Líder do Flamengo e a saída de Jesus para o Benfica: «Desconfiei, havia umas cláusulas...»
Jorge Jesus treinou o Flamengo em 2019 e 2020
Foto: IMAGO

Líder do Flamengo e a saída de Jesus para o Benfica: «Desconfiei, havia umas cláusulas...»

Rodolfo Landim diz que ficou chateado mas nunca cortou relações com treinador

Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, recordou a saída de Jorge Jesus para o Benfica, no verão de 2020. O líder do emblema brasileiro disse ter começado a suspeitar da saída devido a cláusulas no momento da renovação com o clube.

«Há coisas que são verdade. Dizer que fiquei feliz quando ele apanhou o avião e foi para lá, não fiquei, nem um pouco. Tínhamos tido uma conversa com ele. Comecei a desconfiar porque havia umas cláusulas no contrato, alguns detalhes, multas contratuais, ele queria receber uma luva [prémio de assinatura] no contrato...», começou por dizer ao Charla Podcast.

«Aquilo para mim era um dinheiro que teria de restituir ao Flamengo caso não cumprisse contrato até ao fim. Coloquei a cláusula no contrato, para que esse dinheiro fosse devolvido, mas o empresário dele na época não queria. Queria que recebesse e, se no dia seguinte ele se fosse embora, eu perdia o dinheiro. Eu disse ‘Isso não aceito’. Eu sou chato, leio tudo, há 50 anos que durmo 4 horas e meia por noite, leio tudo…», explicou.

Jorge Jesus e Rodolfo Landim (IMAGO)

«Fiz questão que ele assumisse esse compromisso de ficar com a equipa, o que ele fez, antes de eu assinar o contrato. Mas ele foi embora e obviamente fiquei chateado. Primeiro porque perdemos um técnico que estava a dar certo e segundo porque perdemos tempo. Porque se tivéssemos essa sinalização, teríamos ido buscar outro técnico. Dizer que por causa disso fiquei com raivinha e nunca mais iria contratá-lo... é uma grande mentira», sublinhou.

Tanto é assim que o dirigente tentou um regresso do técnico português em 2021: «Houve um jogo em que ele estava suspenso e João de Deus na conferência de Imprensa diz que a possibilidade irem para o Flamengo era infundada e que iam ficar até ao fim do contrato, que não havia condições de saírem antes. Seguimos a nossa vida e acabámos por contratar o Paulo Sousa, mas também não ficou muito tempo.»

«Claro que estava chateado, mas nunca rompi relação com ele, ainda trocamos mensagens. Quando ele bateu recorde [na Arábia Saudita, ao serviço do Al Hilal], dei-lhe os parabéns, ele também manda mensagens, a dizer que acompanha vitórias do Flamengo», reforçou.