Luís Freire: «Boas individualidades não formam boas equipas»
Treinador do Rio Ave fez a antevisão do jogo com o Aves SAD, disse esperar dificuldades, mas realçou que sente os seus jogadores com muita vontade
São duas as dezenas de caras novas do atual plantel do Rio Ave, em comparação com a época transata. Em conferência de imprensa realizada esta sexta-feira, que serviu de antevisão ao jogo com o Aves SAD, o treinador Luís Freire mostrou-se satisfeito com o lote de jogadores que tem à sua disposição.
A paragem no campeonato, devido aos compromissos das seleções nacionais, foi benéfica, na opinião do treinador: «É sempre importante ter mais tempo para trabalhar, o ideal era ter este grupo no primeiro dia de trabalho. Foram chegando ao longo do tempo, a acabar o mercado chegaram cinco jogadores e agora treinámos duas vezes com o grupo inteiro. A verdade, e olhando à adaptação de muitos que já jogaram, ainda no último lançámos no onze seis novos, a convocatória tem dez ou onze jogadores novos, temos feito esse trabalho de integração o mais rápido possível. São jogadores de culturas diferentes, nacionalidades diferentes, campeonatos diferentes. Esta paragem foi importante para dar minutos a toda a gente. Foi importante para dar jogo a quem não tem estado a jogar tanto e ver mais esses jogadores, testar jogadores em diferentes posições, tudo o que tem de ser feito para criar um plano alternativo com os jogadores que temos, testar soluções, conhecer melhor os jogadores. Tudo isso é importante, mas só vai acontecer com o tempo. As coisas têm corrido bem na perspetiva de mudar tanta gente e termos seis pontos. Temos de continuar neste caminho, neste crescimento que temos tido e continuar ao máximo a trabalhar no limite para ajudar todos os jogadores para representar a equipa tática, técnica, física e emocionalmente. Temos toda a gente disponível. Temos feito um trabalho com o máximo profissionalismo possível e temos um grupo muito bom.»
Questionado sobre aquilo que foi o mercado de transferências para os vila-condenses, Freire não hesitou: «Estou muito satisfeito, não só pelo grupo de jogadores, mas principalmente porque em pouco tempo houve jogadores que, independentemente do campeonato e da nacionalidade, tiveram a entreajuda de toda a gente. O Rio Ave tem um staff fantástico, que recebe bem, que faz sentir em casa. Temos esse ambiente saudável. Os jogadores chegam e rapidamente começam a ambientar-se. Temos ajudado os jogadores e eles têm sido inexcedíveis a tentar aprender. Estou muito satisfeito com isto, há gente com a qualidade e o potencial para poder ir-se revelando ao longo do tempo. Temos de ajudar estes jogadores todos, temos outros com mais experiência, mais campeonato.»
Instado a falar de um reforço em particular, nomeadamente o avançado Hassan, que já conhece os cantos à casa, o treinador realçou tratar-se de uma mais-valia.
«Conhece bem o campeonato, conhece o contexto, tem provas dadas. Não estranha os campos, não estranha a forma de pensar e de treinar, a comunicação. É importante termos jogadores com esta experiência. O Rio Ave, se analisarem ao longo do tempo, já jogou em 3x4x3, 3x5x2. Pedro Mendes-Aziz, Boateng-Aziz, André Pereira-Boateng, Leo Rui-Boateng. Várias vezes o plano A foram dois avançados. Com o tempo pode voltar a aparecer. Todos os jogadores têm de estar bem fisicamente para isso. Temos matéria para trabalhar daqui para a frente.»
No que diz respeito ao adversário de amanhã, o Aves SAD, Luís Freire não tem dúvidas: «Em relação ao jogo, vai ser muito competitivo, o AVS é uma equipa que ganhou ao Vitória de Guimarães, empatou com o Nacional, tem quatro pontos em casa, é uma equipa aguerrida, muito dada ao jogo, uma equipa que joga normalmente num 4x3x3, que tem capacidade de trabalho alta, gosta de jogar, gosta de construir o jogo, é forte nos corredores laterais, com boa dinâmica, que mete muita gente na área, uma equipa que gosta de atacar. Estamos preparados para isso. Mas queremos olhar para nós e foi isso que trabalhámos durante este tempo, melhorar o nosso jogo, melhorar a capacidade de jogar com bola, reagir à perda, trabalhar outros planos de jogo que possam ser úteis para lançar durante o jogo. Mas, acredito que poderá ser um jogo decidido no pormenor. Vai sem um jogo muito competitivo, mas acredito que também vamos ter muita coisa boa, em termos do jogo e há muita vontade da nossa parte, sinto os jogadores com muita vontade de termos alegrias.»
Reforços para jogar já: «Há jogadores que pelo ritmo que trazem de trás, e têm conhecimento do campeonato, podem vir a ser chamados a jogo, há outros que têm um período de adaptação, porque vêm de contextos diferentes, taticamente são jogadores habituados a coisas diferentes. Mas estou contente com o potencial que temos e com a capacidade dos jogadores. Mas a qualidade não chega, há montes de boas equipas, de bons jogadores, que não formam uma grande equipa. O que há mais é exemplos, há outros clubes com boas individualidades que não formam boas equipas. Temos de defender a nossa equipa do primeiro ao último minuto."
ANTZELO SINA REINTEGRADO
O guarda-redes Antzelo Sina, albanês de 20 anos, que está em Vila do Conde cedido pelos gregos do Olympiacos, que tem estado entregue ao departamento médico foi reintegrado, esta sexta-feira, nos treinos sem limitações, sendo que, desta forma, a equipa técnica tem todos os jogadores do plantel à disposição.