontos do que na primeira volta. Tivemos várias lesões na primeira volta, que também nos condicionaram. Ficámos sem o Jhonatan, sem o Guga, sem o Boateng, sem o Joca. Portanto, se isso nos acontecer na segunda volta, não vamos passar por tantas dificuldades, temos um plantel um pouco mais completo para abordar a segunda volta.»
- O que pode melhorar o Rio Ave em relação à partida diante do Estoril para bater o FC Porto?
- «Nesse jogo do Estoril, nós acabámos por empatar. Podíamos ter perdido até no último minuto, ou ali perto do último minuto, mas podíamos ter ganho o jogo antes também, com mérito. Portanto, nós não jogámos mal com o Estoril, fizemos muitas coisas bem, conseguimos defender bem, conseguimos atacar bem na segunda parte. Fomos inteligentes na forma como nos adiantámos no marcador. Esse jogo foi logo dissecado no dia a seguir. Sabemos porque é que empatamos aquele jogo, sabemos o que é que temos de corrigir em relação a esse jogo. E se tivermos esse tipo de resultado no Dragão, com certeza vamos ter uma resposta também diferente e melhor do que tivemos no Estoril. Portanto, essa situação que aconteceu já está analisada e sinto que a equipa, se estiver nessa situação, vai dar uma boa resposta, pelo menos ao nível dos comportamentos. Depois, são os resultados, a bola bate no poste, eu lembro-me de já ter ido a tantos jogos em que a bola bateu no poste e se tivesse entrado o jogo era diferente... isso nós não controlamos. O que controlamos são comportamentos, atitude, compromisso, vontade, disciplina, capacidade de estar comprometidos e isso está nas nossas mãos. Portanto, é nisso que temos de focar-nos, e o resto vai aparecer, porque quem trabalha muito, e bem, normalmente consegue as coisas. Pode não ser a 17ª ou a 18ª, mas no final vai ser recompensado.»
- Considera que o FC Porto atravessa a melhor fase da época?
- «O FC Porto é uma equipa grande, uma equipa que ainda por cima, como disse, está numa fase muito boa, com umas dinâmicas também muito boas. Tem ali os dois extremos, o Francisco Conceição, e o Galeno. O Evanilson numa forma incrível. O Pepê, o Nico, o Varela... Tem ali muita gente boa, com muitas soluções também, no seu estádio é muito forte. Nós tivemos pouco tempo para trabalhar, e eu tenho pena disso, sou sincero. Lamento ter só dois, três dias para trabalhar e já não podemos fazer mais nada, sem ser através de vídeo e de conversas com os jogadores. Mas acredito no meu grupo, como disse não vou poder apostar em muitos jogadores que chegaram há pouco tempo, vai ser uma equipa que também conhece a nossa forma de jogar, portanto espero ser muito competitivo amanhã, procurar pontos. Sabemos que o FC Porto está numa grande fase, a marcar muitos golos. Marcou cinco ao Moreirense, três agora ao Farense, portanto sabemos que estão soltos. Da nossa parte, temos de ser muito organizados, muito competitivos, uma equipa que vai ter de se sacrificar, um grupo inteiro a procurar ajudar-se e ir ao limite das nossas forças para ser o máximo competitivo, porque isto é o campeonato e temos de dar respostas. Somos profissionais, o nosso objetivo é somar pontos e temos que estar nessa aura de somar pontos e fazer tudo por tudo amanhã para conseguir um resultado positivo.»
- Apesar da derrota na Luz, o Rio Ave fez uma excelente exibição. Irá repetir-se a fórmula para o Dragão?
- «Já no ano passado, no Dragão, fizemos uma boa exibição. Perdemos lá 1-0, mas fizemos uma boa exibição. Mas todos os jogos são diferentes. Portanto, até a preparação deste jogo é completamente diferente, não tem nada a ver com o jogo da Luz em termos de tempo. O Benfica também tinha jogado a meia-da-semana, se eu não me engano, contra nós, tinha feito um jogo a meio da semana,. Portanto, é um jogo diferente. O FC Porto não jogou a meio da semana, nós jogamos, para nós é um bocadinho diferente. Até a estratégia pode ser diferente, a forma de nós encararmos este jogo também pode ser com determinadas cautelas, também na gestão do jogo. Vão ver amanhã, mas da minha parte, o que eu quero é uma equipa organizada, comprometida, que saiba o que é que anda a fazer em campo, concentrada, competitiva e que procure ao máximo os pontos, como eu disse. Com todos os jogadores a perceberem que quem entra vai ser importante, mas quem entra a seguir também vai ser muito importante para termos uma equipa com a frescura máxima possível amanhã.»