Liga, futuro no Benfica, Di María: tudo o que disse Roger Schmidt
Roger Schmidt, treinador do Benfica. Foto: IMAGO/Maciej Rogowski

Liga, futuro no Benfica, Di María: tudo o que disse Roger Schmidt

NACIONAL21.04.202414:21

Treinador abordou vários tópicos antes do encontro frente ao Farense

Roger Schmidt destacou, na antevisão ao Farense-Benfica da 30.ª jornada da Liga, a expectativa da equipa em voltar a pisar o relvado após a eliminação na Liga Europa. Abordou também o seu futuro ao comando do Benfica, a qualidade da formação encarnada com e sem Di María no onze, o que correu mal durante a época e o que é preciso melhorar para a próxima.

— Depois de um jogo muito exigente na passada quinta-feira, como está a equipa e quais são as expectativas para amanhã?

— Ficámos todos desapontados depois do jogo contra o Marselha, era um grande objetivo chegar à meia-final. Queríamos fazer algo especial na Liga Europa, mas o futebol é assim, temos de aceitar. Perdemos nos penáltis, os jogadores precisaram de uns dias para lidar com a situação, mas agora é preciso olhar em frente. Jogar amanhã é bom, temos a oportunidade de mostrar a nossa atitude no relvado, é o mais importante. Aceitar o resultado de quinta-feira, jogar bom futebol e acabar a época num grande nível. Sinto que os jogadores estão focados e queremos fazer um bom jogo.

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— Está a sete pontos do Sporting a cinco jornadas do fim do campeonato. Vencer ainda é possível matematicamente, mas é difícil. Caso não vença, já sabe o que irá fazer? Termina contrato em 2026, pode garantir que vai continuar ao comando das águias?

— O mais provável é não sermos campeões, mas não desistimos. A vantagem está do lado do Sporting, estão a fazer uma época muito consistente. Nós perdemos alguns pontos durante a época e por isso estamos sete atrás, restam cinco jogos e eles têm vantagem, mas não está decidido. Temos de fazer a nossa parte, ganhar os 15 pontos que faltam e veremos se ainda há alguma chance de ganharmos a Liga.

Quando assinei o novo contrato, fi-lo com o objetivo de fazer o meu trabalho aqui o melhor possível. Sei das expectativas do Benfica, é um clube muito exigente. Queremos ganhar títulos e acho que jogámos de forma a ganhar títulos este ano. Se olharem para o que foi a época, a maneira como perdemos alguns jogos importantes… estamos desapontados com as derrotas, saímos em duas meias-finais e agora nos quartos da Europa. Como treinador tenho de analisar a forma como jogámos e a condição da equipa. Na minha opinião, jogámos bom futebol, mostrámos boa atitude e que conseguimos criar oportunidades. A história desta época é que nos esforçámos muito nestes jogos, mas perdemo-los porque não fomos eficazes. Tivemos momentos em que os podíamos ter ganho, mas desperdiçámos oportunidades. Eficácia foi algo que nos faltou esta época.

Para mim é importante ver uma equipa que joga bem, com bom espírito, a desenvolver-se e com potencial para se desenvolver mais. Sei que há desapontamento por não termos ganho mais troféus além da Supertaça mas vejo o desenvolvimento dos jogadores, inclusive os da academia, em que tento apostar. Gosto de ser o treinador desta equipa. A experiência e desapontamento desta época preparam-nos para irmos atrás dos títulos na próxima. Temos de ter momentos desapontantes para crescermos. Podemos crescer a ganhar títulos como ano passado, mas este ano foi diferente, com uma equipa um pouco diferente. Temos de ser consistentes e ganhar títulos, mas nem sempre é possível quando construímos uma equipa nova. Não aconteceu, faltaram alguns detalhes, mas acho que a perspetiva da equipa é boa.

— Esta época o Benfica fez algumas boas exibições, mas mostrou irregularidade. O que aconteceu para faltar consistência como na época passada?

— Já falei um pouco sobre o que nos faltou nesses jogos das Taças, mas também podemos falar da Liga. Perdemos quatro pontos em casa, contra o Farense e o Casa Pia. São jogos que são bons exemplos desta época. Temos de ganhar estes jogos, claramente, por 3-0, 4-0 ou 5-0. O Sporting está sete pontos à frente, com estes quatro pontos a situação poderia ser diferente. Decidir jogos, especialmente nesta Liga, com o Sporting a fazer uma época tao consistente, é muito importante. Se perdemos estes pontos, é muito difícil ser campeão. É algo que tenho de considerar e temos de fazer melhor. Se olharem para as estatísticas, somos a equipa com mais oportunidades criadas na época. Compete-nos tomar as conclusões certas e preparar-nos para a próxima época.

— Benfica ganhou muitos jogos com Di María em campo, a sua qualidade individual decide jogos, mas não sente que a qualidade coletiva da equipa cai quando ele está em campo?

— É bom que possamos fazer jogos bons sem o Di María ou o Rafa, mas são jogadores-chave para nós, basta ver as estatísticas. São os jogadores com mais golos, assistências, estão sempre ligados ao momento ofensivo e a criar oportunidades. Não tenho dúvidas sobre a qualidade do Ángel, está a fazer uma grande época. Está sempre em forma, faz muitos jogos, esta é das épocas em que jogou mais na sua carreira. Fizemos jogos com outros jogadores que correram bem, mas não foi porque Di María não estava em campo, os outros jogadores também são bons. As outras equipas também dependem da qualidade individual dos seus jogadores. O Ángel, com a sua presença, passes, decisão, tem sido um jogador-chave não só esta época no Benfica como em toda a sua carreira noutros clubes. Estou muito contente com as suas exibições.

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— Tem-se falado da sua continuidade no Benfica, mas Lothar Matthaus apontou-o como uma das preferências para suceder no comando técnico do Bayern de Munique. Seria um objetivo treinar o gigante alemão?

— É um grande orgulho ser treinador do Benfica. Fui claro quando falei sobre o contrato, quando tomo uma decisão está tomada, sabia o que queria quando assinei com o Benfica. Tentei o meu melhor com todos, com o diretor, o presidente, as pessoas no seixal, os jogadores… sabemos o quão exigente é, não é fácil fazer parte do Benfica. É bonito, mas é muito exigente. Nestas circunstâncias temos de apresentar resultados e ter sucesso. Temos de melhorar, desenvolver, ter foco e confiança.