Leão vivo na eliminatória apesar das más sensações: a crónica do empate em Alvalade
Paulinho estreou-se a marcar na Liga Europa. Foto: RODRIGO ANTUNES/LUSA

Sporting-Atalanta, 1-1 Leão vivo na eliminatória apesar das más sensações: a crónica do empate em Alvalade

NACIONAL06.03.202421:35

As várias frentes em que o Sporting está empenhado reclamam custos. Amorim teve de rodar. Resultado podia ter sido bem pior

O Sporting não tem nenhuma razão para se sentir frustrado com o empate a um obtido em Alvalade perante a Atalanta. Poderá, quanto muito, sentir-se mal com o jogo pobre que realizou, uma exibição que só teve qualidade nos primeiros 20 minutos, em que chegou à vantagem e foi melhor coletivamente que a equipa de Bérgamo. Depois, o pânico instalou-se nas hostes leoninas e os italianos, entre os 24 e os 30 minutos, desperdiçaram uma mão cheia de oportunidades para empatar a partida, coisa que viriam a conseguir, aos 39 minutos, quando aproveitaram um mau atraso de Quaresma e uma hesitação de Israel.

Ao intervalo, o resultado era francamente lisonjeiro para a turma de Rúben Amorim, que tinha decidido começar esta partida com algumas alterações de vulto na equipa, nomeadamente Hjulmand e Gyokeres, que ficaram no banco e não tiveram substitutos à altura: Koindedri, em estreia como titular, foi sempre uma carta fora do baralho no que toca à circulação de bola e, apesar do bom golo de Paulinho e da grande exibição de Trincão, os leões não tiveram a solução de esticar o jogo no sueco, que em muitas circunstâncias lhes permite respirar e subir no terreno.

Amorim lá saberá porque deixou de fora duas das unidades mais relevantes da sua equipa, especialmente numa partida em que já sabia que não podia contar com Pedro Gonçalves, que, além da capacidade goleadora, é uma espécie de ponte entre o meio-campo e o ataque, que dá fluidez ao jogo verde e branco.

Gyokeres começou este jogo no banco. Foto EPA/JOSÉ SENA GOULÃO

ARTILHARIA NÃO FEZ DIFERENÇA

Ao intervalo, para tentar suster a torrente italiana, que começava a meio-campo e espalhava-se pelo ataque, o treinador do Sporting foi ao banco e tratou de mexer profundamente na equipa: tirou Edwars, passou Paulinho para a direita e deu o meio a Gyokeres, meteu Hjulmand no lugar do discreto Koindedri, e mandou St. Juste para a o trio defensivo (saiu Diomande), para tentar tapar, na direita, o nigeriano Loookman que estava a dar água pela barba a Quaresma. A

pesar de bem pensada, esta fórmula teve poucos efeitos práticos, já que a Atalanta continuou a mandar no jogo. Mas, pelo menos, os leões conseguiram aqui e ali incomodar, em contra-ataque, Musso e já depois de Lookman ter acertado no poste (60), três minutos foi o suspeito do Costume, Coates de cabeça, a fazer o mesmo à baliza transalpina. Porém, o sentido do jogo continuou a ser mais na direção da baliza do Sporting, graças a uma agressividade muito maior da Atalanta no meio-campo que nem o recuo de Trincão, o melhor dos leões, equilibrava.

Para complicar mais a vida do Sporting, Gasperini foi ao banco buscar Koopmeiners e De Ketelaere, que deram uma nova dinâmica ao quarto de hora final da turma bergamasca, enquanto a resposta de Rúben Amorim, ao trocar Morita por Daniel Bragança, aos 84 minutos, quando se via que faltava bola ao Sporting, terá pecado por tardia. Mas nessa altura o Sporting já tinha interiorizado que dificilmente ganharia o jogo e o melhor era não perdê-lo, e para isso baixou linhas e apostou na profundidade de Gyokeres, na noite de ontem muito bem marcado pelos experientes defesas transalpinos.

TUDO EM ABERTO

Numa tarde/noite de poupanças - segue-se um jogo difícil na Liga, em Arouca - e escassa inspiração, a boa notícia para o Sporting é que vai a Bérgamo com condições de discutir a eliminatória, provavelmente lembrado de que na fase de grupos fez bem melhor em Itália do que em Alvalade.