Luis Díaz e Salah espalham o terror em Old Trafford
Sob as luzes de Old Trafford, Luis Díaz e Salah brilharam
Foto: IMAGO

Luis Díaz e Salah espalham o terror em Old Trafford

Liverpool bate Manchester United por 3-0 em jogo com três portugueses

Diz-se que a forma conta pouco em jogos grandes e maior jogo do que este não há no futebol inglês. 39 campeonatos e séculos de rivalidade histórica entre as cidades de Manchester e Liverpool entravam em campo em Old Trafford para o duelo entre Manchester United e Liverpool, o grande clássico da Premier League.

O problema desta expressão da gíria futebolística é que, se a forma não conta muito – e é inegável que o Liverpool tem tido melhores resultados que o Man. United -, a qualidade, essa, é indispensável. É nesse ponto que os reds se distinguem dos rivais devils, que até entraram melhor na partida, mas cometeram graves erros que, depois, foram demasiado intensos para qualquer correção. Na terceira jornada da Premier League, o Liverpool venceu por 3-0.

Erik ten Hag apostou em jogar, pela primeira vez, com Zirkzee a titular, uma aposta que, na primeira meia hora, foi ganha. A defesa conseguiu sair das linhas de pressão adversárias e as características do avançado neerlandês, o jogador do Man. United que mais procurou a baliza de Alisson, permitiram mais homens no miolo. O Liverpool, que marcou aos 7’ mas não contou, por fora de jogo de Salah, conseguia impedir o último passe do United e, aos poucos, foi estabilizando no momento sem bola. Quando o conseguiu fazer… começou o furacão.

Foi aos 35 minutos que uma perda de bola de Casemiro em zona proibida permitiu a Salah cruzar para a cabeça de Luis Díaz, que marcou o primeiro. A subida dos laterais do Man. United levou a que Lisandro Martínez e de Ligt estivessem desamparados perante a vertigem dos extremos adversários e, nas alturas, o ex-FC Porto não vacilou. A fórmula revelou-se de novo eficaz, sete minutos depois. Casemiro perdeu, Salah cruzou, agora rasteiro, Luis Díaz bisou.

O segundo golo do Liverpool revelava grandes problemas para os red devils: a reação à desvantagem foi pobre e pouco energética, os erros coletivos começavam a acumular-se com a pressão de estar atrás e, no meio, o médio brasileiro ex-Real Madrid – que já não voltou para o segundo tempo, permitindo a estreia ao jovem Tom Collyer na Premier League – mostra que é, cada vez mais, parte do problema e não da solução. E o seu substituto já estava na casa: antes da partida, Manuel Ugarte foi apresentado aos adeptos no relvado de Old Trafford. «É um sonho estar aqui. É uma atmosfera incrível na nossa casa. Vamos fazer uma grande época juntos», disse o novo camisola 25 que, esperarão os adeptos, esteja disponível mais cedo do que tarde.

O segundo tempo foi de Mohamed Salah. Além dos dribles e de dois remates muito perto, foi pesadelo para Diogo Dalot, um dos três portugueses em campo – Bruno Fernandes foi capitão do Man. United, Diogo Jota esteve no Liverpool – e fechou totalmente as contas da partida. E, mais uma vez, a fórmula: perda de bola, agora de Kobbie Mainoo, no meio-campo do United, os laterais dos anfitriões não conseguiram aproximar e Salah, pela direita, fez o 3-0. Sexta contribuição para golo em sete jogos para o egípcio, que marcou pela 15.ª vez ao rival.

Com o 3-0, o jogo… terminou. À hora de jogo, o Liverpool geria e o Manchester United, salvo dois lances de Zirkzee, um enquadrado e outro não, não tinha capacidade de fazer mais. Voltou a surgir a incapacidade dos pupilos de Erik ten Hag na reação à adversidade e o Liverpool, acutilante e oportunista, não desperdiçou quando teve oportunidade, além de ser intransponível na defesa. A forma pode contar pouco, mas a diferença de qualidade dos dois clubes é muito maior do que os 50 quilómetros que os separam.