José Sá e o regresso de Luís Castro ao Dragão: «É um 'gentleman' e os adeptos do FC Porto vão dar-lhe o tributo que merece»

Guarda-redes foi campeão nos azuis e brancos, mas, antes disso, já tinha ganho a Liga 2 pelos dragões; recorda com saudade o antigo técnico; plateia portista vai brindá-lo com uma tremenda ovação, projeta

O final de tarde de amanhã promete ser muito especial para Luís Castro. Tal como, de resto, também o será, com toda a certeza, para Alex Telles e Otávio, outros dois filhos do dragão. Afinal, técnico e jogadores estão de volta a uma casa que tanto lhes diz, onde passaram alguns dos melhores momentos das suas carreiras, pelo que o duelo entre o FC Porto e o Al Nassr trará à memória deste trio momentos bastante particulares.

E foi, precisamente, para recordar parte desse passado, neste caso concreto de Luís Castro, que A BOLA esteve à conversa com José Sá. O antigo guarda-redes chegou ao FC Porto a meio da época 2015/2016, proveniente do Marítimo – numa transferência que envolveu também a mudança de Moussa Marega dos insulares para os dragões -, e apesar de trabalhar regularmente com o plantel principal, jogou pela equipa B dos azuis e brancos. Que ajudou a conquistar o inédito título da Liga 2.

«Naquela altura, foi o ponto mais alto da minha carreira, sem dúvida nenhuma. Recordo essa época com muita saudade, treinava com a equipa A e jogava pela equipa B, mas foi sempre algo muito natural e que me permitiu estar sempre em competição. E acabámos por ser muito felizes nessa temporada, vencendo um título muito especial e no qual o mister Luís Castro teve, naturalmente, um papel preponderante», conta o guarda-redes.

A figura de um treinador altamente respeitado por todos continua bem presente no internacional português e José Sá não poupa nos elogios a Luís Castro: «Além de ser um excelente treinador, é também uma pessoa extraordinária. Manteve sempre uma relação fantástica com os jogadores, fruto do seu poder de comunicação, e, além disso, tinha também processos de treino de extrema competência e que eram do agrado de todo o grupo de trabalho.»

Luís Castro, que também já tinha orientado a elite portista, mudou-se, a meio da época seguinte, para o Rio Ave, sendo que em Portugal passou ainda por Chaves e Vitória de Guimarães. Depois disso, o técnico iniciou o seu trajeto pelo estrangeiro, que contemplou passagens de grande sucesso por Shakhtar Donetsk, da Ucrânia (onde foi campeão), Al-Duhail, do Catar (onde venceu a Taça) e Botafogo, do Brasil (quando saiu deixou o Fogão na liderança do campeonato), estando agora a iniciar a segunda temporada no Al Nassr (tendo já vencido a Taça da União das Associações de Futebol Árabe). «Quando foi meu treinador já se percebia que iria fazer uma grande carreira, tal como tem vindo a comprovar-se», acrescenta José Sá, que perspetiva uma excelente receção dos adeptos portistas ao técnico: «Não tenho dúvidas disso. O mister Luís Castro é um gentleman e de certeza que os adeptos do FC Porto vão dar-lhe o tributo que merece.»

Mais glória nos grandes palcos

Se foi campeão no primeiro ano de dragão ao peito, ainda que da Liga 2 e pela equipa B, o sentimento foi ainda maior duas temporadas depois, já na formação principal dos dragões. Em 2017/2018, José Sá sagrou-se campeão nacional e aumentou ainda mais o seu livro de glória escrito a azul e branco.

Seguiria, depois, para o Olympiakos, sendo que na Grécia venceu dois campeonatos e uma taça. A carreira prosseguiu em Inglaterra, onde José Sá ainda hoje se encontra. Está a cumprir a quarta época consecutiva ao serviço do Wolverhampton, sendo dono e senhor das redes dos Lobos.

O internacional português pode ainda orgulhar-se de ter um título internacional no currículo, no caso, a Liga das Nações, conquista em 2018 com a camisola das Quinas.