Jurásek sente-se «como novo» e fala de Di María e Bernat no Benfica
Lateral-esquerdo checo deu entrevista em que aborda vários temas relacionados com o Benfica
David Jurásek recuperou de uma lesão num tornozelo, voltou a jogar no Benfica e agora está a representar a Rep. Checa, que joga esta quinta-feira com a Albânia a qualificação para o Europeu de 2024.
O lateral-esquerdo do Benfica garante que está em boa forma. «Sinto-me como novo. Demorei um pouco mais a recuperar da lesão do que esperava, mas no Benfica garantiram que estaria em perfeitas condições antes de me deixarem voltar a jogar. Joguei no último jogo como titular, com o Estoril, sinto-me confortável a jogar. Espero voltar à boa forma», começou por esclarecer Jurásek, citado pelos checos do Sport.cz.
«Sinto-me como novo!»
O defesa explicou melhor a lesão que teve: «Foi difícil principalmente porque tive vários problemas no tornozelo ao mesmo tempo. É por isso que era mais difícil de tratar do que se houvesse apenas um problema. No entanto, graças às condições no Benfica, o tratamento foi mais rápido e pude regressar aos relvados até mais cedo do que os médicos previam inicialmente.»
As boas condições no Benfica são elogiadas pelo jogador, que foi convidado a compará-las com as do Slavia de Praga, onde jogou antes de se transferir para Portugal.
«Infelizmente para os jogadores checos, isso faz uma enorme diferença. Seria bom chegar perto disso, não dá para comparar. Sei que os maiores clubes checos, incluindo o Slavia, estão constantemente a tentar avançar nesta área, mas ainda há uma diferença», admite Jurásek.
E quando parou por lesão, por um pouco mais de um mês, Jurásek alguma vez sentiu a pressão do treinador para voltar a competir? «Os médicos e fisioterapeutas tiveram a palavra final antes de me deixarem treinar. Mas eu estava normalmente no centro de treinos, reunia com a equipa todos os dias. Estávamos em contacto com os treinadores todos os dias, eles sabiam como me sentia. Foi bom quando senti que queriam que eu voltasse», recorda o defesa.
Estou a aprender português e melhor, mas ainda não me atrevo a pedir num restaurante.
A entrevista ao Sport.cz revelou, também, um David Jurásek mais adaptado à realidade portuguesa. «Tive a oportunidade de conhecer o nome de todas as pessoas que trabalham no clube, o que era um problema para mim. Conheci como funciona o clube lá dentro. Aprendi a quem e para que podia ir. Depois, tratava-se sobretudo de reabilitação. Estou a progredir na aprendizagem do português, não tanto quanto esperava. Já conheço todas as instruções de jogo e futebol, mas provavelmente não me atreveria a pedir em português num restaurante, por exemplo. O português é uma língua complexa, mas estou a melhorar.»
E o lateral checo tem quem o ajude de forma especial… «Musa e Alexander Bah [jogou com os dois no Slavia] ajudam muito.»
Jurásek não deixa também de lado a relação com o craque argentino Ángel Di María: «Tenho uma boa relação com ele, como com toda a gente no balneário. Ángel é uma pessoa completamente normal e um grande jogador de futebol. Nos jogos fora, sentamo-nos um ao lado do outro, porque ele tem a camisola 11, eu tenho a 13 e ninguém tem a 12. E é tudo normal. Se me dá conselhos? Na verdade, não. Quando pergunto, ele dá conselhos, mas de outra forma apenas conversamos normalmente. Mas admito que é bom sentar-me ao lado dele, é mais tranquilo quando temos um jogador assim ao lado e na equipa.»
De lado não poderia, naturalmente, ficar a contratação por empréstimo do PSG de Bernat, também lateral-esquerdo.
«É competição, encaro isso muito bem. É bom para mim e para ele que estejamos em competição. A presença dele pode ajudar-me, é um jogador com uma grande carreira, muito talentoso, tenho a certeza que posso evoluir. Tenho uma boa relação com ele, até mandamos mensagens um para o outro aos domingos.»
Sobre a pressão no Benfica: será comparável à que Jurásek sentia no Slavia?
«A pressão é a mesma em todo o lado, só que no Benfica há mais gente a empurrar-te. Só em Portugal, o
clube tem cerca de sete milhões de adeptos, o que é desafiante. Mas acho que estou a lidar bem com isso. Nunca tive problema com isso. Os fãs e as pessoas à minha volta são ótimos, estou a adorar!»
Tenho a certeza de que posso evoluir com Bernat, é bom para mim e para ele.
Como o defesa, o mais caro da história do Benfica (€14 milhões), vê o Benfica neste arranque da época?
«Alguns jogos não saem como gostaríamos…É mais difícil no Benfica porque a época passada foi a melhor época. É difícil fazer igual. Mas acho que todos estão bem integrados na equipa. Todos sabemos que estamos a jogar na Liga dos Campeões e na Liga portuguesa. Todos olham para isso de forma profissional […] Todos sabemoso que estamos a jogar e como são os adeptos do Benfica. Queremos que eles sejam felizes. É para isso que fazemos tudo dentro de campo.»