A carreira de Abel Ruiz em Braga está marcada por alguns traços singulares mas sem dúvida que se destaca pelo facto de o avançado somar já 63 encontros consecutivos com a camisola dos guerreiros. «Se tens muitos jogos seguidos é porque cuidas bem de ti e fazes por estar bem em cada treino e em cada jogo», assume o espanhol, sem parar desde o jogo com o Marítimo, realizado a 15 de janeiro do ano passado. Obviamente, Abel Ruiz é reconhecido também por marcar golos e nesse particular aspeto o avançado de 23 anos tem como referência de primeiro plano em Braga os dois golos ao FC Porto nas meias-finais da Taça de Portugal em março de 2021, importantíssimos na caminhada dos arsenalistas. «O golo faz parte do êxito de um atacante e o jogo em que marquei dois golos ao FC Porto está no top 3 da minha carreira, esse jogo deu-nos muita confiança.» O avançado, que estará certamente nas escolhas de Artur Jorge para a partida de domingo com os dragões, tem de resto boas fontes de inspiração para a sua carreira e o seu jogo talvez seja um pouco o reflexo dessa influência. «Sempre olhei para David Villa como um modelo. Mas também aprecio muito Lewandowski e Benzema, são avançados completos e com muitas coisas boas, marcam golos mas também fazem movimentos que fazem bem à equipa e eu aprecio muito isso», destaca. Abel Ruiz chegou a Braga no mercado de inverno de 2020 e os primeiros tempos em Portugal custaram-lhe um pouco, não pela curta mudança da Catalunha para o Minho, mas porque encontrou um grupo já com muitas afinidades construídas. «Havia muitos portugueses e brasileiros e num grupo que falava o mesmo idioma confesso que o primeiro meio ano foi um pouco difícil para mim, que vinha de fora», assinala. Gradualmente, porém, o avançado começou a apreciar a cidade e o clube e a determinada altura percebeu que a sua oportunidade chegaria. «O Paulinho saiu [para o Sporting] e eu vi que ia ter mais responsabilidade e com trabalho fui conseguindo responder.» Neste momento, Abel Ruiz é guerreiro de corpo e alma e fez amizades talvez para a vida. Com Ricardo Horta, com quem destaca o «excelente» entendimento em campo, e com Iuri Medeiros, amigo também fora da esfera do futebol e que de forma carinhosa lhe chama martelo. Da passagem por Barcelona, guarda o contacto com Messi: «É fácil jogar com ele, só tens que lhe dar a bola.» Com o SC Braga em ponto de rebuçado em duas frentes, o espanhol não tem dúvidas que o clube está na calha para uma boa temporada. «Uma boa época para mim seria ganhar a Taça de Portugal e conquistar um lugar na Liga dos Campeões. Quero fazer história no SC Braga e ajudar a levar o clube ao topo.»
