Lesões, cabeças no lugar e a fome de Harder: tudo o que disse Amorim

Treinador leonino fez a antevisão ao jogo com o Aves SAD, este domingo, às 20.30 horas, que terá como árbitro Ricardo Baixinho (AF Lisboa)

- O que espera deste Aves SAD e das ideias do treinador Vítor Campelos?

- Olhámos para as características e forma de jogar desta equipa. Também olhámos para o Gil [Vicente] do ano passado, principalmente para o que fez em Alvalade. Temos dúvidas de como se vão apresentar defensivamente. Ofensivamente, não temos tantas dúvidas. Fomos fazer um reconhecimento para ser mais fácil porque não tivemos assim tanto tempo para preparar o jogo. Foi tentar não transmitir muitas dúvidas aos nossos jogadores para não os confundir, sabemos como vamos defender e atacar.

- Qual o ponto de situações dos lesionados?

- Dos três centrais [St. Juste, Gonçalo Inácio e Eduardo Quaresma] nenhum deles recuperou. O Marcus [Edwards] tem uma lesão, o Pote tem uma lesão. Temos algumas baixas, mas um onze claramente preparado para vencer o jogo. [Mais tarde esclareceu as lesões de Edwards e Pedro Gonçalves] São pequenas lesões musculares, ainda não sabemos a gravidade mas não devem ser nada de especial.»

- O golo do Debast frente ao Lille veio dar-lhe motivação? Sentiu o jogador mais confiante? Gyokeres tem ajudado Harder a integrar-se?

- Têm mais uma relação de amizade. O Viktor não é muito de dar conselhos. Temos de ter planos diferentes para atacar equipas diferentes. Está [Harder] a tentar aprender tudo isso num espaço curto, acima de tudo tem muita fome e isso ajuda a saltar etapas. Em relação ao Debast, foi um bom momento, mas já passou. Vai ajudar a ser o jogador que pode ser, a preencher todo o potencial que tem. Esquecer isso rapidamente, quero que mantenha a forma de defender, é manter a cabeça no lugar, recuperar muito bem nos jogos porque temos poucas opções, precisava de sentir-se o jogador que é. Está num momento muito bom em todos os níveis do seu jogo. É forte nos duelos, não perde a bola e ainda por cima faz golos.

- O primeiro jogo que fez pelo Sporting foi contra o então Desportivo das Aves, agora Aves SAD. Quem era o treinador dessa altura e quem é agora?

- Há fases em que achei que devíamos ter feito mais e mais rápido. Ninguém imaginou estar no momento em que estamos. Há um diferença enorme entre o treinador que era e sou hoje. Nesse dia o ambiente no estádio era muito diferente. É a coisa que mais me marcou. A tensão que estava nesse momento foi algo que me marcou. Passado este tempo o que mudou foi mesmo o momento no estádio. Os sócios são o coração dos clubes. Entrar hoje no estádio de Alvalade é completamente diferente do que nessa altura.

- Morita parece estar uns furos abaixo no seu rendimento. Foi substituído frente ao Lille, tinha amarelo, mas houve ali mais qualquer coisa?

- O que há com o Morita é que o futebol é tão rápido hoje em dia que passamos de um bom para um mau momento. Com o FC Porto, o Morita esteve muito, muito bom, com o Farense para mim foi o melhor em campo e depois houve seleções. Ele faz as viagens, muda a vida dele, o fuso horário… Ele faz um jogo, viaja para outro sítio qualquer, tem jogo e viaja outra vez para cá, quando chega quase não tem tempo de se adaptar. Ele não sairia do jogo com o Lille se não tivesse amarelo, mas ainda não o sinto claramente fresco e ele precisa disso. Morita não está num momento abaixo, tem é um contexto diferente. Era se calhar o nosso jogador mais em forma há umas semanas. O que aconteceu é o que acontece quase sempre que ele vai à seleção, demora algum tempo a adaptar-se à vida normal.

- Ochoa é agora dono da baliza do Aves SAD, e também capitão, deu alguma indicação extra aos seus jogadores em relação ao mexicano?

- É muito experiente, vai saber lidar com os tempos do jogo, teve uma grande exibição e isso ajuda as equipas a aguentarem até ao primeiro golo. Mas não disse nada de especial. É um guarda-redes que temos de evitar e marcar golos.  

 - St. Juste está parado há algum tempo, que discurso tem um treinador para com um jogador que tem sofrido tanto e começa a ser posto em causa pelos adeptos?

- Aos adeptos não posso dizer muito. É esperar que ele volte e que demonstre a qualidade que sempre demonstrou quando jogou. A conversa que tenho com ele é a mesma que tenho com os outros jogadores. É mais fácil para mim porque passei por estes momentos e é utilizar estratégias. Desta vez foi fazer o tratamento mais longe de nós e perto da família. Imaginar que processo que ele vai ter quando voltar e dizer ao Jer [St. Juste] que enquanto ele der o máximo, vamos tentando estratégia a estratégia pagar esse investimento. Vamos tentar ajudar o Jer ao máximo.  

- Vai ser um Sporting diferente aquele que cai defrontar o AVES SAD? 

- A forma como vamos apresentar, resumindo claramente as opções todas, há várias opções que podemos utilizar, depende também daqueles treinos que estivemos a fazer nesta semanas isso tem impacto, se houver algumas lesões, mudar a posição dos jogadores, isso eu não posso dizer, porque senão estava a ajudar o mister Campelos a preparar o jogo, mas há variáveis... Harder preparado? Sem dúvida, acho que ele já demonstrou, e volto a dizer, é um jogador com muita fome, às vezes temos que conter essa fome, relaxar o jogador para caso seja utilizado, mas é uma opção que pode ser de início. Podemos juntar também o Morita mais na frente, porque são às vezes blocos baixos e não há grandes sprints, que não é para ele, mas jogando ali mais perto da área, juntar mais ou menos com a qualidade do Morita, vamos ver o que é que vamos apresentar.