Luís Castro indignado: «Treinador empurrado por bastão da polícia? Uma vergonha! Não somos selvagens»

Botafogo Luís Castro indignado: «Treinador empurrado por bastão da polícia? Uma vergonha! Não somos selvagens»

INTERNACIONAL26.02.202309:35

Ânimos exaltados no clássico entre Botafogo e Flamengo (0-1), com o português Luís Castro, treinador da equipa da casa, a criticar a atuação da polícia que entrou em campo para proteger a equipa de arbitragem.

«Faço a pergunta: assistimos a jogos em todos os continentes, há polícia em campo? Respondam-me! O Flamengo e o Botafogo estavam a ser vistos na Europa, que imagem estamos a vender? Polícia de choque em campo? Não cheguei aqui para mudar nada, só para fazer o meu trabalho. Mas como é possível um treinador ser empurrado pelos bastões da polícia para não falar com o árbitro? Sou assassino? Vou roubar o árbitro? Vou agredir? Mesmo que vá insultar, temos a justiça desportiva para aplicar os castigos. Não é espaço para a polícia! É uma vergonha o que aconteceu», desabafou após o jogo, deixando uma sugestão à entidade que gere o futebol brasileiro:

«A CBF não deveria permitir polícia em campo. Passa a imagem de que somos selvagens, e não somos. Todos os meus jogadores que chamarem o árbitro de filho da p... devem ser expulsos, e os do Flamengo também. Eu assumo a culpa da derrota, sou o líder. Mas todos os agentes do jogo precisam assumir a responsabilidade.»

Luís Castro não contestou os cartões vermelhos mostrados a Carli, Marçal e Tiquinho, sendo que este último acabou por cabecear o árbitro após a expulsão (ver notícia associada):

«A equipa de arbitragem serve para colocar calma no jogo e obrigar os jogadores a comportarem-se de modo a termos 11 jogadores de cada lado até o fim. Não sei se recordam, mas no início do jogo um lance retratou o que poderia acontecer na partida: o árbitro a fugir na frente dos jogadores do Flamengo. Achei estranho, acho que mostrou que estava um pouco fora do que é o papel do árbitro. Por que não fugiu da frente do Tiquinho? Se fugiu uma vez, tem de fugir todas.»

«Nós próprios também precisamos de fazer uma reflexão porque não podemos em dois jogos terminar com nove. O lado emocional precisa ser avaliado. Confesso que é surpresa para mim, normalmente terminávamos sempre os jogos com onze», rematou.