SAD não pensa num substituto vindo de fora para Rafa; internacional turco é a opção já idealizada para aquele lugar, o que tem vindo a ser experimentado e com bons resultados
Já usa o número nas costas desde o início desta época, mas Orkun Kokçu só será o número 10 de direito a partir da próxima temporada. Com a saída mais que esperada de Rafa no verão, o internacional turco deverá subir no terreno e apoderar-se de uma posição que sempre reivindicou para ele.
Ao que A BOLA apurou, os encarnados não pensam ir ao mercado buscar um substituto direto para o atual melhor marcador da equipa, uma vez que existem alternativas dentro do plantel e o candidato número um é o médio adquirido ao Feyenoord no verão de 2023 por €25 milhões, a contratação mais cara da história do clube e do futebol português.
Isto não será propriamente uma novidade tendo em conta que Kokçu tem vindo a jogar nesse lugar nos últimos quatro jogos, dois deles como titular. Com o Moreirense e Farense fez 85 e 90 minutos, respetivamente, alinhando atrás do ponta de lança; em Marselha e diante do SC Braga entrou no decorrer do encontro para exercer essa função.
À exceção do jogo em França para a segunda mão dos quartos de final da Liga Europa, a utilização do jogador de 23 anos foi sempre numa lógica de substituição direta do futebolista natural de Vila Franca de Xira. Rafa não saiu do banco frente a cónegos e algarvios e, com os bracarenses, Kokçu entrou para o lugar do camisola 27. Já em Marselha ambos partilharam o relvado durante 41 minutos, com o turco a jogar na posição de Rafa e o português atuando como falso ponta de lança — até ser substituído aos 102’ por Arthur Cabral.
Batalha ganha
O reposicionamento em campo deu-se depois de o turco ter dado uma entrevista ao jornal neerlandês De Telegraaf, em que, entre outras coisas, Kokçu se queixou de não jogar tão adiantado, na posição onde mais se sente à vontade e que maior rendimento traz à respetiva equipa.
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Apesar da polémica e, como consequência, ter sido afastado da partida frente ao Casa Pia, em Rio Maior, o jogador formado nos Países Baixos tem vindo a ganhar a batalha desde que assinou esse manifesto. Porque nunca mais voltou a ser utilizado no duplo pivô do meio-campo.
A pouco e pouco, os números têm vindo a dar-lhe razão: pela primeira vez marcou em dois jogos consecutivos como titular na Liga (Moreirense e Farense) e, diante do SC Braga, foi a partir da sua entrada e de Marcos Leonardo, aos 70’, que os encarnados conseguiram a reviravolta, tendo contribuído para o 3-1, com uma assistência para o avançado brasileiro, autor de um bis.
Em termos gerais, apenas Rafa e Di María têm maior intervenção direta nos golos do Benfica em 2023/2024. O número 10 soma cinco golos e 11 assistências (recorde de passes para golo na carreira), apenas superado pelos 20 golos e 14 assistências do internacional luso e os 16 golos e 13 assistências do argentino.
Rafa decidiu em dezembro
Apesar das muitas incertezas que marcam a preparação da próxima temporada, a começar pela definição sobre quem será o treinador (o próprio Roger Schmidt deixou publicamente a decisão nas mãos de Rui Costa), os encarnados já sabem, pelo menos quem vai sair. Rafa é um deles. A decisão do avançado há muito que está tomada, tal como A BOLA publicou em dezembro, após o desabafo do jogador num flash interview: «É um prazer jogar aqui, quero agradecer aos meus colegas, é com eles que quero partilhar todos os momentos e é disso de que vou ter saudades.» O destino deverá ser o Médio Oriente.
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Pelo preço que custou, e pelas qualidades que começa a evidenciar na posição onde sempre quis atuar, Kokçu será o escolhido para substituir o português, ainda que tenha características completamente diferentes. É um 10 à sua maneira.