ENTREVISTA A BOLA «João Pinto no 6-3 fez o melhor jogo da vida!»
Balakov fala do jogo de maio de 1994 em Alvalade e da fantástica exibição do então 'menino de ouro'
Krassimir Balakov, um dos melhores estrangeiros que passaram por Portugal, esteve em Portugal durante três dias a convite de A BOLA. Visitou as novas instalações do nosso jornal, passou pelo Jamor onde conquistou um troféu com o Sporting e, claro, esteve no José Alvalade, recebido por Frederico Varandas. Prometeu voltar para ver o Sporting campeão, mas, entretanto, deu uma longa entrevista, que agora pode ler em A BOLA.
-O acidente de Cherbakov foi o momento mais negativo da sua passagem pelo Sporting?
- Mais negativo, sobretudo para o Cherba. Que coisa! Um jogador novo, um dos melhores jogadores da equipa e tão novo sabe que não vai jogar mais futebol. É muito duro!
- Como é que vocês receberam Carlos Queiroz?
- Muito bem recebido. Carlos Queiroz era campeão do mundo com a malta mais nova, com, penso, Filipe, Figo, Peixe, Nélson. Toda a gente sabe que, de início, tive alguns problemas com Carlos Queiroz, mas depois cresci e vi que ele até tinha razão. Joguei até 1995 com ele e não tenho problema algum com ele.
- Que problema houve entre vocês?
- Na altura, claro, como craque de uma equipa, não queria que alguém me dissesse como e onde ia jogar. Mas isto é um erro, porque o treinador tem a sua maneira para construir a equipa e ele queria surpreender o adversário. Eu não pensava nisso, agora penso porque sou treinador. Eu pensava: o que eu vou fazer na direita? Vou jogar na direita?
-Em 1993/1994, há um jogo marcante para o Sporting e para o Benfica: o Benfica vai a Alvalade e ganha por 6-3. Que aconteceu nesse jogo? Foi só um Benfica muito bom e um Sporting menos bom?
- Não sei, não sei. Começámos muito bem e não esperava que acontecesse aquilo. Mas aí apareceu o João Pinto, que deve ter feito melhor jogo da vida dele, não é? Não conseguimos fazer nada contra ele. E não só contra ele. O Benfica jogou muito bem, tenho de dizer, não é? E quando acaba um jogo como este temos de pensar: próximo! Mas foi um momento muito duro para nós, claro.
- Se se cruzar com o João Pinto, falam desse jogo?
- Vi o João Pinto, mas há muito tempo. Claro que, quando estás a conversar sobre memórias, sempre sai o 6-3. É marcante. Tal como o meu golo contra o Benfica, no estádio da Luz, frente ao Preud’homme. Vai sempre falar-se nesse golo.
- Qual deles gosta mais: o dos 12 segundos, o de Setúbal ou esse ao Preud’homme?
- Lembro de todos os golos que marquei, sobretudo dos grandes golos. Mas talvez o de Setúbal tenho sido o melhor.