Antevisão Liga dos Campeões: começa a 5.ª jornada e aumenta a urgência pelo apuramento
Para além de FC Porto e Barcelona, mais 14 equipas enfrentam-se neste dia de ronda 5 da fase de grupos da prova milionária
Começa esta terça-feira a jornada 5 da fase de grupos da Liga dos Campeões. Apenas dois dos 16 clubes dos grupos E, F, G e H já estão apurados, o que dá a esta 5.ª ronda um sentimento de importância acrescida.
Grupo H
No grupo do FC Porto, que enfrenta o Barcelona, opõem-se Antuérpia, já sem hipóteses de apuramento, e Shakhtar Donetsk, ainda a sonhar.
O sonho dos ucranianos não é, porém, descabido. Uma vitória frente aos belgas pode catapultar o Shakhtar para o segundo lugar, se o Barcelona-FC Porto não der empate (e mesmo nesse cenário fica tudo em aberto). Para o avançado Danylo Sikan, o outro encontro não importa. «Estamos apenas a contar com um resultado positivo do Shakhtar», disse, à espera de um Antuérpia «muito forte coletivamente.»
O Antuérpia, por seu turno, pretende apenas não viver um pesadelo. Não ganhar ao Shakhtar significa a eliminação das competições europeias. Para já sem pontos, é preciso ganhar aos ucranianos, vencer o Barcelona e esperar que a equipa de Donetsk seja derrotada pelo FC Porto na próxima ronda para alcançar o terceiro lugar.
Mark van Bommel sabe das (im)probabilidades. «É possível fazermos zero pontos em 18, temos de ser realistas», diz o treinador neerlandês, para quem, ainda assim, esta fase de grupos não é um fracasso. «Mostrámos que sabemos lidar com este nível, só temos de aguentar os 90 minutos. Perdemos dois jogos na segunda parte».
Grupo F
O «grupo da morte» desta edição está a justificar o estatuto. À penúltima jornada, primeiro e último classificados separam-se por apenas três pontos. O Dortmund, líder, visita o AC Milan, terceiro, enquanto o PSG, segundo classificado, recebe o Newcastle.
A única vitória do Newcastle na competição foi na segunda jornada, contra este mesmo PSG, de Gonçalo Ramos, Vitinha e Danilo Pereira, e não foi por meias medidas: 4-1 em St. James Park foi o suficiente para «abalar» qualquer ideia de favoritismo que caísse sobre os parisienses.
Ainda assim, qualquer equipa que conte com tanto talento como o Paris Saint-Germain será (quase) sempre favorita quando joga em casa. Foi no Parque dos Príncipes que os franceses venceram os dois encontros, foi fora que perderam por duas vezes. Para Luís Enrique, ainda não há uma forma certa de jogar. «Somos muito fluídos, começamos em 4-3-3 mas depois depende da construção. Temos de ver como é que o nosso adversário defende, se em 4-4-2, se em 4-5-1». Kolo Muani, que entrou e marcou na vitória categórica frente ao Mónaco, deverá voltar a ser titular, como foi em todos os jogos da liga milionária este ano, ao lado da grande estrela, Kylian Mbappé
Também avassalador foi o triunfo por 4-1 do Newcastle frente ao Chelsea, na passada ronda da Premier League e será essa a base que Eddie Howe vai manter. «Não vamos mudar muito, honestamente. Estamos cá com os mesmos, excepto os que não podem jogar na Liga dos Campeões». No último lugar do grupo, os magpies pretende dar a volta à situação, com os lugares de apuramento a apenas dois pontos, mas as lesões não têm ajudado. Mantêm-se as ausências do avançado Callum Wilson, do extremo Harvey Barnes e dos defesas Dan Burn e Botman, quatro titulares até às suas queixas físicas.
A equipa de Stefano Pioli quebrou, frente à Fiorentina, a série de quatro jogos sem vencer na Serie A, mas o técnico sabe que as exibições não são suficientemente boas. Para o encontro com os alemães, Pioli lembra o tenista Jasper Sinner dizendo que a equipa tem de «jogar com a garra dele, lutar por cada ponto», mas também se refere aos adeptos como uma parte fulcral. «Quero ver energia e vontade para ultrapassar um obstáculo difícil. Estes sentimentos que vivemos, que conhecemos, que os fãs nos transmitiram.»
Quanto ao plano de jogo, o técnico diz que espera por ver como se dispõe o Dortmund e deixa uma certeza e uma dúvida: Bennacer não joga, Rafael Leão, logo se verá. Para já, apenas se pode «adivinhar» um Milan com mais iniciativa, não só pelo fator-casa, mas também pela posição que ocupam e que requer, mais urgentemente, pontos.
Também sobre Leão e sobre os adeptos rossoneri fala Edin Terzic. O treinador do Dortmund recusa adivinhar se o extremo português vai ser titular e diz que prefere aguardar pelo onze inicial. Terzic também se diz «satisfeito por jogar num estádio tão importante, onde os fãs têm tanto peso.»
Sobre a sua equipa, restam muitas dúvidas. Sule não viajou para Itália, ao contrário de Schlotterbeck, Adeyemi e Haller, jogadores que podem ser essenciais num jogo em que se espera que o Borussia jogue mais recatado, com foco no contra-ataque e na definição rápida e certeira. Também Sabitzer saiu do último encontro com queixas e está a treinar à parte, mas o técnico croata espera que esteja disponível à hora do encontro.
Grupo E
No grupo E, o primeiro e o terceiro também se separam por apenas dois pontos. O Atlético de Madrid visita o Feyenoord e a Lazio recebe o Celtic.
Arne Slot não falou tanto do seu conjunto ou do adversário, mas sim dos adeptos. Para ele, os apoiantes têm de «levar a equipa até aos oitavos». «Mesmo que o jogo pare, esperamos que os adeptos criem o ambiente que precisamos para bater esta equipa. Para os fãs, é cantar, assobiar ou aplaudir e nada mais». No conjunto do Feyenoord, a pressão intensa é e será a palavra de ordem, acreditando, sobretudo, na capacidade do seu nome maior desta época, Santiago Giménez, que já marcou 18 vezes em apenas 16 partidas.
Diego Simeone, à entrada do seu centésimo jogo na Liga dos Campeões, sabe destas valências e o que quer fazer do encontro. «Temos de tentar jogar bem, avaliar as fraquezas do adversário e tentar levar o jogo para onde podemos causar danos». Com El Cholo esteve também Antoine Griezmann. o avançado é, mais uma vez, a figura maior da sua equipa e marcou quatro golos em outros tantos jogos na Champions, este ano, ao lado de Morata, também em grande forma. A única novidade é Memphis Depay, que Simeone confirmou estar apto.
Depois da derrota contra a Salernitana, Maurizio Sarri foi perentório nas suas palavras. «No último jogo perdemos por falta de atitude. Espero ver a reação em campo, não em palavras.» Quanto às suas opções, Sarri admite algumas dificuldades. Romagnoli e Zaccagni, lesionados, e Vecino, suspenso, são baixas em todas as zonas do campo. A isto, junta-se o Celtic, que o técnico defende como uma equipa com «boa intensidade e qualidades técnicas.» «São uma equipa difícil e não podemos cair no erro de olhar para os resultados que têm fora de casa, muito justificados pelas expulsões contra o Feyenoord e o Atlético.»
Talvez tenha sido por esta razão que, para Brendan Rodgers, a palavra de ordem é «disciplina». «É importante jogarmos de onze para onze. Jogámos com nove e com dez e neste nível, isso é pedir muito» diz o técnico do Celtic, que acredita que é possível vencer. «Já mostrámos contra a Lazio que, onze para onze, podemos competir no campo. Temos de manter os nossos jogadores em campo para podermos mostrar o nosso jogo», numa partida em que será necessário, segundo o próprio, «fazer contar os momentos decisivos.»
Grupo G
No único grupo onde as vagas já estão reservadas, Manchester City, de Rúben Dias, Bernardo Silva e Matheus Nunes e Leipzig, com Fábio Carvalho, lutam pela liderança, Estrela Vermelha e Young Boys jogam pela Liga Europa.
Do lado do Manchester City, Pep Guardiola já admitiu que o objetivo é o primeiro lugar. «Temos de ganhar ou empatar. A primeira fase já está concluída para ambos os lados e parabéns ao Leipzig. Mas é importante o primeiro lugar, não só pelo prestígio mas porque permite jogar a segunda mão dos oitavos de final em casa, o que é uma pequena vantagem.» Sem Kevin De Bruyne e Matheus Nunes, lesionados, mas com John Stones já no banco, Guardiola assume que o onze será, provavelmente, igual ao último. «Em princípio, jogam os mesmos que jogaram com o Liverpool. O Stones poderá fazer uns minutos.»
Por outro lado, Marco Rose sabe que precisa de vencer por três para ultrapassar os skyblues e, por isso, desvaloriza. «Os golos não interessam. Temos é de jogar um bom jogo.» Já Christoph Baumgartner defende que é preciso, sobretudo, coragem com a bola. «O que nos define é o que fazemos quando conquistamos a bola, a coragem que temos para levar as nossas jogadas até ao fim.»
Na primeira volta, Young Boys e Estrela Vermelha empataram, o que significa que, quem ganhar, vai à Liga Europa. O técnico dos anfitriões, Raphel Wicky, mostra-se confiante para a partida, com o adversário contra o qual, segundo o técnico «quase venceram fora de casa.»
Por seu turno, o Estrela Vermelha, que perdeu pela margem mínima em casa com o Leipzig, venceu cinco dos seus últimos jogos enquanto visitante. Os campeões sérvios estão neste momento em segundo lugar no seu campeonato, só atrás do eterno rival, Partizan.
Os oito jogos que se disputam esta terça têm todos início às 20 horas, excepto o Shakhtar-Antuérpia e o Lazio-Celtic, que começam pelas 17:45 (horas de Portugal Continental)