João Palhinha: «Matheus tem tanto valor como Otávio para estar aqui»
João Palhinha IMAGO

João Palhinha: «Matheus tem tanto valor como Otávio para estar aqui»

NACIONAL03.06.202417:35

Médio do Fulham e de Portugal esteve presente na conferência de imprensa da Seleção Nacional

João Palhinha, médio da Seleção Nacional, foi o jogador escolhido para fazer a antevisão ao particular com a Finlândia. A saída de Otávio, lesionado, substituído por Matheus Nunes, a carga de jogos e o futuro foram temas presentes na sua intervenção.

Uma análise à saída de Otávio e à chegada de Matheus Nunes, seu substituto.

É duro para um jogador sofrer uma lesão à última hora e quem vem, que é o Matheus, conhece bem este espaço e conhece-nos a nós. É um jogador com uma qualidade tremenda e, apesar de sair um jogador com muita qualidade, que é o Otávio, entra outro com muita qualidade. Por isso, termos pena de perder o Otávio, mas não tenho dúvidas que o Matheus tem tanto valor como ele para estar aqui como ele.

Fizeram muitos jogos. Isso pesa muito na preparação para o Euro? Precisavam de algum tempo? Como se sentem fisicamente?

Na última conferência, falei no excesso de jogos. Neste aspeto, acho que o mister Roberto geriu bem a equipa. No meu caso, tive oito dias de descanso depois de acabar a época, antes de me apresentar, para descansar, estar com a família, não só eu, mas também outros jogadores. Se me perguntar se acho suficiente, não sei bem responder. Fiquei feliz por ter esse tempo com a minha família. Às vezes, com tantos jogos, torna-se difícil aproveitar as folgas. Como disse anteriormente, o mister Martínez soube dar este espaço aos jogadores, o que nos ajuda a chegar mais frescos mentalmente ao Europeu.

Como encaram estes três jogos? Vão ter algum receio de acontecer o mesmo que aconteceu ao Otávio?

Eu meto sempre o pé, se não meter, não sou eu. Tanto eu como os meus colegas, acho que, mesmo sendo amigável, ninguém se vai poupar. Quando entramos no jogo, isso fica para trás. Estes três jogos servem para entrosar cada vez mais, para interiorizar as ideias do treinador e, apesar deste curto tempo, porque a maior parte dos jogadores chegou ontem, já havia jogadores, incluindo eu, que teve tempo para trabalhar com o treinador, mas a maior parte da equipa fez a qualificação e já conhece o treinador. Mesmo que tivéssemos chegado hoje, estávamos prontos para jogar amanhã. Tem tudo a ver com o conhecimento que temos das ideias do treinador e acho que a malta vai dar uma excelente resposta.

Desde que chegou Roberto Martínez, ganharam todos os jogos menos um, mas ainda não enfrentaram uma seleção de nível superior. Sente que Portugal ainda não foi testado o suficiente?

Acho que o melhor teste que tivemos foi os jogos que temos vindo a fazer. Apesar de, obviamente, considerarem algumas seleções mais fortes do que as que temos vindo a jogar, dou o exemplo da Suécia. Tem uma qualidade individual muito forte e fizemos o jogo que fizemos. No Europeu, vamos encontrar seleções mais capazes que as que temos vindo a encontrar, toda a gente sabe, mas o facto de ganharmos tantos jogos nesta qualificação histórica, se fosse fácil, não teríamos sido nós a criar essa história. São três testes, a Croácia está cheia de individualidades e não tenho dúvidas de que nos vai trazer outras dificuldades, mas também não tenho dúvidas que estamos preparados para enfrentar seja que seleção for.

Pepe volta a ser convocado. Acha que ele ainda tem condições para ser titular?

Todos os jogadores querem saber a receita do Pepe. O que ele come, o que faz para estar como está, aos 41 anos. É um exemplo profissional. Toda a gente reconhece, dentro e fora da seleção, o profissional que o Pepe é e, aos 41 anos, estar na forma que está, a disputar um Europeu como se fosse o primeiro, reflete bem o que ele é e, para nós, é um prazer. Acho que está bem para jogar amanhã.

Este Campeonato da Europa pode projetá-lo para outros patamares? É uma boa montra?

Na melhor montra já eu estou presente. Falo da Liga Inglesa, obviamente, que toda a gente vê e conhece. Quem tiver bem, terá muita visibilidade. Vamos ver o que acontece nos próprios tempos. Acho, sinceramente, que não é o Europeu que vai mudar alguma coisa. O trabalho que eu tenho a fazer no Fulham demonstra aquilo que eu sou capaz. Encaro este Euro como mais uma prova em que quero mostrar o meu valor, sei o que sou capaz e estar aqui, na seleção e no Europeu é um orgulho para mim e para a minha família.

A seleção jogou em várias formações na qualificação, quer com uma linha de 4 defesas como com uma linha de 5. Como é que se sente mais confortável?

É uma pergunta interessante e a melhor resposta que posso dar é: no Fulham, jogo com uma linha de 4 e, no Sporting, jogava com uma linha de 5. Foi um esquema de que aprendi a gostar. É difícil para mim, como jogador, dizer que prefiro A ou B, acho que me adaptei bem aos dois esquemas táticos. Podemos jogar de uma maneira ou de outra, as escolhas do mister refletem isso. Ainda não sabemos, o treinador depois é que vai decidir. Seja o que for, vou estar preparado para dar o meu melhor.