Liverpool e Manchester, uma rivalidade muito para além do futebol
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Liverpool e Manchester, uma rivalidade muito para além do futebol

INTERNACIONAL24.11.202312:00

Separadas por 50 quilómetros, as duas cidades do noroeste de Inglaterra terão fim de semana de emoções fortes com duelos de velhos rivais: Man. City-Liverpool e Everton-Man. United. A concorrência entre malhas urbanas, porém, há muito extravasa as linhas dos relvados. Da Revolução Industrial à economia atual, passando pela música e pelas artes, muito mais é o que as separa do que aquilo que as une…

Quem faça a visita-guiada a Old Trafford, o teatro dos sonhos do Manchester United, vai deparar-se, a certa altura, com uma cela utilizada para reter adeptos que ultrapassem ou infrinjam as leis. E ouvirá o guia, há várias décadas responsável pelo histórico passeio pelos corredores do estádio, dizer, com um enorme sorriso, algo irónico como isto: «É aqui que a polícia detém os fãs mal-comportados. Ou, então, os supporters [adeptos] do Liverpool, simplesmente por existirem.» 

E, pegando na palavra supporter, o facto é que eles, os habitantes de uma e outra cidade… não se suportam. Mesmo! Seja por causa do futebol, seja por mão cheia de quaisquer outros motivos, da economia à dimensão das malhas urbanas, da música (The Beatles vs. Oasis ou New Order) à cultura, do Titanic ao algodão, passando pela beleza e cores de uma (Liverpool) em contraste com o cinzentismo industrial de outra (Manchester). «Ou simplesmente por existirem.» 

A cidade de Manchester (DR)

Separadas por apenas 50 quilómetros, com ligações ferroviárias eficazes e rápidas (em 40 minutos, viaja-se de uma para outra capital regional, viabilizando que muita gente natural de uma trabalhe na outra), a verdade é que é muito mais o que as separa do que aquilo que a une… Mas sobre outros aspetos, falaremos mais à frente. Para início de conversa, vamos lá ao futebol! 

A cidade de Liverpool, indissociável do seu maior ícone: The Beatles (DR)

E o fim de semana que aí vem demonstra na perfeição a rivalidade secular, neste caso em particular com o futebol como protagonista, por conta dos duelos da 13.ª jornada da Premier League que colocarão frente a frente os quatro principais emblemas das duas cidades: já este sábado, um excitante Manchester City-Liverpool; no domingo, um confronto de velhos inimigos com a visita do Manchester United à fortaleza do Everton, um dos mais antigos clubes do Mundo, fundado em 1878, em plena Revolução Industrial, grande impulsionadora do jogo que encanta todo o planeta. 

Duelos que terão muito de Portugal – com os citizens Bernardo Silva, Rúben Dias e Matheus Nunes a defrontarem o red Diogo Jota no estádio City of Manchester, a partir das 12h30 deste sábado; e com o internacional pelas camadas jovens de Portugal e ex-sportinguista Youssef Chermiti e o possante avançado Beto com a camisola dos Toffees, frente ao novo comandante da Seleção A e do próprio United, o red devil Bruno Fernandes, e Diogo Dalot, às 16h30 de domingo. 

Bruno Fernandes, cada vez mais o patrão do United (foto Imago)

É com um pouco deste perfume lusitano que as maiores rivalidades do noroeste de Inglaterra estarão ao rubro nestes próximos dois dias. Neste plano, sublinhe-se, nada se compara à inimizade entre Manchester United e Liverpool, mas os confrontos que estão à vista têm, também, muito sal e pimenta e muitas histórias para contar. 

Bernardo Silva, um ídolo dos adeptos dos 'citizens' (foto Imago)

MANCHESTER CITY VS. LIVERPOOL: RIVALIDADE RECENTE, MAS INTENSA 

Embora recente, a rivalidade entre City e Liverpool é já muito intensa. Nem que seja porque nos últimos seis anos só estes emblemas conquistaram o título de campeão, os citizens cinco vezes, os reds apenas uma (2019/2020), mas carregada de História, pois tamanha alegria e glória não haviam sido sentidas nas 29 temporadas anteriores. 

Jurgen Klopp e Pep Guardiola (foto Imago)

Depois de ultrapassado em palmarés interno pelo fantástico United de Alex Ferguson, treinador que conquistou 13 dos 20 campeonatos do emblema de Manchester em toda a sua história, os reds do Merseyside vêm o novato City ganhar asas e aproximar-se deles na contagem de glórias: a equipa de Guardiola ganhou, na última época, a sua nona Premier League (só sete foram nos últimos 11 anos!), alcançando o Everton (campeão pela última vez em 1986/87) no quarto lugar da lista de vencedores, na qual, já agora, o Arsenal é terceiro, com 13 conquistas. Entende-se, portanto, que tenha aqui nascido uma nova rivalidade entre City e Liverpool, treinados atualmente pelos icónicos Pep Guardiola e Jurgen Klopp. 

Gabam-se os de Liverpool de terem no seu museu, como nenhum outro emblema em Inglaterra, seis Taças dos Campeões Europeus (1977, 1978, 1981, 1984, 2005 e 2019), as mesmas de Bayern de Munique, menos uma do que AC Milan e a longa distância do impressionante Real Madrid, detentor de 14!. 

João Cancelo (agora no Barcelona), Rúben Dias e Bernardo Dias, os conquistadores lusitanos do City (Foto Imago)

Mas até neste plano, o internacional, começam igualmente a olhar para o Manchester City como ameaça, depois da conquista na última época da orelhuda pelos citizens de Bernardo Silva, Rúben Dias e João Cancelo… 

EVERTON VS. MANCHESTER UNITED: VELHOS INIMIGOS DESDE OS ANOS 60

Menos mencionada, mas igualmente intensa, é a rivalidade entre United e Everton. Uma vez que remonta aos anos 60 do século passado, com episódios aqui e ali nas décadas seguintes, a inimizade esmoreceu-se na espuma dos dias nos últimos anos, pelo menos na sua dimensão nacional e, sobretudo, internacional. Mas, para os adeptos das duas equipas, ela está viva e recomenda-se (ou talvez não…). 

E tornou-se mais evidente por conta de duas finais em Wembley da sempre importante Taça de Inglaterra, a mais antiga competição de futebol do Mundo. Na primeira, em 1985, perante 100 mil espectadores, surpreendeu o Manchester United porque, com apenas dez jogadores na maior parte do desafio, bateu, por 1-0 após prolongamento, com golo de Norman Whiteside (110’), um super Everton acabado de ser coroado campeão inglês e vencedor da extinta Taça das Taças. 

O Manchester United vencedor da Taça de Inglaterra em 1985, após derrotar o Everton (D.R.)

Abrindo uns parênteses, refira-se que, duas semanas após a partida, os tumultos entre adeptos do Liverpool e da Juventus na final da Taça dos Campeões de 1985 resultaram na tragédia de Heysel, em Bruxelas, onde perderam a vida 39 pessoas. Como resultado, a UEFA proibiu todos os clubes ingleses de competir em provas europeias, indefinidamente, o que significou que o United não pôde participar na Taça das Taças da época seguinte – o Everton também foi impedido de competir como vencedor da Liga inglesa na Taça dos Campeões 1985/86. A proibição, recorde-se, durou cinco anos, mais um para o Liverpool. 

O Everton vencedor da Taça de Inglaterra em 1995, após derrotar o Manchester United (D.R.)

Voltando à rivalidade, no segundo embate, dez anos depois, foi a vez de um Everton de meio da tabela mas com notável eficácia defensiva, espantar o país ao derrotar um já dominante Manchester United por 1-0 na final da FA Cup, mercê do remate certeiro de Paul Rideout, aos 30’. 

Pior mesmo foram os acontecimentos de 2005, também ao redor de um jogo da Taça de Inglaterra, em Goodison Park, que, para quem não conhece, fica numa área residencial bastante povoada. 

A batalha campal em Goodison Park, em 2005, entre adeptos de Everton e United (DR)

A batalha campal que, após o jogo, no exterior do estádio, se desenrolou entre adeptos do Everton e do United foi de uma dimensão e gravidade raramente vistos, ao ponto de terem sido qualificados pela polícia de Merseyside (Liverpool) como «a pior violência relacionada com um jogo de futebol alguma vez vista na cidade de Liverpool», mesmo que, contas feitas, tenha resultado apenas em seis feridos, cinco deles elementos das autoridades. 

Vislumbrada a rivalidade no futebol, viajemos então, como prometido, para além das quatro linhas, pelo mundo de antagonismo que envolve as relações entre as duas principais cidades do noroeste de Inglaterra e que se estende por diversas áreas, da económica à social, passando pela cultural, com destaque particular para a música. 

A MINHA CIDADE É MAIOR DO QUE A TUA 

Comecemos por Liverpool, casa da mais antiga comunidade chinesa da Europa – os primeiros moradores da Chinatown da cidade chegaram no início do século XIX como marinheiros – e que, sendo também lar da primeira comunidade negra da Grã-Bretanha, conta, ainda, com forte identidade irlandesa, fruto das gigantescas migrações durante a Grande Fome de 1845 a 1849 e que levou dois milhões de habitantes da Irlanda para o noroeste de Inglaterra – acredita-se que, atualmente, metade da população de Liverpool tem raízes ancestrais irlandesas... 

Com uma área urbana com cerca de 800 mil habitantes, é apenas a sexta maior cidade do Reino Unido, embora seja das que maior crescimento tiveram nos últimos 200 anos. Basta referir que em 1400, dois séculos após a sua fundação (1207) ordenada pelo rei João I, os habitantes não ultrapassavam os 1200. Só mesmo com o advento da Revolução Industrial, no século XVIII, se assistiu a um boom demográfico, com a população a aumentar de 6.000 para 80 mil, um décimo da atual. 

E reside neste ponto parte da rivalidade, com as gentes de Manchester a vangloriarem-se de viver numa urbe maior, com uma história mais antiga e mais ligada às riquezas, em contraste com a portuária Liverpool, terra de operários e da estiva, com condições duras de trabalho. Manchester, que, alargando a contagem à Grande [Greater] Manchester, tem hoje 2,5 milhões de habitantes, é a segunda maior malha urbana do Reino Unido, só superada por Londres e em igualdade com Birmingham.

 CIDADES DIVIDIDAS PELA GUERRA CIVIL… AMERICANA

Dado o crescimento tardio de Liverpool, Manchester era, basicamente, a única cidade económica e culturalmente relevante do norte de Inglaterra e gabava-se, inclusive, como prova das suas origens milenares, de ter sido ocupada pelo império romano no primeiro século do milénio. 

Imagem do porto de Liverpool há mais de 120 anos (DR)

Mas a ascensão da rival durante a Revolução Industrial, muito por conta do crescimento supersónico do seu porto na foz do rio Mersey, fundamental para o crescimento e sucesso das fábricas de algodão do norte (a maioria delas na região de Manchester), alterou sobremaneira as dinâmicas da região, desviando, inclusive, muitos habitantes da urbe do interior para a cidade marítima.

A rivalidade intensificou-se sobretudo quando a «grande cidade» perdeu esse título entre finais do século XIX e início do seguinte, sendo a Liverpool desses tempos frequentemente descrita como «a segunda do Império Britânico». E nem a primeira ligação ferroviária interurbana do mundo a ligar as duas fez baixar a inimizade. Que, refira-se, ganhara contornos de ódio durante a Guerra Civil Americana (1861-1865), com as duas cidades a divergirem no apoio às duas partes (Norte e Sul dos EUA) em confronto. 

Manchester tinha centenas de fábricas em plena Revolução Industrial (DR)

Os trabalhadores mancunianos (assim se chamam os habitantes de Manchester), mesmo sacrificando postos de trabalho, apoiaram um embargo ao algodão colhido por escravos para mostrar apoio ao presidente da União (Norte), Abraham Lincoln, algo que custou muito caro à cidade, que dependia fortemente dessa área económica. 

A miséria e a fome eram um flagelo por essa altura, o que levou o carismático líder norte-americano a enviar uma carta de apoio «aos trabalhadores de Manchester pelo sacrifício em nome de tão nobre causa». Essas palavras estão gravadas no pedestal da sua estátua na Lincoln Square da cidade inglesa. 

A estátua de Abraham Lincoln, carismático presidente dos EUA no século XIX, no centro de Manchester (DR)

Por seu lado, os liverpudlianos (assim se chama aos cidadãos de Liverpool) aproveitaram para alargar a sua presença no negócio do algodão, acabando por dominá-lo. Ao ponto de, como descreveu o historiador Jason Rodrigues, «haver mais bandeiras confederadas [Sul] hasteadas ao longo do rio Mersey do que na Virgínia». 

Uma tese rebatida por outro especialista em História, Jim Powell, argumentando tratar-se de «um exagero», uma vez que «Liverpool tinha interesses instalados nos dois lados do conflito», constatando que os mercadores da cidade costeira «concordaram em construir navios tanto para a União quanto para a Confederação», embora os navios da União, que defendia o fim da escravatura, «nunca tenham sido construídos». 

Mais tarde, em 1894, as relações entre cidades agudizaram-se ainda mais quando Manchester decidiu construir um canal de cerca de 50 quilómetros de ligação ao mar, cansados que estavam de pagar taxas e impostos a Liverpool pela entrada dos seus materiais no porto da cidade costeira. Era na altura o maior canal para navios do Mundo. 

Foi do porto de Liverpool que, em 1912, o Titanic partiu rumo a Nova Iorque, onde nunca chegaria (DR)

Algo que não ficou sem resposta de Liverpool que, confiando ter o melhor porto do Reino Unido, apadrinhou o lançamento do na altura maior e mais luxuoso – e ainda hoje o mais famoso – navio-cruzeiro do planeta, porém com fim trágico: o famoso Titanic, que não completou a viagem inaugural que ligaria Liverpool a Nova Iorque em abril de 1912, colidindo com um icebergue, após 3600 quilómetros de viagem, incidente que causou o naufrágio da gigantesca embarcação e que levou à morte de 1514 passageiros, salvando-se somente 710. 

RIVALIDADE NA MÚSICA: OS REIS SÃO DE LIVERPOOL, OS PRÍNCIPES DE MANCHESTER 

Hoje em dia, o peso da História na rivalidade esvaneceu-se e quem continua a dar cartas no confronto de forças entre Liverpool e Manchester é… a música. Sobretudo a criada no século passado. Inevitavelmente nesse choque de culturas há um nome que soa mais alto que todos os outros: The Beatles, a banda das bandas, o conjunto que deu novos mundos ao mundo da sonoridade musical, uma das mais famosas (se não a mais famosa) de toda a história desta arte e que nasceu e cresceu em Liverpool. 

The Beatles, a banda de Liverpool que, entre 1960 e 1970, marcou a história da música em todo o Mundo (DR)

John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr levaram o nome da cidade aos quatro cantos do Mundo, entre 1960 e 1970, ano em que foi lançado o álbum Let It Be que encerrou oficialmente a trajetória dos Fab Four, isto ainda antes de o clube de futebol dar fama a Liverpool. Quem passeie pela bonita cidade, passará o tempo a tropeçar nuns (The Beatles) ou noutros (Liverpool FC), tantas são as referências a ambos um pouco por todo o lado. 

De facto, nos tempos atuais, na iconologia de Liverpool, superior à fama do futebol, que vive muito à conta dos sucessos dos reds nos anos 70 e 80, e, entretanto, também no novo milénio, só mesmo a popularidade mundial da banda que se confunde com a cidade. 

Respondem os de Manchester com a ideia de que se a rival teve uma banda (aliás, A BANDA), eles tiveram um movimento (aliás, O MOVIMENTO), a que deram o nome de ‘Madchester’ e que, no início dos anos 80, virou o jogo musical a seu favor e resultou na designação da cidade como «capital da música ao vivo», por conta de bandas que, por beberem muito na fonte da música eletrónica e da dance music, passaram a ocupar espaço nos principais clubes noturnos.

Ian Curtis, o malogrado líder dos Joy Division, criados em Manchester em 1976 (DR)

Falamos de New Order, Joy Division, Happy Mondays ou Stone Roses, nomes aos quais se juntaram mais tarde outras bandas de sucesso também mundial como Simply Red, Chemical Brothers, The Smits.

Noel Gallagher (Oasis) no balneário do City em maio de 2019, com Vincent Kompany e Bernardo Silva (Foto Instagram Bernardo Silva)

Deixamos para o final a banda que nos últimos anos mais manteve Manchester no mapa mundial da música: os inevitáveis Oasis dos polémicos irmãos Gallagher, Laim e Noel, ambos fortes apoiantes do Manchester City e que por diversas vezes são vistos no City of Manchester, sendo muito provável que por lá andem este sábado. A par dos irmãos desavindos, constam entre os fãs adeptos assumidos dos citizens outros músicos como Johnny Marr (ex-guitarrista dos Smiths), Badly Drawn Boy, Mark Burgess (líder dos Chameleons), Bill Duffy (guitarrista dos Cult) e os Doves, tal como os malogrados Ian Curtis (Joy Division) e Mark E. Smith (dos Fall).

‘YOU’LL NEVER WALK ALONE’ 

Falando de música e de futebol, era impossível não falar do mais icónico hino cantado por adeptos nos estádios: o You’ll Never Walk Alone, que em todos os jogos do Liverpool é entoado a uma só voz pelos supporters dos reds. 

O famoso cântico nasce do sucesso de outra banda da cidade, os Gerry and the Pacemakers, autores nos anos 60 de uma versão mais pop da canção que surgira pela primeira vez no musical 'Carousel', enorme fenómeno da norte-americana Broadway na década de 1940. Hollywood pegou na história uns anos depois e transformou-a em filme que correu os cinemas de todo o planeta, com êxito particular no Reino Unido. 

Até que, durante a transmissão da final da Taça de Inglaterra de 1965, como sempre no estádio de Wembley, a BBC transmitiu, com silêncio dos comentadores, o momento em que milhares de adeptos cantaram a canção. No final, o narrador não hesitou em exclamar: «Aí está o novo hino do Liverpool!» 

Foto Imago

Daí para frente, não houve como fugir: o «hino» passou a fazer parte da mística de Anfield e de qualquer outro estádio onde o Liverpool jogue e ganhou mais força ainda em 1989, após a tragédia de Hillsborough (Sheffield), que, recorde-se, vitimou 96 adeptos do Liverpool em plena bancada. 

O momento, sempre de uma grande beleza e sentimento, foi alvo de cópia por adeptos de outros clubes e, hoje, no Borussia de Dortmund (Alemanha), no Celtic de Glasgow (Escócia) e no FC Tokyo (Japão) também já há a tradição de entoar o You’ll Never Walk Alone nos estádios. 

Para fecho desta história de rivalidades, ouça acima o famoso hino e confira em baixo a letra, traduzida para português: 

«Tu nunca andarás sozinho 
Quando atravessas uma tempestade 
Mantém a cabeça erguida 
E não tenhas medo do escuro 

No final de uma tempestade 
Há um céu dourado 
E a doce canção prateada de uma cotovia 
Caminha através do vento 
Caminha pela chuva 
Mesmo que teus sonhos sejam esmagados 

Caminha, caminha 
Com esperança no teu coração 
E nunca vais andar sozinho 
Tu nunca andarás sozinho»