João Pedro Sousa: «Acho que ninguém vai sair em janeiro»
João Pedro Sousa, treinador do Famalicão, está confiante para a receção ao SC Braga. (Foto: IMAGO)

João Pedro Sousa: «Acho que ninguém vai sair em janeiro»

NACIONAL12.01.202416:35

Treinador do Famalicão lançou jogo contra o Casa Pia, falou dos objetivos alcançados e falhados e sobre o que espera do mercado de inverno

João Pedro Sousa fez esta sexta-feira a antevisão da partida do Famalicão contra o Casa Pia, sábado, às 15.30 horas, no Estádio Municipal de Rio Maior.

«É um adversário que depois da mudança de treinador evoluiu muito a sua qualidade de jogo, com um sistema tático que não é muito comum na Liga, pelo menos das equipas do meio da tabela ou que lutam por lugares abaixo do primeiro terço. Isso coloca-nos desafio exigentes e é uma equipa que nos vai criar problemas, está num bom momento, no último jogo teve muita qualidade portanto espera-nos um desafio difícil, mais ainda por aquilo que sabe, são seis jogos, duas derrotas e quatro empates, derrotas com Benfica e FC Porto, mas dos empates podíamos ter tirado algo mas destes jogos. No passado também ganhamos alguns jogos em que o mais justo não seria a nossa vitória, mas o futebol é assim», dissertou. 

Os objetivos desportivos ainda não estão alinhados com as ideias quer do treinador, quer da SAD, mas o treinador garante que assumirá sempre a responsabilidade: «O objetivo macro do clube está a ser correspondido, se calhar para além das expectativas. Os jogadores estão a ser valorizados de uma forma incrível. Começamos na baliza até lá à frente. Hoje, os valores de jogadores como Júnior, Riccieli, Moura, Zaydou são valores diferentes. No final da época as pessoas vão perceber o que estou a dizer, com mais um encaixe fortíssimo que o Famalicão poderá fazer, se assim o clube o entender. Reconheço que quinto lugar está tremendamente difícil, mas reconheci que fazer mais nesta primeira metade da época tendo em conta o contexto era complicado. Disse-o, não sendo uma promessa, mas sim a minha obrigação, que ao aceitar o desafio tive de reconhecer essa ambição. Numa falhei. Na Taça, falhei. O quinto lugar está difícil, mas já transmiti ao presidente, vou assumir as responsabilidades, terminando o contrato e acabando a época, assumirei o fracasso. Se já foi uma, para mim é muito. Estou à vontade com isso. Sendo que, a terceira promessa que posso fazer, é que enquanto aqui estiver vou dar o meu melhor e o melhor que sei pelo clube, pelo qual tenho carinho.»

«Continuo a afirmar que estamos no melhor momento da época. Por vezes, pode ser difícil de entender. Agora vou ser resultadista na análise. Vamos fechar a primeira volta e temos mais pontos do que na última temporada, sendo que o objetivo da última época era muito parecido com o desta época. Temos mais pontos que há duas épocas, do que há três épocas... Só em 2019/20 é que temos mais pontos do que nesta. Saíram jogadores que foram muito impactantes e, por muito que a Administração tivesse feito um trabalho exaustivo e de grande qualidade no mercado, era impossível conseguirmos em dois ou três meses substituir jogadores como o Penetra, o Jaime, o Ivo [Rodrigues], o Santiago [Colombatto]. Com esses jogadores tínhamos menos pontos e estávamos numa situação mais difícil, mais crítica», lembrou. 

João Pedro Sousa espera receber reforços em breve, mas, entretanto, explicou o que esteve na base da decisão de ceder Pablo ao Paços de Ferreira: «Reforços? Esperemos que sim, era bom sinal. No ano passado aconteceu, nos anos anteriores não estava cá. Chegou um ou outro elemento em janeiro, mas não foi por aí que a qualidade do jogo melhorou. Mas penso que o objetivo é ficarmos mais fortes para fazer uma segunda volta melhor do que a primeira, continuar com a evolução do jogo e dos jogadores, a qualidade individual para fazermos uma segunda volta melhor. O caso do Pablo é um caso desses, é muito jovem, fui buscá-lo duas vezes aos sub-23 e por acreditar muito nele pensei que o melhor para a carreira do Pablo era sair e jogar com mais frequência, competir, porque é a altura dele competir. São estes pequenos pormenores que numa equipa com uma média de idades de 22 anos a disputar uma liga tão competitiva, num ou outro pontos temos de fazer marcha atrás, andar em ziguezague, esperar a evolução, analisar, perceber a evolução em contexto de jogo, a evolução tendo em conta o sistema tático. Não é só o Famalicão, equipas com mudanças tão profundas têm dificuldades de assentar e ter estabilidade competitiva. Há vários exemplos até nos melhores campeonatos.»

Com vários ativos cobiçados, o treinador acredita, pelas informações que teve da SAD, que ninguém preponderante irá sair em janeiro: «O clube, o que está a tentar fazer, é não fazer venda nenhuma em janeiro. Não sei se vai acontecer ou não, não é o meu papel, mas a informação que tenho é essa. Por aí não me parece haver problema. Falando do futuro, sem ter nada que opinar, não é difícil perceber que no fim da época vai sair gente importante, em posições específicas. Um exemplo, é uma opinião minha, vejo com dificuldades que o guarda-redes [Luiz Júnior] continue. É um posto específico que vai precisar de análise. Substituir um guarda-redes como ele é difícil.»

O treinador falou sobre as possíveis saídas de Gustavo Assunção e Tom Lacroux. «Desses nomes em particular, não me parece. O mercado está sempre em movimento, também depende muitas vezes da vontade dos jogadores. Os jogadores muitas vezes percebem que o espaço é cada vez mais reduzido e tentam de outra forma chegar a outras soluções para a sua carreira. Agora, o exemplo que dou é o exemplo do Pablo. Com tantos jovens jogadores que o clube tem, não é positivo em determinada altura das suas carreiras estarem parados e sem competição. Daí a decisão de o Pablo sair e competir, é importante nesta altura da evolução dele. Evoluiu bastante, mas é altura de ele fazer jogo atrás de jogo, 90 minutos atrás de 90 minutos. É natural que possa haver uma outra situação se chegar alguém e penso que vai chegar alguém», informou, dando conta da sua satisfação pela chegada de Filipe Soares para o meio-campo.

 «É um excelente jogador, chegámos a falar dele no início da época, não foi possível trazê-lo, agora felizmente conseguimos o jogador. Um médio muito polivalente, pode fazer várias zonas do meio-campo, zonas mais recuada, intermédias, com uma cultura tática grande, é competitivo, com bom entendimento do jogo, a sua versatilidade vai nos dar um leque de opções para colocar o Filipe a jogar, mediante a estratégia e o adversário. É uma opção muito válida e fico contente por ele estar conosco.»